1. Onde Jesus ensinou a parábola da
rede?
Assim como as parábolas do semeador, do trigo e do joio, do grão de
mostarda, do fermento, do tesouro escondido, do negociador de pérolas, e do
escriba escondido, a parábola da rede foi pronunciada na região da Galileia, ao
Norte de Israel.
As quatro primeiras, a beira do mar da Galileia (Mateus 11:1; 13:1), e as quatro
últimas dentro de uma casa (Mateus 13:36).
Referências sobre a Galileia nas Escrituras: Josué 20:7; 21:32; I Reis
9:11; II Reis 15:29; I Crônicas 6:76; Isaías 9:1; Mateus 2:22; 3:13; 4:12,15,18,23,25;
11:1; 15:29; 17:22; 19:1; 21:11; 26:32; 27:55; 28:7,10,16; Marcos
1:9,14,16,28,39; 3:7; 6:21; 7:31; 9:30; 14:28; 15:41; 16:7; Lucas 1:26; 2:4,39;
3:1; 4:14,31; 5:17; 8:26; 17:11; 23:5,49,55; 24:6; João 1:43; 2:1,11; 4:3,43,45,46,47,54;
6:1; 7:1,9,41,52; 12:21; 21:2; Atos 9:31; 10:37; 13:31
2. Para quem Jesus ensinou a
parábola da rede?
A região da Galileia é chamada de “Galileia dos gentios” ou “Galileia
das nações” (Isaías 9:1; Mateus 4:15). Isso porque ali ocorreu uma grande
mistura na época da derrota do Reino do Norte, o Reino de Israel, durante a
conquista do Império Assírio. Embora depois das guerras dos macabeus, os judeus
repovoaram esta região, os galileus eram considerados não tão religiosos como
os moradores da Judeia (João 7:52). Até sua fala era diferente (Mateus 26:73).
Ali Jesus passou a maior parte da Sua vida terrena, desde a infância
até os anos de ministério, só indo para a Judeia nos tempos de festas e no
tempo de Sua morte. Foi na Galileia que Jesus realizou os milagres e pregou a
maior parte de Seus sermões. Por quê? Porque ali Ele encontrou quem faria parte
da Sua Igreja. Embora Seus doze discípulos eram judeus, ali na Galileia Ele
tinha contato com judeus e gentios. E esta parábola da rede não é exclusiva
para os judeus. Ele vai falar tanto para judeus quanto para gentios.
Diferente, por exemplo, das parábolas da figueira, do bom e do mau
servo, das dez virgens, dos talentos e das ovelhas e cabritos, que estão muito
ligadas a Israel.
Sendo assim, vamos à parábola:
“Igualmente o reino dos céus é
semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes. E,
estando cheia, a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos
os bons; os ruins, porém, lançam fora.” Mateus 13:47,48
3. O que é o reino dos céus?
O termo “Reino dos céus” é mencionado 31 vezes, e todas elas no
Evangelho segundo escreveu o apóstolo Mateus.
Mateus 3:2; 4:17; 5:3,10,19,20; 7:21; 8:11; 10:7; 11:11,12;
13:11,24,31,33,44,45,47,52; 16:19; 18:1,3,4,23; 19:12,14,23; 20:1; 22:2; 23:13;
25:1
Tanto Marcos, Lucas e João usam o termo “Reino de Deus”.
No grego, reino é basileia (βασιλεια) e significa:
- Autoridade de um rei;
- Território
governado por um rei;
- Povo governado por um rei.
Mateus cita termos associados, tais como:
ü
Reino de Deus (Mateus 6:33; 12:28; 19:24;
21:31,43)
ü Reino
do Pai (Mateus 6:10,13; 13:43; 26:29)
ü Reino
do Filho do Homem (Mateus 13:41; 16:28)
ü Reino
de Jesus (Mateus 20:21)
ü
Reino (Mateus 4:23; 8:12; 9:35; 13:19,38; 24:14;
25:34)
No total, encontramos a palavra “reino” 50 vezes em Mateus.
