Editora Ediouro. Jacopo Fo. Sergio Tomat. Laura Malucelli. 2007. Rio de Janeiro.
Já li, ouvi e vi muita coisa sobre “Eclesiologia”, ou seja, o estudo sobre, dentre outras coisas, a história da igreja, mas nunca tinha lido tão forte quanto este. Realmente foi doloroso ler cada 266 das páginas deste.
O livro trata dos horrores que se passaram durante a história daquele que foi fundada por Jesus para ser a Luz deste mundo e o Sal desta terra. Devido o afastamento da Palavra, a luta por poder, a ganância por riquezas e o egoísmo dos líderes e membros das igrejas católicas e protestantes desde os primeiros séculos da igreja, milhões e milhões de pessoas foram mortas brutalmente, desumanamente e ainda colocavam a culpa em Deus, dizendo que assim era a vontade dEle.
Primeiro, foram as lutas para tomar possa do império romano e da liderança da igreja, depois a obrigação de todos se tornarem cristãos à força, depois as guerras por territórios, depois a luta para conquistar a Terra Santa (as Cruzadas), depois a luta para matar os “hereges” (entre as ações, a Santa Inquisição),
Segue alguns trechos que me chamaram atenção:
“O mero fato de ter uma Bíblia em casa já bastava para levantar as suspeitas de ser um inimigo da Igreja.” (pág. 17)
“O homem que tomar uma moça, com ou sem seu consentimento, sem antes ter estabelecido um acordo com seus progenitores... recaia a ameaça do seguinte castigo: a abertura de sua boca e de sua garganta, que emitam sugestões arrasadoras, será fechada com a ingestão de chumbo derretido.” (pág. 38 e 39)
“Por volta de 314, ... os agostinianos eram expoentes de classes populares com reivindicações políticas e sociais, como a libertação dos escravos, o perdão das dívidas e o fim dos usurários... Foram massacrados pelas tropas imperiais.” (pág. 40)
“... o jovem Maximiliano. Convocado em 295, declarou: “Não me é lícito prestar serviço militar, pois sou cristão”, e foi decapitado.” (pág. 43)
“As tentativas de impor à força a “doutrina verdadeira” a populações inteiras podiam ensejar rebeliões, vinganças, massacres e guerras”. (pág. 46)
“Outro episódio famoso foi a violenta repressão aos rebeldes samaritanos, quando foram mortas mais de cem mil pessoas.” (pág. 57).
Os seis fragmentos acima só são exemplos do início do livro, pois este também conta os massacres que ocorreram durante as Cruzadas entre os séculos XI a XIII, onde mendigos e nobres, cavaleiros e crianças, saíam de suas terras com o desejo de se tornarem mais ricos, de serem libertos da escravidão do próprio sistema cristão romano, ou de receberem perdão de todos os seus pecados, pois os papas prometiam indulgência plena a todos que fossem lutar pela conquista de Jerusalém e as “cidades sagradas”. Infelizmente, não só judeus e muçulmanos, como os próprios europeus, católicos em sua maioria, sofriam saques durante a peregrinação dos combatentes.
Além das cruzadas, na Santa Inquisição até o século XVIII milhares de pessoas eram mortas inocentes, por terem sido acusadas de hereges, bruxas etc. muitas vezes por cartas anônimas sem prova alguma da acusação. O mais impressionante era que os cristãos mais fervorosos, por lerem muito a bíblia e descobrir os erros da Igreja Romana, ou por terem em suas casas uma tradução da bíblia, ou pelo simples fato de terem o hábito de orar e jejuar, eram condenados como hereges. Ninguém podia se opor às autoridades da Igreja Católica. Ninguém, nem mesmo os imperadores!
O livro também cita as atrocidades que os europeus fizeram tanto nas Américas, quanto na África, no período da colonização, mais ou menos, 500 anos atrás. Os milhões de índios, maias, astecas, incas e outros povos foram humilhados, obrigados a se converterem ao catolicismo, usados como escravos, mortos sem motivo algum, suas mulheres estupradas, seus filhos jogados nas pedras etc.
Após muitas outras citações de fatos históricos que me surpreenderam devido a proporção com que se sucederam, é citado também os crimes atuais que a mídia tenta apresentar mas é abafado pela liderança do Vaticano. Apoio ao nazismo, pedofilia, relações entre padres e freiras, crimes envolvendo as lideranças e até, possivelmente o ex-papa João Paulo II ou algum de seus ligados.
Mesmo não sendo um livro evangélico, até porque conta também de líderes evangélicos que se envolveram nas guerras e mortes do catolicismo, esse livro serviu para me mostrar mais uma vez que a autoridade da igreja é Cristo, e se o homem pensar em tentar ser “o” líder da igreja, trará para ela sua visão, seu jeito, sua forma, e isso pode ser prejudicial. Não podemos seguir cegamente homens como nós, mas sim, ler mais a Palavra de Deus, aborrecer o pecado e não deixar a ganância nos dominar.
