“E havendo Deus acabado
no dia sétimo a obra que fizera,
descansou no sétimo dia de toda a
sua obra, que tinha feito.
E abençoou Deus o
dia sétimo, e o santificou;
porque nele descansou
de toda a sua obra que Deus criara e fizera.” Gênesis 2:2,3
Estamos meditando sobre
os quatro verbos que dão um destaque especial para este dia:
Havendo acabado
Descansou
Abençoou
Santificou
Propusemo-nos a responder
essas e outras perguntas: Deus descansou porque estava cansado? Deus se cansa?
O que significa descansar nesse texto acima? Qual a importância deste dia? É
proibido trabalhar no sábado?
Na primeira postagem
analisamos a primeira locução verbal, “havendo acabado”. Para conhecer, leia a
postagem: O Descanso de Deus é um Lugar!
Na segunda postagem
analisamos o segundo verbo, “descansou”. Para ler sobre isso, leia a postagem: O Descanso é um Estado de Espírito!
Esta é a terceira
postagem acerca do dia sétimo. Nesse artigo, analisaremos o terceiro verbo que
aparece no dia sétimo: abençoou. Esse terceiro verbo trás ao sétimo dia
a ideia de que ele está ligado a uma AÇÃO, uma MISSÃO.
III. I. A bênção do Pai
Quando vemos nas
Escrituras Sagradas um pai abençoando um filho, por causa de nossa cultura
‘cristã’, achamos que é simplesmente uma palavra bonita que o pai ou mãe deseja
para o filho toda vez que esse sai para casa, ou vai para o trabalho, ou
simplesmente um gesto de respeito. Mas o que acontece na Bíblia não é um
simples: “– Bênção, mãe. – Deus te abençoe, meu filho!” É maior do que isso...
O verbo abençoar, no
hebraico VÅREKH [ברך], está associado à entrega de uma herança, de uma missão,
de um propósito de vida. Foi assim com Adam, Noé, Abraão e seus descendentes:
“E Deus os abençoou,
e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e
sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre
todo o animal que se move sobre a terra.” Gênesis 1:28
“E abençoou Deus a
Noé e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a
terra. E o temor de vós e o pavor de vós virão sobre todo o animal da terra, e
sobre toda a ave dos céus; tudo o que se move sobre a terra, e todos os peixes
do mar, nas vossas mãos são entregues.” Gênesis 9:1,2
“E Melquisedeque, rei de
Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o,
e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da
terra; E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas
mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.” Gênesis 14:18-20
“E aconteceu depois da
morte de Abraão, que Deus abençoou a Isaque seu filho... Peregrina nesta
terra, e serei contigo, e te abençoarei; porque a ti e à tua descendência darei
todas estas terras, e confirmarei o juramento que tenho jurado a Abraão teu
pai; E multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e darei à
tua descendência todas estas terras; e por meio dela serão benditas todas as
nações da terra;” Gênesis 25:11; 26:3,4
“E Jacó disse a seu pai:
Eu sou Esaú, teu primogênito... levanta-te agora, assenta-te e come da minha
caça, para que a tua alma me abençoe... E chegou-se, e beijou-o; então sentindo
o cheiro das suas vestes, abençoou-o, e disse: Eis que o cheiro do meu
filho é como o cheiro do campo, que o Senhor abençoou; Assim, pois, te dê Deus
do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto.
Sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os
filhos da tua mãe se encurvem a ti; malditos sejam os que te amaldiçoarem, e
benditos sejam os que te abençoarem... Então estremeceu Isaque de um
estremecimento muito grande, e disse: Quem, pois, é aquele que apanhou a caça,
e ma trouxe? E comi de tudo, antes que tu viesses, e abençoei-o, e ele será
bendito. Esaú, ouvindo as palavras de seu pai, bradou com grande e mui amargo
brado, e disse a seu pai: Abençoa-me também a mim, meu pai. E ele disse: Veio
teu irmão com sutileza, e tomou a tua bênção. Então disse ele: Não é o seu nome
justamente Jacó, tanto que já duas vezes me enganou? A minha primogenitura me
tomou, e eis que agora me tomou a minha bênção...” Gênesis 27:19, 27-29,33-38
Os textos acima mostram o
quanto a bênção era algo sério e usado para transmitir a herança de uma geração
para outra.
Se o descanso é o “último
lugar que Deus fez”, ou seja, o Jardim no Éden onde Deus repousou Adam, e se
descanso é um “estado de espírito”, ou seja, uma sensação que Adam poderia
desfrutar plenamente no Jardim, se aproveitasse a oportunidade, o descanso
também é uma “bênção”.