Se compararmos aos relatos dos outros evangelistas, perceberemos que Marcos,
Lucas e João traduz o reino dos céus citado por Mateus como o reino de Deus:
REINO DOS CÉUS
|
REINO DE DEUS
|
“Desde então começou Jesus a
pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.” Mateus 4:17
|
“E dizendo: O tempo está
cumprido, e o reino de Deus está
próximo. Arrependei-vos, e crede no Evangelho.” Marcos 1:15
|
“Bem-aventurados os pobres de
espírito, porque deles é o reino dos
céus.” Mateus 5:3
|
“...Bem-aventurados vós, os
pobres, porque vosso é o reino de Deus.”
Lucas 6:20b
|
“Outra parábola lhes propôs,
dizendo: O reino dos céus é
semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando nele, semeou no seu
campo;” Mateus 13:31
|
“E dizia: A que assemelharemos
o reino de Deus? ou com que
parábola o representaremos? É como um grão de mostarda, que, quando se semeia
na terra, é a menor de todas as sementes que há na terra;” Marcos 4:30-31
|
“Em verdade vos digo que, entre
os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista;
mas aquele que é o menor no reino dos
céus é maior do que ele.” Mateus 11:1
|
“E Eu vos digo que, entre os
nascidos de mulheres, não há maior profeta do que João Batista; mas o menor
no reino de Deus é maior do que
ele.” Lucas 7:28
|
“Jesus, porém, disse: Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a
Mim; porque dos tais é o reino dos
céus.” Mateus 19:14
|
“Mas Jesus, chamando-os para
si, disse: Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais, porque dos tais é
o reino de Deus.” Lucas 18:16
|
Se o reino dos céus é o mesmo que o reino de Deus, vejamos o que é o
reino de Deus:
“Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo
ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós.” Lucas 17:21
“Porque o reino de Deus não é
comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.”
Romanos 14:17
Sendo assim, o reino dos céus não se consiste simplesmente num
território, ou numa posição sem influência. O reino dos céus representa um povo
que reconhece Deus como Rei e Senhor sobre suas vidas. E esta parábola se
refere às pessoas que o Evangelho alcançaria.
Quando entregamos a nossa vida ao Senhor Jesus, declaramos que Ele é o
nosso Senhor e Rei. Por isso, passamos a pertencer ao Seu Reino. Ainda que
muitos não vivam como se Cristo reinasse sobre eles, um dia, seja no momento do
apelo em um culto evangélico, ou no ato do batismo nas águas, reconheceram
publicamente que pertencem a Jesus.
4. Semelhante não é igual
Se cada vez que Jesus inicia uma parábola, diz que o reino dos céus é “semelhante”,
então isso significa que, seja o que Ele for dizer, não está trazendo um conceito
fechado, uma definição completa, mas apenas uma ideia para que possamos
compreender um pouco mais das coisas espirituais. Se o reino de Deus não é
visível, como explicar com coisas visíveis? Se Deus é ilimitado, infinito, como
defini-lo com palavras de um vocabulário limitado?
Pois bem, quando Jesus diz que o reino dos céus é semelhante a uma
rede, não é que todas as características de uma rede, ou a parábola como um
todo, está ligada ao reino dos céus, mas, com discernimento espiritual,
conseguimos compreender o que o Mestre nos quis revelar a cerca do reino pela
parábola da rede.
Além disso, a parábola da rede se parece muito com a parábola do joio e
do trigo, mas ela revela um aspecto que a do Joio e do Trigo, por exemplo, não
revelou.
