I. UNINDO AS DUAS PARÁBOLAS:
MATEUS
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LUCAS
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O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de
seu filho; E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas,
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Um certo homem fez uma grande ceia, e convidou a muitos.
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e estes não quiseram vir. Depois, enviou outros servos, dizendo:
Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e
cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas. Eles, porém, não fazendo
caso, foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio;
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E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: Vinde, que
já tudo está preparado. E todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o
primeiro: Comprei um campo, e importa ir vê-lo; rogo-te que me hajas por
escusado. E outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-los;
rogo-te que me hajas por escusado. E outro disse: Casei, e portanto não posso
ir. E, voltando aquele servo, anunciou estas coisas ao seu senhor.
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E os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram. E o
rei, tendo notícia disto, encolerizou-se e, enviando os seus exércitos,
destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade.
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Então o pai de família, indignado, disse ao seu servo: Sai depressa
pelas ruas e bairros da cidade, e traze aqui os pobres, e aleijados, e mancos
e cegos. E disse o servo: Senhor, feito está como mandaste; e ainda há lugar.
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Então diz aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os
convidados não eram dignos. Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai
para as bodas a todos os que encontrardes. E os servos, saindo pelos
caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a
festa nupcial foi cheia de convidados.
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E disse o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e valados, e força-os a
entrar, para que a minha casa se encha. Porque eu vos digo que nenhum
daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia.
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E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não
estava trajado com veste de núpcias. E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui,
não tendo veste nupcial? E ele emudeceu. Disse, então, o rei aos servos:
Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali
haverá pranto e ranger de dentes.
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II. CONTRADIÇÕES?
Por exemplo: podemos concluir que se um guarda de trânsito descrever
dois acidentes de rua usando linguagem quase idêntica, ele esteja expondo
relatos de um mesmo acidente? Claro que não!
Ouro exemplo: se eu recebo de Deus um livramento, é óbvio que eu não
contarei apenas uma vez o testemunho.
No livro de Atos vemos o relato da conversão do apóstolo Paulo sendo
contado três vezes: Atos 9:19; 22:4-11; 26:9-18. Note que em cada uma das
vezes, há detalhes que são omitidos e outros detalhes que são melhores
explicados.
Digamos que um dia eu conte um testemunho sobre um fato que aconteceu
comigo duas vezes. É fato que quando eu contar pela primeira vez, posso me
esquecer de alguma informação. Além disso, se o primeiro público for íntimo
meu, posso não explicar alguns detalhes que eles já conhecem, mas, se o segundo
público for pessoas que não tenho muito contato, terei que contar o testemunho
com maiores detalhes. Pode também acontecer de forma contrária. Se eu conto
mais de uma vez um episódio que tenha acontecido comigo, a tendência é que eu,
cada vez mais, resuma a história.
Jesus, como qualquer outro pregador, poderia pregar sermões semelhantes
em momentos diferentes, locais diferentes e para pessoas diferentes. E, dependendo
da época do ano, do local ou da plateia, Jesus poderia acrescentar ou retirar
algum detalhe.
Embora as duas parábolas sejam muito semelhantes, e podemos as unir
para alcançarmos uma única compreensão, as duas foram contadas em episódios
diferentes:
Mateus lembrou em sua carta quando Jesus contou essa história quando
estava ensinando no templo, em Jerusalém, perto do dia de Sua morte (Mateus
21:23 – 24:1).
Já Lucas escreveu sobre quando Jesus contou esta parábola no dia de
sábado, em uma refeição na casa de um dos líderes dos fariseus, quando ainda tinha
o propósito de ir a Jerusalém (Lucas 14:1).
Embora as narrativas tenham pontos convergentes e divergentes, reina
uma simples, mas inequívoca coerência. Não há nenhuma contradição quanto à
doutrina e aos feitos de Jesus, nenhuma discrepância quanto à palavra ou ação.
III. QUAL O CONTEXTO DESSAS
PARÁBOLAS?
Para entendermos o contexto, vamos analisar o capítulo anterior de
Mateus 22, ou seja, Mateus 21, e os versículos anteriores a Lucas 14:15-24, ou
seja, Lucas 14:1-14. Em todo este contexto uma coisa é fato: Jesus condena a
liderança religiosa judaica porque Suas atitudes não condizem com Sua Palavra:
Mateus 21
Em Mateus 21, ao Jesus entrar em Jerusalém na semana de Sua morte, uma
multidão o adora (Mateus 21:9) enquanto os principais dos sacerdotes e os
escribas se indignam (Mateus 21:15).
Ao chegar ao templo, Jesus expulsa os comerciantes do templo por causa
de Seu zelo (Mateus 21:12).
Ao sentir fome, Jesus vai até a figueira que, sem fruto, imediatamente
torna-se seca pela ordem de Jesus (Mateus 21:18,19).
Após os príncipes dos sacerdotes e anciãos questionarem a autoridade de
Jesus (Mateus 21:23), Ele conta três parábolas:
Parábola dos Filhos (Mateus 21:28-32)
O filho que a princípio diz que não vai, mas se arrepende e obedece o
pai, representa os publicanos e prostitutas que creem.
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O outro filho da parábola, que disse que iria, mas não obedece o pai,
representa os príncipes dos sacerdotes e anciãos.
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Parábola dos Lavradores Maus (Mateus 21:33-44)
O pai de família, a vinha, os servos que pedem conta, o filho e os
outros lavradores = gentios (Igreja).
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Lavradores maus:
“E os príncipes dos sacerdotes e os fariseus, ouvindo estas
palavras, entenderam que falava deles.”