Ou seja, Deus não
abençoou o sétimo dia porque Ele estava cansado e nele descansou. Deus abençoou
o sétimo dia porque esse dia teria uma missão. O próprio Deus se incumbiu de
uma missão e repassou essa missão ao homem.
Deus deu descanso ao
primeiro homem naquele dia e queria que ele aprendesse a também dar descanso.
Um dia não pode ser
abençoado por si mesmo. Todos os dias são iguais perante o Senhor.
Mas Deus usou esse dia
para abençoar o Adam. E, de posse desta bênção, dessa herança, em que tinha se
tornado senhor e rei de todo o planeta, Adam deveria usar isso para abençoar os
seus descendentes. A herança não deveria ser apenas desfrutada, mas
compartilhada.
III.II. Sê tu uma bênção!
Vejamos dois textos, e
comparemos Adam com Abraão:
“E Deus os abençoou,
e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a;
e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o
animal que se move sobre a terra.” Gênesis 1:28
“Ora, o SENHOR disse a
Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra
que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e
engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que
te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão
benditas todas as famílias da terra.” Gênesis 12:1-3
Não é só a palavra
“bênção” que se repete nos dois textos:
- Assim como Adam deveria
sujeitar e dominar, Abraão teria o nome engrandecido. Aqui trata-se de um
reino, uma herança dada pelo próprio Deus, o Rei de toda a terra para um
príncipe, um herdeiro.
- Assim como Adam deveria
frutificar, Abraão deveria ser uma bênção. Frutificação envolve amadurecimento,
crescimento e compartilhamento daquilo que recebeu de Deus para outros, os
próximos herdeiros, filhos, sucessores. Ser abençoado não é apenas ter algo
muito bom que Deus tenha dado, mas sim, ter o que compartilhar, o que somar na
vida dos outros.
- Assim como Adam deveria
encher toda a terra, Abraão deveria abençoar toda a terra. O desafio na vida de
Adam, de Noé, de Abraão e outros, era, não apenas ser abençoado, mas abençoar
toda a humanidade!!!
“Ao qual disse: Este é o
descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; porém não quiseram
ouvir.” Isaías 28:12
Deus descansou dando
descanso. Mais do que descansar, no sábado Deus concluiu com
satisfação aquilo que traria descanso para nós... Adam foi colocado no
Jardim para dar acesso à humanidade ao descanso. Essa era sua missão!
III.III. Descansar
ou Dar Descanso?
O mandamento
abaixo seria para o povo de Israel, os herdeiros da bênção dos filhos de Jacó:
“E chamou Moisés a
todo o Israel, e disse-lhes: Ouve, ó Israel, os estatutos e juízos que hoje vos
falo aos ouvidos; e aprendê-los-eis, e guardá-los-eis, para os cumprir... mas
o sétimo dia é um sábado para o Senhor, o teu Deus. Nesse dia não farás
trabalho algum, nem tu nem teu filho ou filha, nem o teu servo ou serva, nem o
teu boi, teu jumento ou qualquer dos teus animais, nem o estrangeiro que
estiver em tua propriedade; para que o teu servo e a tua serva
descansem como tu. Lembra-te de que foste escravo no Egito e que o
Senhor, o teu Deus, te tirou de lá com mão poderosa e com braço forte. Por
isso o Senhor, o teu Deus, te ordenou que guardes o dia de sábado.”
Deuteronômio 5:1,14,15
O exemplo usado
por Deus no texto acima é mostrando para o povo de Israel a mudança de sua condição
de escravo no Egito, para a condição de senhores na terra de Canaã.
E, assim como Deus
deu a eles a liberdade no território egípcio, era para eles aprenderem a dar
liberdade para os seus escravos quando entrassem na terra prometida.
Ou seja, o sábado
não foi feito para Israel descansar, simplesmente, mas para que eles pudessem
dar descanso às classes mais desfavorecidas.
Não era para o
povo de Israel parar de trabalhar. Era para o povo de Israel parar de trabalhar
para eles, e pensar no próximo, ajudar ao próximo!
Deus estava
preocupado com os escravos! Sim! Ainda que em todas as culturas antigas, o
escravo sempre tenha sido humilhado, maltratado, considerado como lixo, bicho e
podia ser torturado sem direito algum a defesa pessoal, o Deus Criador do
homem, se mostrou preocupado com cada um deles...