5. Qual o tipo de rede desta parábola?
Endereço
|
Palavra
Grega
|
Significado
|
Mateus 4:20,21;
Marcos 1:18,19;
Lucas 5:2,4,5,6;
João 21:6,8,11
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Plural: δικτυα (diktua) ou
Singular: δικτυον (diktuon)
|
Rede de pesca de um modo geral, cujo
tamanho não foi especificado. Pode ser grande ou pequena.
|
Mateus 4:18;
Marcos 1:16
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αμφιβληστρον (amphibleston)
|
Semelhante a atual tarrafa: uma rede de tamanho pequeno, de forma cônica, com peso
nas bordas, que se lança à mão. amphi: “ao redor” / balo: “lançar”
|
Mateus 13:47
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σαγηνη (sagene)
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Semelhante a atual rede de arrasto: Uma grande rede, daquelas que precisariam de
vários homens para manuseá-la, com flutuadores no topo e pesos no fundo.
|
Como podemos perceber na tabela anterior, embora nossas traduções no
Português não nos permita ver, essa é a única vez que a palavra grega para uma
rede grande é utilizada. Ao citar esta parábola, Jesus utiliza do termo para
uma enorme rede. Ele tinha um propósito especial para falar isso:
O tamanho da rede denota que o Evangelho alcançaria proporções e
distâncias gigantescas. E não estou falando sobre o fato do cristianismo ser
considerado hoje como a maior religião do planeta. Até porque, nessa
estatística estão inclusos aqueles que idolatram imagens, não reconhecem Jesus
como Deus, praticam atos que abominam a Deus como não amar o próximo etc.
Quando esta parábola compara o reino dos céus com uma grande rede, fala
sobre a quantidade de pessoas que alcançaria no decorrer da história (temos
quase dois mil anos de história desde a primeira vinda de Jesus) e na distância
geográfica que o Evangelho alcançaria (hoje há servos de Deus em toda a parte
do globo terrestre).
6. Como a rede foi lançada?
No grego, βαλλοντας significa “lançar sem um alvo certo”.
Os pescadores lançam suas redes sem direção, pois não sabem ao certo
onde se encontram os peixes. Atiram na expectativa de acertar, às vezes acertam
outras vezes erram, e assim é o ofício de pescador.
O lançamento é sem alvo certo porque nós, os pescadores de homens para o
reino dos céus (Mateus 4:19; Marcos 1:17; Lucas 5:10) não sabemos quem será
salvo. Devemos pregar para todos. Este é o conselho de Salomão para nós:
“Pela manhã semeia a tua semente,
e à tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará, se esta,
se aquela, ou se ambas serão igualmente boas.” Eclesiastes 11:6
7. Onde a rede foi lançada?
A palavra grega Βληθειση é associada nas Escrituras ao Mar Grande (Mar
Mediterrâneo).
Simbolicamente, o mar representa as nações estrangeiras:
“E disse-me: As águas que viste,
onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas.”
Apocalipse 17:15
“Ai do bramido dos grandes povos
que bramam como bramam os mares, e do rugido das nações que rugem como rugem as
impetuosas águas. Rugirão as nações, como rugem as muitas águas...” Isaías
17:12-13
“... reunirão uma multidão de
grandes forças; e virá apressadamente e inundará, e passará adiante; e,
voltando levará a guerra até a sua fortaleza.” Daniel 11:10
Assim como a rede precisa ser o suficientemente grande para alcançar
toda a espécie de peixes, ela foi lançada ao mar, ou seja, o Evangelho
alcançaria pessoas de todas as nações do planeta.
“Porque a terra se encherá do
conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar.” Habacuque
2:14
“A terra se encherá do
conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar.” Isaías 11:9
“... foste morto, e com o teu
sangue nos compraste para Deus de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; E
para o nosso Deus nos fizeste reis e sacerdotes; e reinaremos sobre a terra.”
Apocalipse 5:9,10
“... olhei, e eis aqui uma
multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e
línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro...” Apocalipse
7:9
“E disse-lhes: Ide por todo o
mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” Marcos 16:15
“... ser-me-eis testemunhas,
tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.”
Atos 1:8
8. Quais os tipos de peixes da
Bíblia?