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Parábola das Bodas (Mateus 22:1-14)
O rei, o filho, os servos, outros servos, o exército, os novos
convidados e os serventes.
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Os convidados que apresentaram desculpas para não ir, os convidados
assassinos e o convidado que foi sem o traje adequado.
“os fariseus... enviaram-lhe os seus discípulos, com os
herodianos...”
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Após Jesus contar a Parábola das Bodas, os fariseus enviam os seus
discípulos juntamente com os herodianos para provarem Jesus (Mateus 22:15-22)
e, no mesmo dia, aparecem também os saduceus para testarem Jesus (Mateus
21:23-33). O detalhe é que os fariseus, herodianos e saduceus eram divergentes
entre si, mas resolveram se unir contra Jesus por causa dessas palavras... O
que essa parábola tem de tão pesado que os irritaram?
Lucas 14
Jesus é convidado para participar de uma refeição na casa de um dos
principais fariseus e eles o observam ao curar um homem hidrópico no sábado.
Após a cura, Jesus os questiona, mas ninguém era capaz de o reprovar (Lucas 14:1-6).
Reparando que os convidados do dono da casa procuravam os primeiros
lugares, Jesus os repreende, ensinando-os a humildade de se sentarem nos
últimos lugares para, assim, serem honrados (Lucas 14:7-11).
Aproveitando, Jesus ainda repreende ao dono da casa que, ao invés de
convidar aqueles que podem lhe retribuir da mesma forma, deveria convidar os
pobres, aleijados, coxos e cegos, que nada poderiam fazer por ele, mas que,
fazendo assim, ele teria uma recompensa
na ressurreição dos justos (Lucas 14:12-14).
É justamente neste momento que um dos convidados declara: ‘Bem
aventurado aquele que comer pão no reino de Deus!’, e Jesus conta a parábola
que aqui vamos estudar...
Jesus havia acabado de falar sobre a ressurreição dos justos, e um dos
convidados fala sobre uma refeição no reino de Deus, então seja o que Jesus
quer compartilhar no ensinamento desta parábola, além de servir para os homens
daqueles dias, ela fala sobre algo muito mais profundo. Essa parábola é
profética! Vejamos:
IV. “O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as
bodas de seu filho…”
- Quem é o Rei? O Rei só
pode aqui estar sendo representado pelo Pai.
- Quem é o Filho? O Filho
aqui só pode estar sendo representado por Jesus.
- Quem se casará com o Filho? Um
dia a Igreja celebrará a festa de casamento com Jesus:
A Igreja é citada pelo apóstolo Paulo como a noiva de Jesus:
“Porque zelo por vós com zelo de
Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um
só esposo, que é Cristo.” II Coríntios 11:2
“Porque o marido é o cabeça da
mulher, como também Cristo é o cabeça da Igreja, sendo este mesmo o salvador do
corpo. Como, porém, a Igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres
sejam em tudo submissas ao seu marido. Maridos, amai vossa mulher, como também
Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse,
tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar
a si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém
santa e sem defeito... Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e a
Igreja.” Efésios 5:23-32
O apóstolo João, ao relatar o Apocalipse apresenta a festa de casamento
entre Jesus e a Igreja após a Grande Tribulação:
“Regozijemo-nos, e alegremo-nos,
e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa
se aprontou.” Apocalipse 19:7
“... Bem aventurados aqueles que
são chamados à ceia das bodas do Cordeiro...” Apocalipse 19:9b
Mas, se o arrebatamento, quando a Igreja se une a Jesus, é antes da
Grande Tribulação, porque a festa de casamento dos dois é apenas após a Grande
Tribulação?
A resposta está em uma parábola viva, no livro de Ester:
1. Noivado
“... para vir ao rei Assuero...
segundo a lei das mulheres, por doze meses (porque assim se cumpriam
os dias das suas purificações, seis meses com óleo de mirra, e seis
meses com especiarias, e com as coisas para a purificação das mulheres)... vinha
a moça ao rei; a ela se dava o que desejasse para levar consigo...”
Ester 2:12,13
No noivado dos tempos antigos, que era como um contrato, os pais da
noiva recebiam o dote. Após o noivado, enquanto o noivo preparava a casa para
habitar com sua futura esposa, a noiva se preparava para o dia do casamento.
Jesus pagou o dote, derramando preço de sangue e morrendo em nosso
lugar. Atualmente, a Igreja está se preparando para o grande dia.
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2. União dos Noivos
“À tarde entrava, e pela manhã tornava à segunda casa das
mulheres... Chegando, pois, a vez de Ester, filha de Abiail, tio de Mardoqueu
(que a tomara por sua filha)... alcançava Ester graça aos olhos de todos
quantos a viam... E o rei amou a Ester mais do que a todas as
mulheres, e alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as
virgens; e pôs a coroa real na sua cabeça, e a fez rainha...”
Ester 2:14-17
No arrebatamento, a Igreja será levada até Jesus, que a amará e a
fará rainha ao Seu lado. Assim como Ester passou uma noite com o rei, a
Grande Tribulação, período em que a Igreja estará com Jesus nos céus, é
comparada à noite.
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3. Bodas de Casamento
“Então o rei deu um grande
banquete a todos os seus príncipes e aos seus servos; era o
banquete de Ester; e deu alívio às províncias, e fez presentes segundo a
generosidade do rei. E reunindo-se segunda vez as virgens...” Ester
2:18-19
Após a Grande Tribulação, Jesus voltará ao planeta para estabelecer
Seu governo de mil anos. Esse momento é chamado no livro de Apocalipse como
‘as bodas do Cordeiro’.