Ninguém será convertido pela força (Zacarias 4:6); Os líderes não podem ouvir acusações contra um liderado sem provas; Ninguém, nem mesmo a igreja, tem direito a matar alguém, a não ser o próprio Deus.
Finalizando, deixo a primeira parte do livro, que mesmo com tantas atrocidades, o autor da obra reconhece a igreja como uma instituição importante no mundo, quando esta cumpre o seu chamado e vive de acordo com sua essência:
“Acho que, em parte, devemos também ao cristianismo o fato de hoje o mundo parecer menos desumano, sádico e violento do que no passado. Por dois mil anos, milhões de crentes tentaram de todas as maneiras testemunhar a palavra de paz e amor que Jesus pregava. Viam-se crentes nas cabeceiras dos doentes, recolhendo órfãos pelas ruas, curando os feridos depois das batalhas e saques. Havia cristãos, como São Francisco, que davam casa e conforto aos que eram devorados pela lepra e comida a quem morria de fome. E muitos como ele atravessaram as linhas de frente das batalhas para promover a paz entre os exércitos. Existiam muitos fiéis que socorriam os sobreviventes das inundações, dos terremotos, das fomes. Havia ainda cristãos que tentavam impor um limite à brutalidade contra os escravos e servos da gleba oprimidos pelos possessores. Existiram cristãos que se expuseram abertamente a fim de obter a graça para um inocente condenado sem provas, apenas por fanatismo religioso.”
Já li, ouvi e vi muita coisa sobre “Eclesiologia”, ou seja, o estudo sobre, dentre outras coisas, a história da igreja, mas nunca tinha lido tão forte quanto este. Realmente foi doloroso ler cada 266 das páginas deste.
O livro trata dos horrores que se passaram durante a história daquele que foi fundada por Jesus para ser a Luz deste mundo e o Sal desta terra. Devido o afastamento da Palavra, a luta por poder, a ganância por riquezas e o egoísmo dos líderes e membros das igrejas católicas e protestantes desde os primeiros séculos da igreja, milhões e milhões de pessoas foram mortas brutalmente, desumanamente e ainda colocavam a culpa em Deus, dizendo que assim era a vontade dEle.
Primeiro, foram as lutas para tomar possa do império romano e da liderança da igreja, depois a obrigação de todos se tornarem cristãos à força, depois as guerras por territórios, depois a luta para conquistar a Terra Santa (as Cruzadas), depois a luta para matar os “hereges” (entre as ações, a Santa Inquisição),
Segue alguns trechos que me chamaram atenção:
“O mero fato de ter uma Bíblia em casa já bastava para levantar as suspeitas de ser um inimigo da Igreja.” (pág. 17)
“O homem que tomar uma moça, com ou sem seu consentimento, sem antes ter estabelecido um acordo com seus progenitores... recaia a ameaça do seguinte castigo: a abertura de sua boca e de sua garganta, que emitam sugestões arrasadoras, será fechada com a ingestão de chumbo derretido.” (pág. 38 e 39)
“Por volta de 314, ... os agostinianos eram expoentes de classes populares com reivindicações políticas e sociais, como a libertação dos escravos, o perdão das dívidas e o fim dos usurários... Foram massacrados pelas tropas imperiais.” (pág. 40)
“... o jovem Maximiliano. Convocado em 295, declarou: “Não me é lícito prestar serviço militar, pois sou cristão”, e foi decapitado.” (pág. 43)
“As tentativas de impor à força a “doutrina verdadeira” a populações inteiras podiam ensejar rebeliões, vinganças, massacres e guerras”. (pág. 46)
“Outro episódio famoso foi a violenta repressão aos rebeldes samaritanos, quando foram mortas mais de cem mil pessoas.” (pág. 57).
Os seis fragmentos acima só são exemplos do início do livro, pois este também conta os massacres que ocorreram durante as Cruzadas entre os séculos XI a XIII, onde mendigos e nobres, cavaleiros e crianças, saíam de suas terras com o desejo de se tornarem mais ricos, de serem libertos da escravidão do próprio sistema cristão romano, ou de receberem perdão de todos os seus pecados, pois os papas prometiam indulgência plena a todos que fossem lutar pela conquista de Jerusalém e as “cidades sagradas”. Infelizmente, não só judeus e muçulmanos, como os próprios europeus, católicos em sua maioria, sofriam saques durante a peregrinação dos combatentes.
Além das cruzadas, na Santa Inquisição até o século XVIII milhares de pessoas eram mortas inocentes, por terem sido acusadas de hereges, bruxas etc. muitas vezes por cartas anônimas sem prova alguma da acusação. O mais impressionante era que os cristãos mais fervorosos, por lerem muito a bíblia e descobrir os erros da Igreja Romana, ou por terem em suas casas uma tradução da bíblia, ou pelo simples fato de terem o hábito de orar e jejuar, eram condenados como hereges. Ninguém podia se opor às autoridades da Igreja Católica. Ninguém, nem mesmo os imperadores!