Pela análise que temos feito desta parábola até aqui, o Evangelho,
então, não está restrito a nenhum ser humano, não importa o seu passado. “Todo o
tipo de peixes” simboliza todo o tipo de pessoas, até porque Jesus morreu por
todos:
“Porque o amor de Cristo nos
constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos
morreram. E Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si,
mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” II Coríntios 5:14-15
“Porque isto é bom e agradável
diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham
ao conhecimento da verdade.” I Timóteo 2:3-4
Mas não é apenas isso que a parábola indica. Vamos analisar a questão
dos peixes bons e ruins pela Bíblia:
As Escrituras Sagradas separam os animais entre limpos e impuros. Esses
últimos não poderiam ser comidos, nem ofertados ao Senhor:
“De todos os animais que há nas
águas, comereis os seguintes: todo o que tem barbatanas e escamas, nas águas,
nos mares e nos rios, esses comereis. Mas todo o que não tem barbatanas, nem
escamas, nos mares e nos rios, toda a multidão das águas, e todo o ser vivente
que há nas águas, estes serão para vós abominação. Ser-vos-ão, pois, por
abominação; da sua carne não comereis, e abominareis o seu cadáver. Todo o que
não tem barbatanas ou escamas, nas águas, será para vós abominação.” Levítico
11:9-12
“... animal imundo, dos que não
se oferecem em oferta ao Senhor...” Levítico 27:11
Não vamos entrar nos detalhes, mas alguns desses animais até hoje não são recomendados por diversos motivos: alergias, perigo na pesca, risco de extinção (por terem reprodução difícil), alto teor de gordura (proibidos em caso de operação etc.), o preparo inadequado trás doenças, o tipo de alimentação desses animais é carniça etc.
Esses animais imundos, caso morressem, não poderiam ser tocados. Se alguém tocasse neles, seriam também considerados imundos (Levítico 11:32-40).
Além dessa separação entre limpos e impuros, a Bíblia classifica os seres vivos de maneira diferente da classificação científica atual. As Escrituras organizam entre os animais de acordo com seu habitat. Sendo assim, o termo hebraico dagat [דגת] de Gênesis 1:28 traduzido por peixe está associado às grandes serpentes [תנינם הגדלים] e a variedade de seres vivos que enchem as águas [נפש החיה הרמשת אשר שרצו המים] citados em Gênesis 1:21, ou seja, peixe seriam todos os animais que habitam nas águas.
Então, dentre os animais aquáticos, quais são os peixes limpos e os peixes impuros?
Vejamos alguns exemplos:
Alguns podem questionar:
Mas lagosta, camarão e caranguejo não são
peixes! São crustáceos! E baleia não é peixe! É mamífero!
Os críticos de
plantão precisam lembrar que a classificação dos seres vivos atual não é
infalível. Com as descobertas genéticas, pode ser que daqui há algum tempo, muitas
das atuais denominações podem sofrer variações, como ocorreu nas últimas
décadas.
Outra questão: A rede da parábola apanhou todas as espécies de animais
da água, porém essa rede suportaria uma baleia? Uma rede suporta uma baleia,
tubarão ou algum desses outros animais? A resposta é sim! A foto ao lado mostra
uma baleia que foi capturada por uma rede. E esta não é um caso isolado...
9. Quando a pescaria terminou?
No grego, a palavra traduzida por cheia é επληρωθη (pleroo) que também
pode significar: Completar, preencher até o máximo, levar até o fim,
realização, cumprimento, plenitude.
Sendo assim, a rede cheia representa a plenitude dos tempos.
“E este evangelho do reino será
pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.”
Mateus 24:14
O Evangelho continuará alcançando pessoas até o fim, mas lembremos que
quantidade não é qualidade...
10. Para onde os peixes foram
puxados?