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V. “E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas...
Depois, enviou outros servos... Então diz aos servos: ... Ide...”
Em Mateus, os servos são encaminhados duas vezes para os primeiros
convidados e uma vez para os últimos convidados. Em Lucas, acontece o
contrário. Mas, quem são os servos que são encaminhados três vezes na parábola?
Deus sempre falou através de Seus profetas, desde Abel (Mateus 23:35):
“Havendo Deus antigamente falado
muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos
nestes últimos dias pelo Filho.” Hebreus 1:1
Pelo menos umas 20 vezes na
Bíblia as palavras servo e profeta estão associadas, no mesmo versículo:
“... conforme o Senhor predissera
por meio do seu servo, o profeta Aías.” I Reis 14:18
“... eu vingarei o sangue de meus
servos, os profetas, e o sangue de todos os servos do Senhor...” II Reis
9:7
“... conforme a palavra do Senhor
, Deus de Israel, anunciada pelo seu servo
Jonas, filho de Amitai, profeta...”
II Reis 14:25
“O Senhor advertiu Israel e Judá
por meio de todos os seus profetas e videntes: ‘Desviem-se de seus maus
caminhos. Obedeçam às minhas ordenanças e aos meus decretos, de acordo com toda
a Lei que ordenei aos seus antepassados que obedecessem e que lhes entreguei
por meio de meus servos, os profetas’”. II Reis 17:13
“... conforme os havia advertido
por meio de todos os seus servos, os
profetas...” II Reis 17:23
“E o Senhor disse por meio dos
seus servos, os profetas:” II Reis 21:10
“... de acordo com a palavra do
Senhor proclamada por seus servos,
os profetas.” II Reis 24:2
“... por meio dos teus servos, os profetas, quando disseste... ” Esdras 9:11
“... enviei os meus servos, os profetas, dia após dia.” Jeremias 7:25
“Também vos enviou o Senhor todos os seus servos, os profetas, madrugando e enviando-os, mas vós não escutastes, nem
inclinastes os vossos ouvidos para ouvir...” Jeremias 25:4
“e se não ouvirem as palavras dos
meus servos, os profetas, os quais tenho enviado a vocês vez após vez, embora vocês
não os tenham ouvido,” Jeremias 26:5
“Porque eles não deram atenção às
minhas palavras”, declara o Senhor, “palavras que lhes enviei pelos meus servos, os profetas. E vocês também não deram atenção!”, diz o Senhor.”
Jeremias 29:19
“Enviei a vocês, repetidas vezes,
todos os meus servos, os profetas. Eles lhes diziam que cada um
de vocês deveria converter-se da sua má conduta, corrigir as suas ações e
deixar de seguir outros deuses para prestar-lhes culto. Assim, vocês habitariam
na terra que dei a vocês e a seus antepassados. Mas vocês não me deram atenção
nem me obedeceram.” Jeremias 35:15
“Assim diz o Soberano, o Senhor:
Acaso você não é aquele de quem falei em dias passados por meio dos meus servos, os profetas de Israel?...” Ezequiel 38:17
“Não demos ouvido aos teus servos,
os profetas, que falaram em teu nome
aos nossos reis, aos nossos líderes e aos nossos antepassados, e a todo o teu
povo.” Daniel 9:6
“não te demos ouvidos, Senhor nosso Deus, nem obedecemos às leis que
nos deste por meio dos teus servos,
os profetas.” Daniel 9:10
“Certamente o Senhor, o Soberano, não faz coisa alguma sem revelar o
seu plano aos seus servos, os profetas.” Amós 3:7
“Mas as minhas palavras e os meus decretos, que ordenei aos meus servos, os profetas, alcançaram os seus antepassados...” Zacarias 1:6a
“...vai cumprir-se o mistério de Deus, da forma como ele o anunciou aos
seus servos, os profetas.” Apocalipse 10:7
“...Chegou o tempo de julgares os
mortos e de recompensares os teus servos,
os profetas, os teus santos e os que
temem o teu nome, tanto pequenos como grandes...” Apocalipse 11:18
Ao se aproximar o fim dos 07 anos de união entre Yeshua e Sua Igreja
nos céus, quando tudo estiver pronto para a festa de casamento, Deus enviará
outros servos para relembrar aos antigos convidados que está tudo pronto!
Na metade da Grande Tribulação, o Anticristo se revelará, tentando
receber adoração como Deus (II Tessalonicenses 2:1-10) e proibindo qualquer
tipo de culto (Daniel 9:27).
É neste período que surgem as virgens que receberão o noivo (Mateus
25:1-13), os servos de Deus que pregarão a verdade, mas serão mortos pelo
Anticristo e pelo falso profeta.
“Tocai a trombeta em Sião, e
clamai em alta voz no meu santo monte; tremam todos os moradores da terra,
porque o dia do SENHOR vem, já está perto;” Joel 2:1
“Tocai a trombeta em Sião...
Congregai o povo, santificai a congregação... saia o noivo da sua recâmara, e a
noiva do seu aposento. Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o
alpendre e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó Senhor...” Joel 2:15-17
VI. “E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas, e
estes não quiseram vir…”
É interessante que, assim como na história de Ester, quem participa da
festa são os príncipes e servos, sendo que na parábola, os convidados não
quiseram participar.