Mais do que parar
de trabalhar para buscar ao Senhor, Deus também queria usar esses seus filhos,
principalmente os mais favorecidos (ricos, senhores, reis) para abençoar a vida
do outro.
Deus não está
exigindo nada a Israel do que Ele mesmo não tenha feito. Ele é o Senhor que deu
descanso no sétimo dia. Foi Ele quem preparou o Jardim para Adam.
Em Isaías 1:11-14
Deus está reprovando a guarda do sábado, porém, em Isaías 56:2-7; 58:13 e 66:23
Ele aprova. Parece até uma contradição, mas no capítulo 1 Deus está reprovando
a atitude dos religiosos com relação a guarda de um ritual vazio, feito por mero
costume. Diziam que queriam agradar a Deus, mas deixavam o órfão e a viúva
padecerem ao seu lado. O senhor denuncia que as suas mãos estavam sujas de
sangue, por não ajudar o carente. Já no capítulo 58, por exemplo, Deus fala que
se agradará de Israel quando eles entenderem o significado do sábado, que é
alimentar o faminto e libertar os cativos, e não apenas pararem de trabalhar e
fingirem uma falsa santificação. Leia:
“Eis que no dia em que jejuais achais o vosso
próprio contentamento... Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes
as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e
que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo?
Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto,
e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o
nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?... Se tirares do meio de ti o
jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente; E se abrires a tua alma ao
faminto, e fartares a alma aflita; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão
será como o meio-dia. E o Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma
em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado,
e como um manancial, cujas águas nunca faltam... Se desviares o teu pé do sábado,
de fazeres a tua vontade no meu santo dia, e chamares ao sábado
deleitoso, e o santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não
seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem
falares as tuas próprias palavras,...” Isaías 58:3,6,7,9-11,13
Este é o
verdadeiro sábado santo! O senhor dando descanso aos seus servos!
III. IV.
O que fazer no sábado?
É bem verdade que, literalmente, Deus havia
ordenado a Israel que todo o trabalho fosse cessado neste tempo sabático. Além
disso, nos sábados, os israelitas são conclamados a cumprir os seguintes
deveres:
- Se quisessem cozer
no forno o maná, teriam que fazê-lo um dia antes e este não se estragaria
(Êxodo 16:23). Isso pouparia o trabalho de quem cozinha, pois na sexta faria
logo o alimento para dois dias;
- Não podiam ir
colher o maná. Cada um deveria ficar no seu lugar, na sua tenda (Êxodo
16:26,29). Isso pouparia o trabalho de quem tinha que andar, quem sabe,
quilômetros, para catar o maná fora do arraial;
- Ninguém poderia
trabalhar, nem crianças, nem escravos, nem animais, nem estrangeiros que
estivessem morando entre eles (Êxodo 20:10). O que ascende a necessidade de se
importar, não com o próprio descanso, mas com o próximo;
- Os israelitas
devem guardar o sábado para sempre (Êxodo 31:16). Ou seja, ainda hoje essa
regra vale para eles onde estiverem espalhados no planeta;
- Quem trabalhasse
neste dia deveria ser morto ou banido do meio do povo (Êxodo 31:15; 35:2;
Números 15:32-36);
- Não podiam acender
sequer uma fogueira (Êxodo 35:3);
- Deveriam se reunir
e dedicar o dia ao Senhor (Levítico 23:3). Ou seja, o dia era separado para se
consagrar espiritualmente;
- Só no santuário –
tabernáculo ou templo – havia trabalho, pois o sumo sacerdote deveria renovar o
azeite do candelabro e os pães da mesa (Levítico 24:8; I Crônicas 9:32);
- As pessoas que
moravam longe do templo de Jerusalém, iam até os homens de Deus mais próximos
(II Reis 4:22,23);
- No templo, havia
guardas que se revezavam em turnos (II Reis 11:4-9; II Crônicas 23:4,8);
- Deveria ser
oferecidos sacrifícios (I Crônicas 23:31; II Crônicas 2:4; 8:13; 31:3);
- Não se podia
permitir que cargas fossem carregadas neste dia (Jeremias 17:21,22,24,27);
- As Escrituras
Sagradas eram lidas (Atos 15:21).