O livro também cita as atrocidades que os europeus fizeram tanto nas Américas, quanto na África, no período da colonização, mais ou menos, 500 anos atrás. Os milhões de índios, maias, astecas, incas e outros povos foram humilhados, obrigados a se converterem ao catolicismo, usados como escravos, mortos sem motivo algum, suas mulheres estupradas, seus filhos jogados nas pedras etc.
Após muitas outras citações de fatos históricos que me surpreenderam devido a proporção com que se sucederam, é citado também os crimes atuais que a mídia tenta apresentar mas é abafado pela liderança do Vaticano. Apoio ao nazismo, pedofilia, relações entre padres e freiras, crimes envolvendo as lideranças e até, possivelmente o ex-papa João Paulo II ou algum de seus ligados.
Mesmo não sendo um livro evangélico, até porque conta também de líderes evangélicos que se envolveram nas guerras e mortes do catolicismo, esse livro serviu para me mostrar mais uma vez que a autoridade da igreja é Cristo, e se o homem pensar em tentar ser “o” líder da igreja, trará para ela sua visão, seu jeito, sua forma, e isso pode ser prejudicial. Não podemos seguir cegamente homens como nós, mas sim, ler mais a Palavra de Deus, aborrecer o pecado e não deixar a ganância nos dominar.
Ninguém será convertido pela força (Zacarias 4:6); Os líderes não podem ouvir acusações contra um liderado sem provas; Ninguém, nem mesmo a igreja, tem direito a matar alguém, a não ser o próprio Deus.
Finalizando, deixo a primeira parte do livro, que mesmo com tantas atrocidades, o autor da obra reconhece a igreja como uma instituição importante no mundo, quando esta cumpre o seu chamado e vive de acordo com sua essência:
“Acho que, em parte, devemos também ao cristianismo o fato de hoje o mundo parecer menos desumano, sádico e violento do que no passado. Por dois mil anos, milhões de crentes tentaram de todas as maneiras testemunhar a palavra de paz e amor que Jesus pregava. Viam-se crentes nas cabeceiras dos doentes, recolhendo órfãos pelas ruas, curando os feridos depois das batalhas e saques. Havia cristãos, como São Francisco, que davam casa e conforto aos que eram devorados pela lepra e comida a quem morria de fome. E muitos como ele atravessaram as linhas de frente das batalhas para promover a paz entre os exércitos. Existiam muitos fiéis que socorriam os sobreviventes das inundações, dos terremotos, das fomes. Havia ainda cristãos que tentavam impor um limite à brutalidade contra os escravos e servos da gleba oprimidos pelos possessores. Existiram cristãos que se expuseram abertamente a fim de obter a graça para um inocente condenado sem provas, apenas por fanatismo religioso.”
A Instituição Igreja é corruptível, mas a igreja invisível é o sal da terra e a luz do mundo!!!!
Valeu, Rodrigo, por ter me emprestado o livro!!
:)
4 comentários:
Cara eu não li o livro todo, mas desanimei um pouco quando li o capítulo que o autor critica o apóstolo Paulo. O que você achou deste capítulo?
Tenha muito cuidado com esse tipo de livro, e não acredite em tudo o que lê. Procure outros fontes e outros autores. Posso lhe garantir que esse livro é uma verdadeira piada que não tem quase nada a ver com História e tudo com ateísmo militante e com sensacionalismo. E não pense que ele só critica a "instituição" Igreja, como você diz. Ele critica os Apóstolos e a própria fé em Jesus Cristo.
Tenha muito cuidado com esse tipo de livro, e não acredite em tudo o que lê. Procure outras fontes e outros autores. Posso lhe garantir que esse livro é uma verdadeira piada, que não tem quase nada a ver com História e tudo com ateísmo militante e com sensacionalismo. E não pense que ele só critica a "instituição" Igreja, como você diz. Ele critica os Apóstolos e a própria fé em Jesus Cristo.
"Buscai a verdade" disse o senhor. Mas o nosso fanatismo nos cega de tal modo que pensamos que a verdade e sao so as que nos agradam. Como alguem que busca pela verdade nenhuma referencia deve ser descartada, porque ela pode estar com um crente bem como num ateu.
Eu creio em Deus em no meu senhor Jesus cristo mas nao deixaria de ler um livro so porque existem verdades (ou mentiras) que nao compactuam com as minhas crencas. Eu leio porque conhecer o ponto de vista dos outros conta muito para o meu ensino e aprendizagem. E se e' a minha intensao ajudar o meu proximo eu tnho k o conhecer. vivemos criticando uns aos outros chamando-nos de fanaticos, e se eu for o fanatico?
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