Características dos Primeiros
Convidados:
- Ameleo [αμελησαντες] = negligentes, não se importaram, descuidados
“Eles, porém, não fazendo caso, foram, um para o seu
campo, outro para o seu negócio;” Mateus 22:5
- Phoneus [φονεις] = Assassinos,
homicidas, criminosos
“E os outros, apoderando-se dos
servos, os ultrajaram e mataram. E o rei, tendo notícia disto, encolerizou-se
e, enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade.” Mateus 22:6-7
- Axios [αξιοι] = Indignos
“Então diz aos servos: As bodas,
na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos.” Mateus 22:8
Digno é o que tem o peso de outra coisa de valor semelhante, adequado,
próprio, conveniente, comparável a algo, de alguém que mereceu algo de valor.
Mas, quem está representado os primeiros convidados?
1. Se observarmos o contexto em
que Jesus contou esta parábola, entenderemos que os primeiros convidados são:
- Comerciantes do templo (Mateus 21:12)
- Principais dos sacerdotes (Mateus 21:15,23,45)
- Escribas (Mateus 21:15)
- Anciãos (Mateus 21:23)
- Fariseus (Mateus 21:45; 22:15; Lucas 14:3)
- Discípulos dos fariseus (Mateus 22:16)
- Herodianos (Mateus 22:16)
- Um dos principais dos fariseus e seus convidados (Lucas 14:1,7,12,15)
- Doutores da Torah (Lucas 14:3)
OU SEJA: todos aqueles que se apegam mais à religião do que a Deus.
2. Além do contexto, como
podemos provar que os primeiros convidados representa os religiosos israelitas?
Dentre todo o planeta, são eles que têm o convite nas mãos com data e
local para a festa de casamento:
- Torah: Gênesis, Êxodo,
Levítico, Números e Deuteronômio.
- Tanach: Gênesis, Êxodo,
Levítico, Números e Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II
Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, Jó, Salmos, Provérbios,
Eclesiastes, Cantares de Salomão, Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias,
Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum,
Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
A parábola retrata o momento da festa, porém o convite foi feito a
Ysrael muito antes da festa. Por exemplo, em Daniel podemos saber o cálculo do
ano exato em que essa festa acontecerá:
“Setenta semanas estão
determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a
transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a
justiça eterna, para selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos
Santos.” Daniel 9:24
De acordo com essa profecia de Daniel, só falta uma semana (que não são
sete dias, mas sete anos: Gênesis 29:27-30; Levítico 25:8) para que as
profecias se cumpram. Assim que a Igreja for levada, o Anticristo fará uma
aliança por sete anos e, ao final desses sete anos, Jesus vem para vencê-lo e
estabelecer Seu reino.
3. Eles usam a própria Torah
como desculpa para não participarem desse momento tão especial:
“E todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um
campo, e importa ir vê-lo; rogo-te que me hajas por escusado. E outro disse:
Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-los; rogo-te que me hajas por
escusado. E outro disse: Casei, e portanto não posso ir.” Lucas 14:18-20
Os que apresentaram essas desculpas, se apegaram à Bíblia para poderem
se justificarem:
“Então os oficiais falarão ao
povo, dizendo: Qual é o homem que edificou casa nova e ainda não a consagrou?
Vá, e torne-se à sua casa para que porventura não morra na peleja e algum outro
a consagre. E qual é o homem que plantou uma vinha e ainda não a desfrutou? Vá,
e torne-se à sua casa, para que porventura não morra na peleja e algum outro a
desfrute. E qual é o homem que está desposado com alguma mulher e ainda não a
recebeu? Vá, e torne-se à sua casa, para que porventura não morra na peleja e
algum outro homem a receba.” Deuteronômio 20:5-7
Você conhece alguém que usa a própria Bíblia para pecar ou permanecer
no pecado? Desculpas como ‘Os apóstolos não disseram que eu tenho que dizimar’,
‘Na Bíblia os homens tinham mais de uma mulher’, ‘Jesus transformou a água em
vinho, por isso posso consumir bebida alcóolica’, ‘Deus não proíbe drogas na
Bíblia’, ‘sodomita não quer dizer necessariamente homossexual’ etc. Triste
dessas pessoas que usam a Bíblia contra si mesmo. Estão agindo loucamente...
4. São eles que maltrataram e
mataram os servos a quem Deus enviou:
“Eles, porém, não fazendo caso,
foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio; E os outros,
apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram.” Mateus 22:5-6
“Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! ... vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os
profetas... Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; a uns
deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas
sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade; Para que sobre vós caia todo o
sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho
de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar... Jerusalém, Jerusalém,
que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados!...” Mateus
23:29-37
Mas, qual a relação dessas
pessoas com o futuro?
Durante a última metade da Grande Tribulação (1260 dias = 42 meses =
3,5 anos), aqueles que rejeitarem o convite para a festa de Jesus matarão os
servos de Deus que aqui estiverem pregando:
“E darei poder às minhas duas
testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de
saco... E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes
fará guerra, e os vencerá, e os matará.” Apocalipse 11:3-7
“... Vi subir do mar uma besta
que tinha sete cabeças e dez chifres... E foi-lhe dada uma boca, para proferir
grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para agir por quarenta e dois
meses. E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus... E foi-lhe permitido fazer
guerra aos santos, e vencê-los...” Apocalipse 13:1-7
VII. “... tudo já pronto…”
Digamos que fomos convidados para um evento... Como sabemos se chegou o
momento de se preparar para este evento? Através do calendário e do relógio,
que são guiados pelos astros, pelos fenômenos naturais... Sabemos que amanheceu
pelo nascer do sol, que anoiteceu pelo pôr do sol, que está chegando o fim do
ano pelo clima quente do verão, que está chegando o meio do ano pelo inverno
etc.