Além de todas as
tarefas acima mencionadas, queremos tratar aqui especificamente do Ano do Jubileu: Vamos usar essa celebração, que também é um sábado - neste caso, de 360 dias -, para revelar o que significa o sábado:
Para quem não sabe,
de 50 em 50 anos, ou seja, um ano após o 49º ano, que seriam sete setes, ou
seja, 07 x 07, o povo de Israel deveria separar um ano inteiro como um sábado santo
ao Senhor (Levítico 25:8,10). Neste ano, além de não trabalhar, o povo deveria:
- Libertar os
escravos (Levítico 25:10,39-55)
- Devolver as posses
que compraram (Levítico 25:10,13-16,23-34)
- Restaurar as
famílias separadas (Levítico 25:10)
- Dar descanso para
a terra (Levítico 25:11,12,19-22)
- Perdoar as dívidas
(Levítico 25:35-38)
“O Espírito do
Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos
de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos
presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor..” Isaías 61:1,2a
Jubileu vem de
“júbilo”, e significa “grande alegria”, “contentamento incontido”, “grito de
alegria”... Ou seja, o Ano do Jubileu era um período de celebração, perdão de
dívidas, restituição... Era o alívio para o aflito, carente, humilhado,
sofredor... E esse é o conceito de sábado para Deus. Deus não queria apenas que
Israel descansasse no sábado, mas que Israel desse descanso, como já dissemos
em postagem anterior...
Caso não obedecessem
e guardassem o Ano do Descanso, Deus prometeu que expulsaria Israel dali para
que a terra descansasse os seus sábados (Levítico 26:34,43). E foi o que
aconteceu. Deus os levou para a Babilônia alguns séculos depois (II Crônicas
36:20,21).
III.V. Jesus, e o Principal dos Mandamentos
É fato que Jesus
(Marcos 1:21; 3:1,2; 6:2; Lucas 4:16,31; 13:10), bem como os apóstolos (Atos
13:14,27,42,44; 17:2; 18:4) sempre aproveitaram a ocasião do sábado, quando os
judeus estavam reunidos, para estudar as Escrituras na sinagoga. Mas Jesus
“guardava” o sábado? Ele instituiu isso para a Sua Igreja?
Em certo dia de
sábado, os discípulos de Jesus colhiam espigas para comer, porém os fariseus os
condenaram (Mateus 12:1-8; Marcos 2:23-28; Lucas 6:1-5). Jesus apresenta cinco
argumentos:
1- “Mas
ele disse-lhes: Nunca lestes o que fez Davi, quando estava em
necessidade e teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa
de Deus, no tempo de Abiatar, sumo sacerdote, e comeu os pães da proposição,
dos quais não era lícito comer senão aos sacerdotes, dando também aos que com
ele estavam?” Marcos 2:25-26
Sendo assim, Jesus
provou que Deus honra mais o fato de alimentar o necessitado do que seguir
rituais!
2- “Ou
não tendes lido na Torah que, aos sábados, os sacerdotes no templo
violam o sábado, e ficam sem culpa? Pois eu vos digo que está aqui quem é
maior do que o templo.” Mateus 12:5-6
Ou seja, quando
estamos nEle, fazendo a Sua vontade, estamos acima dos rituais. Jesus é maior
do que o templo, portanto, maior que os rituais realizados ali.
3- “Mas,
se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não
condenaríeis os inocentes.” Mateus 12:7
Jesus aqui
confirma mais uma vez tudo que falamos até agora sobre o sábado, citando Oséias
6:6. Melhor do que cumprir rituais é ajudar quem precisa de auxílio.
4- “O
sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.”
Marcos 2:27
Alguma dúvida
ainda? Pois bem, o mais importante não é o ritual, mas o bem do ser humano que
deve ser prioridade para nós sempre!
5- “Porque
o Filho do homem até do sábado é Senhor.” Mateus 12:8
Quem quiser
condenar os discípulos de Jesus por realizarem no sábado, terão que se ver com
o próprio Jesus, que é o Senhor do sábado. Jesus se apresenta aqui como o
próprio Senhor do sábado, que dá descanso aos seus servos... Assim como vimos
em Deuteronômio 5:14,15. Ele entendeu a mensagem das Escrituras, melhor do que
qualquer religioso ali presente.
Curioso que Ele
tinha declarado pouco antes dessa situação, o texto que é muito famoso entre
nós: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de
coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque
o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”
Mateus 11:28-30.
Coincidência? Não
mesmo! Ele é Soberano e já tem os argumentos antes dos questionamentos. Antes
mesmo dos fariseus reclamarem que os discípulos de Jesus não guardavam o
descanso, Ele mesmo se apresentou como aquele que pode dar descanso! Hallel
Yah!