O ato de puxar os peixes para a beira da praia, me faz recordar dois
episódios:
Na saída do povo de Israel do Egito, após eles passarem pelo mar
Vermelho, enquanto os salvos de Israel estavam na beira da praia jubilando, os
egípcios condenados estavam mortos também na beira da praia:
“Assim o Senhor salvou Israel
naquele dia da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do
mar.” Êxodo 14:30
No Juízo Final, o mar dará os seus mortos, como ocorreu no episódio do
mar Vermelho:
“E deu o mar os mortos que nele
havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados
cada um segundo as suas obras.” Apocalipse 20:13
Nesse período, todos os homens e anjos, mortos e vivos, salvos e
condenados serão reunidos diante do Senhor Jesus para juízo.
11. Qual a posição dos pescadores na
praia?
A palavra grega para assentar é καθισαντες e significa: Fazer sentar,
estabelecer-se, permanecer, ter residência de alguém fixa, conferir um reino a
alguém.
Seja quem estiver separando os peixes bons dos ruins, será alguém que recebeu
o reino no fim dos tempos...
Não estamos forçando muito? Será que a parábola quer realmente identificar
os pescadores sentando na praia com o ato de alguém reinando? Claro que sim!
Até porque o assunto principal da parábola é compará-la ao REINO dos céus.
“... tornar a congregar em Cristo
todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos
céus como as que estão na terra;” Efésios 1:10
Jesus é aquele que
Jesus reinará (Lucas 1:33; 23:42; I Coríntios 15:25; II Pedro 1:11;
Apocalipse 11:15) junto a Sua Igreja (Lucas 22:29; II Timóteo 2:12; Apocalipse
5:10).
Precisamos entender que a promessa de reinar com Jesus não é para os
anjos, como diz Hebreus 2:5. Na verdade, a Igreja julgará até os anjos maus (I
Coríntios 6:3). Os anjos santos farão o trabalho de executar o juízo determinado
por Jesus (Mateus 13:39,41,49; Apocalipse 7:2).
12. Qual a diferença entre os peixes
bons dos ruins?
A palavra grega para bons é καλα e significa: Escolhido, aprovado,
louvável, precioso, proveitoso, apropriado, recomendável, admirável, excelente
em sua natureza e características, bem adaptado aos seus objetivos.
Os bons não são os perfeitos, mas os escolhidos por Deus, aqueles que
são proveitosos para o Reino, os que cumprem o seu objetivo. Estes foram
colocados no cesto, ou seja, vão para onde os pescadores forem. Serão
conduzidos “para sua nova casa”.
“Porque pela graça sois salvos,
por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.” Efésios 2:8
“Assim também a fé, se não tiver
as obras, é morta em si mesma.” Tiago 2:17
“Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no
meio do paraíso de Deus.” Apocalipse 2:7
“O que vencer não receberá o dano da segunda morte.” Apocalipse
2:11
“O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma
riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu
Pai e diante dos seus anjos.” Apocalipse 3:5
“A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele
nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do
meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo
nome.” Apocalipse 3:12
“Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono;
assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono.” Apocalipse
3:21
A palavra grega para ruins é σαπρα e significa: Apodrecido, podre,
corrompido por alguém, impróprio para o uso, sem valor.
São os que estão sendo corrompidos, os reprovados por Deus, aqueles que
são impróprios para o Reino.
“Não vos prendais a um jugo
desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E
que comunhão tem a luz com as trevas?... Por isso saí do meio deles, e
apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis
nada imundo, e eu vos receberei;” II Coríntios 6:14-18
Os imundos são aqueles que, ao nos aproximarmos deles, nos contaminam,
como os animais impuros faziam. São os escarnecedores, murmuradores, que ao
invés de abençoar e ter boas novas, só disseminam contenda, inveja, frieza no
meio do reino. Estes foram ignorados, isolados, afastados dos pescadores.