Da mesma forma, tanto os servos, quanto os convidados saberão que
chegou o dia da festa de casamento por causa dos sinais no sol, na lua e nas
estrelas, bem como os fatos que acontecerão na política, na economia, nas
florestas, com os animais etc.
A figura acima retrata os sinais dos sete selos e das sete trombetas,
resumindo a descrição do livro de Apocalipse.
Não haverá como não reconhecer a sequência dos fatos assim que a Igreja
desaparecer da terra. Quem estiver aqui saberá que chegou o tempo em que todas
as profecias bíblicas estarão para se cumprirem.
VIII. “... E o rei, tendo notícia disto, encolerizou-se e, enviando
os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade…”
Por que, durante a festa, ocorre uma guerra? Até que ponto esses dois
eventos estão ligados?
Antes de falarmos sobre o que há de profético nisso, lembre-se que as
desculpas que os convidados apresentam para não irem à festa (Lucas 14:18-20),
na verdade, são parecidas com as liberações divinas para não irem à guerra (Deuteronômio
20:5-7).
Uma guerra em meio à festa?
Assim como na parábola, em que, durante a festa, o rei manda que a
cidade dos primeiros convidados, bem como os próprios, sejam destruídos, assim
também aconteceu na história de Ester: enquanto acontecia o banquete por
ocasião da festa de casamento entre o rei e Ester, aconteceu uma conspiração
contra o rei, descoberta por Mardoqueu. Os conspiradores foram mortos
enforcados (Ester 2:21-23).
Da mesma forma, quando Jesus descer, ao final dos sete anos de Grande
Tribulação, estará acontecendo em Jerusalém a guerra chamada Armagedom,
descrita, por exemplo, em Joel 3:2,9-21; Zacarias 12:2-14; 14:2-15; Apocalipse
16:13-16
“Lançai a foice, porque está madura a seara; vinde, pisai,
porque o lagar está cheio,...”
Joel 3:13a
“... sentado sobre a nuvem um
semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada... Toma a tua foice e
ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra já amadureceu! E aquele que estava sentado sobre a
nuvem passou a sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada. Então, saiu do
santuário, que se encontra no céu, outro anjo, tendo ele mesmo também uma foice
afiada. Saiu ainda do altar outro anjo, aquele que tem autoridade sobre o fogo,
e falou em grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: Toma a sua foice
afiada e ajunta os cachos da videira da terra, porquanto as suas uvas estão
amadurecidas! Então, o anjo passou a sua foice na terra, e vindimou a videira
da terra, e lançou-a no grande lagar da
cólera de Deus. E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do
lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios.”
Apocalipse 14:14-20
““... Aleluia! pois já o Senhor Deus Todo-Poderoso reina.
Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as
bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se
vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as
justiças dos santos... Bem aventurados aqueles que são chamados à ceia das
bodas do Cordeiro... Vi o céu
aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e
julga e peleja com justiça... Está vestido com um manto tinto de sangue,... Sai
da Sua boca uma espada afiada, para
com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e,
pessoalmente, pisa o lagar do vinho do
furor da ira do Deus Todo Poderoso...” Apocalipse 19:6-15
Ao
mesmo tempo que o vinho (suco da uva) lembra alegria na Bíblia (Juízes 13:4;
Ester 1:10; Salmos 4:7; 104:15; Eclesiastes 9:7; 10:19; Isaías 24:7,11; Jeremias
48:33; Zacarias 10:7) e o próprio Jesus transformou a água em vinho em um
casamento (João 2:1-12), o vinho também é símbolo do sangue (Gênesis 49:11;
Isaías 49:26; Zacarias 9:15; Apocalipse 17:6) e juízo (Salmos 75:8; Jeremias
25:15; Apocalipse 14:8,10; 16:19; 18:3; 19:15).
O
ato de pisar nas uvas numa espécie de tanque chamado lagar para extrair dali o
vinho (Números 18:27,30; Deuteronômio 15:14; 16:13; Juízes 6:11; 7:25; II Reis
6:27; Isaias 5:2; 63:2,3; Lamentações 1:15; Oseias 9:2; Joel 3:13; Zacarias
14:10; Mateus 21:33; Marcos 12:1; Apocalipse 14:19,20; 19:15) é comparado nas
passagens de Joel e Apocalipse descritas acima como o ato de Deus julgar
destruir os inimigos de Ysrael.
Jerusalém abalada
A
destruição da cidade de Jerusalém em 70 d.C. é encarada por muitos como o
cumprimento da profecia desta parábola. Em partes, sim, pois Jesus também pode
ser entendido como um dos servos que foram mortos pelos primeiros convidados,
já que os religiosos (principais dos sacerdotes, doutores da Torah, anciãos,
principais dos fariseus, fariseus, essênios, herodianos etc.) de Sua época não
o receberam como Messias.
É
fato que Jesus falou diretamente para eles, mas as Suas profecias tinham
aplicações tanto na época em que foram proferidas, quanto um alcance muito mais
abrangente apenas no futuro.
Quando
falamos de vinha, a Bíblia nos remete simbolicamente a Ysrael (Isaías 5:7;
Oséias 14:7). Portanto, o fato de Jesus estar pisando no lagar em Sua volta,
nos chama atenção.
Jesus
estaria condenando os judeus? Mas não são justamente os judeus que Jesus virá
salvar em Sua vinda, de acordo com Zacarias 12; 13.
Apocalipse
11:2,8,13 informa que Jerusalém estará dominada por gentios na última metade da
Grande Tribulação (42 meses = 3,5 anos) e que estes matarão os dois profetas
que desafiaram o Anticristo neste período, denunciando o pecado e proclamando o
arrependimento aos israelitas.