Temos mais dois
argumentos com relação ao sábado usados por Jesus em outras ocasiões, onde
curou pessoas e foi questionado por causa disso:
“E, estava ali
um homem que tinha uma das mãos mirrada; e eles, para o acusarem, o
interrogaram, dizendo: É lícito curar nos sábados? E ele lhes disse: Qual
dentre vós será o homem que tendo uma ovelha, se num sábado ela cair numa cova,
não lançará mão dela, e a levantará? Pois, quanto mais vale um homem do que uma
ovelha?... É, por consequência, lícito fazer bem nos sábados.”
João 7:10-12
Ou seja, os
religiosos não eram tão guardadores do sábado como diziam. É sempre assim!
Quando exigimos muito dos outros determinada questão, é bem provável que nós
mesmos não cumprimos aquelas exigências, pois temos o vício de acusar, mais do
que se auto analisar.
“Respondeu
Jesus, e disse-lhes: Fiz uma só obra, e todos vos maravilhais. Pelo motivo de
que Moisés vos deu a circuncisão (não que fosse de Moisés, mas dos pais), no
sábado circuncidais um homem. Se o homem recebe a circuncisão no sábado,
para que a Torah de Moisés não seja quebrantada, indignais-vos contra mim,
porque no sábado curei de todo um homem?” João 7:21-23
Se é possível
“quebrar” uma ordem divina para cumprir outra, como no caso da circuncisão, por
que não fazer algo muito superior que Deus também pediu?
Teria coisa melhor
para se fazer no sábado, senão curar pessoas?
Mateus 12:9-15;
Marcos 3; Lucas 5:6-10; 13:10-16; 14:1-5; João 5; 7:22,23; 9:14,16
O segredo oculto
no sétimo dia consiste em cumprir dois ensinos: amar a Deus (amor vertical) e
amar ao próximo (amor horizontal, formando a cruz):
"Aproximou-se dele um dos escribas que os
tinha ouvido disputar, e sabendo que lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe:
Qual é o primeiro de todos os mandamentos? E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de
todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único
Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas
forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás
o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.”
Marcos 12:28-31
O apóstolo João colabora
com este pensamento ao afirmar:
“Se alguém diz: Eu
amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem
não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão.” I João 4:20,21
E o apóstolo Paulo resumiu ainda mais, de duas formas diferentes:
“Porque toda a Torah se cumpre numa só
palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.”
Gálatas 5:14
“Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a Instrução de Cristo.”
Gálatas 6:2
Enfim, para os que
ainda tem dúvida sobre se a Igreja de Jesus precisa guardar um dia da semana ou
não, vejamos esses dois textos:
“Porquanto
ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, e
transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a
Torah, não lhes tendo nós dado mandamento,... Na verdade pareceu bem ao
Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas
coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do
sangue, e da carne sufocada, e da fornicação, das quais coisas bem fazeis se
vos guardardes. Bem vos vá.“ Atos 15:24-29
“Todavia,
quanto aos que creem dos gentios, já nós havemos escrito, e achado por bem, que
nada disto observem; mas que só se guardem do que se sacrifica aos ídolos, e do
sangue, e do sufocado e da fornicação.” Atos 21:25
Os apóstolos se
reuniram e entenderam que os gentios convertidos não deveriam seguir os rituais
instituídos por Deus ao povo de Israel. De todas as instruções no Tanach (o
chamado Antigo Testamento), a Igreja procedente das nações só deveria se guardar
do que se sacrifica aos ídolos, e do sangue, e do sufocado e da fornicação.
Ponto final!
E para quem ainda
insiste e quer uma prova mais clara, o apóstolo Paulo diz:
“Portanto, ninguém
vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa,
ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas
futuras, mas o corpo é de Cristo.” Colossenses 2:16,17
Quer prova maior que as Escrituras não obriga a um não-judeu a guardar o
sábado?
O descanso é uma bênção! A nossa missão! A nossa ação diária, não apenas
uma vez por semana! Ame ao próximo como a ti mesmo! Ofereça o descanso ao
cansado! Não ame mais os rituais do que as pessoas.
Se você brigar hoje por regras humanas e costumes que passam, ao invés de
se dedicar a verdadeiramente ensinar o que Deus gosta de compartilhar, amanhã
você se lamentará por ter perdido tanto tempo com eventos, do que, de fato, com
pessoas...
Enfim, temos bastante o que meditar ainda sobre o sétimo dia! Aproveite e
mergulhe nas meditações:
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