Vamos ver exemplos de “peixes ruins” no meio das igrejas citadas em
Apocalipse:
IGREJA
|
PECADO
|
JUÍZO
|
Éfeso
|
Deixou o primeiro amor
|
Brevemente Jesus viria e tiraria do seu
lugar o teu castiçal
|
Pérgamo
|
Seguidores da doutrina de Balaão e da
doutrina dos nicolaítas, que Deus odeia
|
Contra eles Jesus batalharia com a espada
da Sua boca
|
Tiatira
|
Deixava Jezabel, mulher que se dizia
profetisa, ensinar e enganar os servos de Jesus, e esta não se arrependia
|
Jesus a poria numa cama, traria grande tribulação sobre os que
adulteravam com ela e feriria de morte a seus filhos
|
Sardes
|
Tinha nome de que vivia, mas estava morto
e suas obras não eram perfeitas diante de Deus e apenas algumas poucas
pessoas não contaminaram suas vestes
|
Jesus viria sobre eles como um ladrão, e
eles não saberiam a que hora sobre eles viria.
|
Laodiceia
|
Era morno (imprestável), desgraçado,
miserável, pobre, cego e nu.
|
Jesus vomitaria da Sua boca.
|
Os reprovados provarão de uma eternidade sem Deus. Assim como não
amaram ao Senhor nesta terra, não terão porque estarem com Ele para sempre...
“Os ninivitas ressurgirão no
juízo com esta geração, e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação
de Jonas. E eis que está aqui quem é maior do que Jonas.
A rainha do sul se levantará no
dia do juízo com esta geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra
para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que está aqui quem é maior do que
Salomão.” Mateus 12:41-42
13. Conclusão
Eu não sei se você já analisou esta parábola. Talvez nunca tenha parado
para analisa-la desta forma, mas saiba que Deus tem muito mais a falar conosco
por ela.
Por exemplo, o fato do pescador escolher o peixe bom e desprezar o
peixe ruim, não é uma escolha aleatória. A escolha está baseada na qualidade do
peixe.
Uma pessoa consciente não elege um candidato político, por exemplo, aleatoriamente,
mas sim, sua eleição está baseada no comportamento deste candidato. Na sua
capacidade para governar, nos seus projetos de governo etc.
Comparando esses dois exemplos, da escolha do peixe e da eleição do
político, podemos entender que o fato de Deus ter eleito alguns para serem
salvos na eternidade, não é porque Ele já nos criou salvos, ou porque Ele só
quer nos salvar. Isso não é predestinação da forma que a Bíblia ensina.
Quando Deus elege (Marcos
13:20,27; Romanos 11:7; 16:13; Colossenses 3:12; I Tessalonicenses 1:4; I
Timóteo 5:21; II Timóteo 2:10; Tito 1:1; I Pedro 1:2; 2:9; 5:13; II João 1:1,13;
Apocalipse 17:14) ou predestina (Romanos
8:29,30; Efésios 1:5,11) alguém, não significa que Ele quis um e desprezou o
outro. Na verdade, Ele, como Deus que sabe de todas as coisas muito antes delas
acontecerem, já sabe quem será salvo e quem não será salvo, quem aceitará o Seu
perdão e quem o rejeitará. Para os que se entregariam e reconheceriam o
sacrifício de Jesus na cruz, Ele preparou um destino de glória. Ainda no ventre
Deus amou Jacó e aborreceu-se de Esaú, não porque Ele quis assim simplesmente, mas
porque antes de nascerem, Deus já sabia que Esaú rejeitaria Suas bênçãos e Suas
promessas enquanto Jacó, mesmo falho, iria desejar as coisas de Deus. Isso é
predestinação!
Para finalizar, já que falamos da parábola da rede, nós precisamos cumprir
o ide de Jesus e pregar o Evangelho. Esse é o nosso dever. Essa é a nossa
missão!
“Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois
me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!”
I Coríntios 9:16
Estudo bíblico aplicado na Igreja Batista Nova Filadelfia em Vila Kennedy, no dia 08/08/14.
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