Sendo
assim, Jesus, em Sua vinda, abalará a cidade de Jerusalém e trará juízo sobre o
Anticristo, o falso profeta, e sobre todos os israelitas que, mesmo em meio a Grande
Tribulação, não se voltaram para o Senhor Jesus.
Jerusalém,
comparada ao Sodoma e Egito em Apocalipse 11:8 pode ser a cidade dos primeiros
convidados que mataram os servos do rei.
Babilônia incendiada
Ampliando,
porém, o entendimento desta parábola, gostaria de apresentar algo ainda mais
profundo:
Adam,
o pai de toda a humanidade, desprezou e traiu Deus no Éden (Éden é a futura Babel,
ou Babilônia). Foi ali que surgiu a falsa religião, mencionada em Apocalipse
17:5 como ‘a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra’.
A
cidade de Babilônia é considerada como a responsável por matar os santos,
apóstolos e profetas e, por esse e outros motivos, será incendiada como a
cidade dos primeiros convidados na parábola:
“E vi que a mulher estava embriagada do
sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus...” Apocalipse
17:6a
“Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos
apóstolos e profetas; porque já Deus julgou a vossa causa quanto a ela... E nela
se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na
terra.” Apocalipse 18:20,24
“Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande
prostituta que está assentada sobre muitas águas... a queimarão no fogo.”
Apocalipse 17:1b,16b
“E, vendo a fumaça do seu incêndio, clamaram,
dizendo: Que cidade é semelhante a esta grande cidade?” Apocalipse 18:18
Assim
como os servos, ou melhor, os profetas, começaram a atuar muito antes do povo
de Ysrael existir, ou seja, desde Abel, assim também, os primeiros convidados
podem, portanto, neste entendimento, representar todos os religiosos que
desprezaram a Deus desde o princípio, começando por Adam e os que matam os
profetas podem ter como precursor Caim, o assassino de Abel.
IX. “ENVIANDO OS SEUS EXÉRCITOS,
DESTRUIU AQUELES HOMICIDAS, E INCENDIOU A SUA CIDADE…”
Os exércitos enviados pelo rei podem ser os próprios anjos que virão
com Jesus e Sua Igreja, no final da Grande Tribulação, para trazer juízo sobre
todos os que estão tentando destruir os israelitas que não aceitaram o governo
do Anticristo. Vejamos alguns versículos que denominam os anjos como o exército
de Deus:
"E Jacó disse, quando os
viu: Este é o exército de Deus. E chamou aquele lugar Maanaim."
Gênesis 32:2
"E disse ele: Não, mas venho
agora como príncipe do exército do SENHOR..." Josué 5:14
“... Vi ao Senhor assentado sobre
o seu trono, e todo o exército do céu estava junto a ele, à sua mão direita e à
sua esquerda.” I Reis 22:19 ; II Crônicas 18:18
“... o exército dos céus te adora.” Neemias
9:6
"Bendizei ao SENHOR, todos
os seus exércitos, vós ministros seus, que executais o seu beneplácito."
Salmos 103:21
"Louvai-o, todos os seus
anjos; louvai-o, todos os seus exércitos." Salmos 148:2
“E seguiam-no os exércitos no céu
em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro.” Apocalipse
19:14
X. “ENTÃO O PAI DE FAMÍLIA,
INDIGNADO, DISSE AO SERVO: SAI DEPRESSA PELAS RUAS E BAIRROS DA CIDADE, E TRAZE
AQUI OS POBRES, E ALEIJADOS, E MANCOS E CEGOS. E DISSE O SERVO: SENHOR, FEITO ESTÁ
COMO MANDASTE; E AINDA HÁ LUGAR.”
Ao ver a rejeição dos primeiros convidados, o dono da festa pede que os
servos se apressem para buscar os pobres, aleijados, mancos e cegos pelas ruas
e bairros da cidade.
Estes não podem representar a Igreja, pois esta estará como esposa do
filho do rei.
Os pobres, aleijados, mancos e cegos assim aparecem na parábola porque,
além de outros motivos, acabaram de passar por um período de intenso sofrimento
em todos os aspectos, mas conseguiram sobreviver pela permissão de Deus!
Se eles estão dentro da cidade,
podemos entender que são de Jerusalém, ou seja, os judeus que creram no Senhor,
pela pregação dos profetas.
Após o arrebatamento da Igreja, os judeus que ficaram na Grande
Tribulação poderão enxergar, através dos sinais e dos profetas que se levantarem,
que Yeshua é o Messias, e se entregarão a Ele (Romanos 11:25,26). Ao final dos
sete anos, Jesus desce com Sua Igreja para salvar Seu povo Ysrael!
E, se ainda haverá lugar após os judeus entrarem no Reino com Jesus, é
porque a porta da salvação ainda estará estendida a um povo que não conheceu ao
Senhor...
XI. “ E DISSE O SENHOR AO SERVO:
SAI PELOS CAMINHOS E VALADOS, E FAÇA FORÇA PARA QUE ENTREM, PARA QUE A MINHA
CASA SE ENCHA.”
Na primeira tentativa de atrair os convidados, a ordem era que os
servos fossem às ruas e bairros da cidade. Na segunda tentativa, a ordem é que
eles deveriam ir além, pelos caminhos e valados. Sendo assim, entendemos que os
profetas não deveriam pregar apenas para os judeus, mas sim, para todos os que
desejassem conhecer a Cristo, de todas as nações.
Forçá-los a entrar também nos remete à Grande Tribulação, que será um
modo em que Deus se revelará ao mundo de maneira bastante impactante.
Em Mateus, a ordem é a seguinte: “Ide,
pois, às saídas dos caminhos, e convidai
para as bodas a todos os que encontrardes.” Mateus 22:9
Em grego, ‘saídas dos caminhos’ seria: diexodos hodos [διεξοδους των
οδων], que significa:
- Caminho que sai de uma área habitada e estende-se em espaço aberto,
passagem;
- Lugares antes da cidade onde os caminhos do país terminam, portanto,
entroncamento dos caminhos que conduzem a outras cidades ou países;
- De fronteiras de países.
OU SEJA: os gentios que sobreviveram após a Grande Tribulação!
“Depois destas coisas olhei, e
eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e
tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro,
trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos... Estes são os que vieram
da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do
Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite
no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua
sombra.” Apocalipse 7:9-15
Os israelitas
foram espalhados no mundo inteiro, por causa do cativeiro assírio, do cativeiro
babilônico, da dispersão pelo império romano, das perseguições europeias (pelo
catolicismo, pelo nazismo etc.) e demais dificuldades. Porém, ainda que
dispersos, muitos deles não perderam sua cultura, sua língua, suas promessas,
seu Deus. Hoje, por todo mundo tem judeus donos de empresas, influentes na política,
nos estudos científicos, na mídia etc. Quando ocorrer um despertamento, sabemos
que os líderes religiosos, como nos ensina esta parábola, vão continuar
desprezando o convite de Deus, mas todos os judeus que se converterem serão
como um testemunho para todas as nações. Esses judeus espalhados, convertidos,
serão como uma lâmpada para Deus alcançar pessoas de todas as nações da
terra...
Como
podemos ver na ilustração acima, Deus começou a história da humanidade, os
primeiros dois mil anos aproximadamente, se revelando aos gentios, ou seja, a
todos os homens, independente de raça, tribo e nação. Assim temos homens de
Deus como Abel, Enoque, Noé, Jó, Melquisedeque, Abraão.
A
partir de Abraão, até Jesus, temos mais dois mil anos, onde agora Deus trata
com uma nação específica chamada Ysrael que deveria ser a luz para o planeta.
Dentre outros, temos os servos de Deus que escreveram a nossa Bíblia, de Moisés
ao apóstolo João.
A
partir de Jesus, já temos também quase dois mil anos onde Deus tem trabalhado
com um grupo chamado Igreja, que foi construída de judeus e gentios, que, como
já falamos anteriormente, é aquela que se unirá a Cristo brevemente, a qualquer
momento.
Assim
como os servos são enviados três vezes, assim podemos entender que eles
atingiram três povos: Igreja, Ysrael e Gentios... HaleluYAH! Deus é um Deus de
propósitos! Ele não perdeu o controle da história da humanidade! Por isso Ele
disse que os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos!
Glórias a Deus! Glórias a Deus! Glórias a Deus!
XII. “E OS SERVOS, SAINDO PELOS
CAMINHOS, AJUNTARAM TODOS QUANTOS ENCONTRARAM, TANTO MAUS COMO BONS;”
Após
a volta de Jesus, este estabelecerá o Seu reino na terra, para reinar mil anos.
O
Seu reino será constituído de todos aqueles que sobreviveram à Grande
Tribulação, mas não necessariamente isso significa que estes estarão salvos.
O
momento da Igreja é este, o momento de Ysrael será a Grande Tribulação, mas o
milênio será o período em que os gentios provarão se realmente querem ao Senhor,
pois Ele reinará com vara de ferro (Salmos 2:9; Apocalipse 2:26,27; 12:5).
Para
começar o milênio, Jesus já chegará condenando todas as pessoas e/ou nações que
foram contra Ysrael durante a Grande Tribulação:
“E quando o Filho do homem vier em sua
glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua
glória; E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos
outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; E porá as ovelhas à sua
direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua
direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está
preparado desde a fundação do mundo; Porque tive fome, e destes-me de comer;
tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; Estava nu,
e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver.
Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e
te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos
estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo,
ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos
digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o
fizestes. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim,
malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; Porque tive
fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; Sendo
estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na
prisão, não me visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor,
quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na
prisão, e não te servimos? Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo
que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. E irão
estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.” Mateus
25:31-46
“E acontecerá que, todos os que
restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano
para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrarem a festa dos
tabernáculos. E acontecerá que, se alguma das famílias da terra não subir a
Jerusalém, para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, não virá sobre ela a
chuva. E, se a família dos egípcios não subir, nem vier, não virá sobre ela a
chuva; virá sobre eles a praga com que o Senhor ferirá os gentios que não
subirem a celebrar a festa dos tabernáculos.” Zacarias 14:16-18
Se o profeta Zacarias escreveu o que está acima, é porque haverá
rebeldes nesse período. Por isso também Jesus precisará reinar com vara de
ferro...
Como diz o versículo abaixo, mesmo na ‘terra da retidão’ haverá os
maus:
“Ainda que se mostre favor ao
ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele pratica a
iniquidade, e não atenta para a majestade do Senhor.” Isaías 26:10
Um
dos motivos pelos quais o Inimigo será preso é para mostrar que o ser humano,
após experimentar o pecado, é na sua essência mal. Quando acabar os mil anos, o
Inimigo será novamente solto e acontecerá a última batalha de rebelião contra
Deus:
“E, acabando-se os mil anos, Satanás será
solto da sua prisão, e sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro
cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as
ajuntar em batalha. E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial
dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo, do céu, e os devorou.”
Apocalipse 20:7-9
Assim como na Igreja há hoje os que servem a Deus e os que não servem,
assim também ocorrerá com Israel na Grande Tribulação e com os gentios no
milênio. São como os peixes bons e ruins que encheram a rede, na outra parábola
(Mateus 13:47-51)!
XIII. “... E A FESTA NUPCIAL FOI
CHEIA DE CONVIDADOS.”
Quando a festa, ou seja, o reino dos céus, ficará repleta?
É justamente quando Jesus estiver reinando sobre todo o planeta:
“... a glória do Senhor encherá
toda a terra,” Números 14:21
“Não se fará mal nem dano algum
em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor,
como as águas cobrem o mar.” Isaías 11:9
“Porque a terra se encherá do
conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar.” Habacuque
2:14
“E este evangelho do reino será
pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.”
Mateus 24:14
No milênio, o reino de Deus será manifesto a todos os homens do
planeta!
XIV. “E O REI, ENTRANDO PARA VER
OS CONVIDADOS...”
Por três vezes o rei enviou os servos, mas apenas durante a festa que
ele aparece diante dos convidados.
Assim, também, é na pessoa de Yeshua que o Pai se revelará ao mundo!
“Disse-lhe Jesus: Estou há tanto
tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e
como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” João 14:9
XV. “E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que
não estava trajado com veste de núpcias...”
Quem está representado no ‘amigo’ sem traje nupcial?
O termo grego nesta parábola para “amigo” é hetairos [εταιρε].
Encontramos nas Escrituras esse termo quatro vezes, todas elas com tom
de reprovação:
“Mas, a quem assemelharei esta
geração? É semelhante aos meninos que se assentam nas praças, e clamam aos seus
amigos,” Mateus 11:16
Esses amigos são comparados à geração de Jesus, que viram milhares de
milagres, mas não se arrependeram (Mateus 11:16-24).
“Mas ele, respondendo, disse a um
deles: Amigo, não te faço agravo; não ajustaste tu comigo um dinheiro?”
Mateus 20:13
Esse amigo representa o ingrato trabalhador que considera o dono da
vinha injusto, por dar a ele o salário que havia prometido, porém dar o mesmo
valor aos que trabalharam apenas uma hora.
“E disse-lhe: Amigo, como
entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu.” Mateus 22:12
Esse amigo é o que até aceita o convite para participar das bodas,
porém não obedece o padrão, o costume, e não se veste adequadamente para a
ocasião.
“Jesus, porém, lhe disse: Amigo,
a que vieste? Então, aproximando-se eles, lançaram mão de Jesus, e o prenderam.”
Mateus 26:50
Esse amigo é o próprio Judas, que viveu os três anos e meio de
ministério ao lado de Jesus o tempo todo, viu todos os milagres, ouviu todas as
palavras de sabedoria, mas traiu Jesus por algumas moedas.
O amigo, portanto, representa aquele que, mesmo tendo recebido tantos
privilégios, trai, se rebela, desobedece, não se arrepende. Vejamos novamente
os versículos abaixo sobre o final do milênio:
“Ainda que se mostre favor ao
ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele pratica a
iniquidade, e não atenta para a majestade do Senhor.” Isaías 26:10
“E, acabando-se os mil anos,
Satanás será solto da sua prisão, e sairá a enganar as nações que estão sobre
os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar,
para as ajuntar em batalha. E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o
arraial dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo, do céu, e os
devorou.” Apocalipse 20:7-9
XVI. “Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e
lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.” Mateus
22:13
O que representa o juízo sobre o ‘amigo’? No fim do milênio, cada um será julgado. Este
momento é chamado de Juízo Final:
“E vi um grande trono branco, e o
que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não
se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam
diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da
vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros,
segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o
inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as
suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a
segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado
no lago de fogo.” Apocalipse 20:11-15
As trevas representam a condenação eterna:
“E aos anjos que não guardaram o
seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele
grande dia;” Judas 1:6
“Ondas impetuosas do mar, que
escumam as suas mesmas abominações; estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das
trevas.” Judas 1:13
“Estes são fontes sem água, nuvens
levadas pela força do vento, para os quais a
escuridão das trevas eternamente se reserva.” II Pedro 2:17
Durante a noite acontecem coisas ruins. Ataques de animais selvagens,
ladrões, assassinos etc. É natural que sobrevenha o medo, porém o medo irracional
da escuridão ou da noite é uma doença que leva à perda de sono, aumento de
estresse e até doenças físicas. É um pânico do que pode acontecer,
principalmente quando se está só. Imagine agora sentir esse pânico eternamente?
Pois bem. Essa é uma das sensações da condenação eterna: a escuridão.
XVII. RESUMINDO...
EXÉRCITOS - Os anjos
ÚLTIMOS CONVIDADOS - Os gentios que aceitarão o convite feito pelos profetas judeus durante a última metade da Grande Tribulação
'AMIGO' - Dentre os últimos convidados, aqueles que se rebelarão no final do milênio
XVIII. APRENDENDO COM A
PARÁBOLA...
- Deus é dono de toda sabedoria e, por isso, esta parábola não se
aplica apenas ao futuro, mas ao passado e aos tempos atuais;
- Deus é amor e sempre quis salvar a todos. Ao separar o povo de
Ysrael, os tomou por referência para o mundo;
- Deus é longânimo e faz vários convites para a mesma pessoa;
- Deus é justo e, mesmo sabendo que muitos o
rejeitarão no futuro, mesmo assim, oferece a oportunidade do perdão, fazendo
com que muitos participem do Seu reino.
Estudo Bíblico ministrado na Igreja Batista Nova Filadélfia em Vila Kennedy, no dia 14 de novembro de 2014.
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