14 abril 2014

MUDARAM A PÁSCOA


Não sei se você sabe, mas há grandes diferenças entre a Páscoa (em hebraico, Pessach) instituída por Moisés há cerca de 3.500 anos atrás e a que é celebrada atualmente. As diferenças existem tanto entre os judeus, que são os mais dedicados a guardar a tradição, quanto entre os denominados cristãos.
Em outra postagem, falamos sobre alguns detalhes do sentido da Pessach, O Segredo da Páscoa. Porém, agora queremos falar sobre as mudanças que ocorreram com o tempo.

Deus faz, o Inimigo distorce
Quando Deus disponibilizou os astros nos céus que nos servem de iluminação e estações, também os organizou de tal forma para que fossem celebradas sete festas: os Sábados, a Páscoa, Pães Asmos, Pentecostes, Dia de Trombeta, Dia do Perdão e Tabernáculos (Levítico 23).
Embora essas festas foram instituídas apenas cerca de 2.500 anos após o início da humanidade, desde o momento em que Deus preparou os astros, já os organizou de modo que essas datas fossem observadas. A palavra em Gênesis 1:14 que em algumas traduções está como “tempos determinados” é a mesma palavra hebraica que em Levítico 23:2 está como “solenidades” ou “festas”. Os astros apontam para o calendário da humanidade instituído por Deus.

Contudo, assim como Deus instituiu datas especiais que deveriam ser celebradas durante o ano, o Inimigo torceu a verdade e incentivou os ímpios a celebrarem também datas especiais para aborrecer ao Criador. Para exemplificar, os sete filhos de Jó celebravam festas em períodos específicos do ano e cada um era responsável por organizar uma dessas celebrações (Jó 1:4,5,18). É interessante que o número de filhos coincide com o número de festas estipuladas por Deus mencionadas no parágrafo anterior. E não eram simples banquetes. Eles eram organizados por turnos (como os sacerdotes no tempo de Salomão).

O rei de Israel Jeroboão instituiu na época da celebração das festas ao Senhor em Jerusalém, festas aos deuses de ouro que ele mesmo fez:
Assim o rei tomou conselho, e fez dois bezerros de ouro; e lhes disse: Muito trabalho vos será o subir a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito. E pôs um em Betel, e colocou o outro em Dã. E este feito se tornou em pecado; pois que o povo ia até Dã para adorar o bezerro. Também fez casa nos altos; e constituiu sacerdotes dos mais baixos do povo, que não eram dos filhos de Levi. E fez Jeroboão uma festa no oitavo mês, no dia décimo quinto do mês, como a festa que se fazia em Judá, e sacrificou no altar; semelhantemente fez em Betel, sacrificando aos bezerros que fizera.” I Reis 12:28-33
Como podem ver, ele deturpou a verdade, copiou a data separada por Deus e propagou o engano. É claro que ele não é o primeiro nem o último a inventar festas aos deuses (Êxodo 32:5; Juízes 9:27; 16:23; Daniel 5:1-4), mas é um exemplo claro do que aconteceu também com a Páscoa mais tarde. O Inimigo gera uma mentira para que a verdade seja desprezada.

A comemoração realizada hoje no mundo ocidental chamada Páscoa não tem relação alguma com a original. Tanto judeus como católicos, porém mais os católicos, incorporaram na festa santa costumes idólatras dos povos pagãos à instituição divina. É o que chamam de “sincretismo religioso”.
Vejamos a origem de cada símbolo da Páscoa atual:

O “Coelhinho” da Páscoa
Na lua cheia, no período da Primavera, os povos antigos identificaram na Lua o desenho de uma lebre, que logo passou a ser vista como uma deusa e, no início de cada Primavera, deveria ser adorada com uma grande festa. A deusa passou a representar a fertilidade, devido a imagem da lebre, que é um animal que se reproduz bastante e, também, devido a época que ela aparecia, pois a Primavera é tipicamente associada ao reflorestamento, do renovo da flora, época das flores e frutos.
As cidades da antiguidade fundadas por Ninrode (Gênesis 10:10), que implantou a rebelião e a adoração a tudo que não seja o verdadeiro Deus, criaram então um nome para a sua deusa, a Rainha dos Céus (Jeremias 7:18; 44:17-19,25) e o culto a ela era de caráter sexual, uma vez que ela era a deusa da fertilidade.
Os babilônicos chamaram sua deusa de Semiramis, porém, com a dispersão dos povos, após a torre de Babel, esta deusa recebeu vários outros nomes, de acordo com a nação que a adorava. A Acádia deu o nome a sua deusa de Ishtar. Ela era a Inanna dos sumérios, a Astarote dos cananeus (Juízes 2:13; 10:6; I Samuel 7:3; 31:10; I Reis 11:5,33; II Reis 23:13), a Ísis dos egípcios, a Eostre, ou Ostera, dos povos anglo-saxões etc.
Ostera era homenageada todos os anos. Suas sacerdotisas eram ditas capazes de prever o futuro observando as entranhas de uma lebre sacrificada (claro que a versão “coelhinho da páscoa, que trazes para mim?” é bem mais comercialmente interessante do que “Lebre de Eostre, o que suas entranhas trazem de sorte para mim?”

“Ovos de Páscoa”
O ovo foi introduzido a Páscoa também por motivos idólatras. Mas qual a relação do ovo com a primavera e o coelho?
A primeira figura abaixo é de um ovo que tem sobre si a figura da lua, associado à adoração do deus lua Sin, pai de Ishtar. Dizem que a imagem da deusa Ostera era de uma mulher que segurava um ovo em sua mão e observava uma lebre. Assim, os povos acrescentaram à Festa da Primavera, na adoração à deusa, o ovo, que também, além do coelho, ou lebre, representa fertilidade. Além disso, a mitologia síria alega que sua deusa Ashtarte nasceu de um ovo que caiu num rio.


Na Ucrânia, por exemplo, centenas de anos antes de era cristã, já se trocavam ovos pintados com motivos de natureza em celebração à chegada da primavera. Na Europa há uma brincadeira em que os ovos devem rolar ladeira abaixo, onde será vencedor aquele ovo que rolar mais longe sem quebrar. Nos Estados Unidos a brincadeira mais tradicional nessa época ainda é a "caça ao ovo", onde ovos de chocolate são escondidos pelo quintal ou pela casa para serem descobertos pelas crianças na manhã de Páscoa. Em algumas cidades a "caça ao ovo" é um evento da comunidade e é realizada em praça pública.
Sendo assim, a primavera está ligada à lebre que está ligada à Ostera que está ligada ao ovo, que, num “sincretismo religioso”, os judeus incorporaram ao prato principal que eles preparam na Festa da Páscoa. Mas porque os judeus concordaram em unir um símbolo pagão à sua festa santa? Isso remonta a época bíblica, em que os israelitas, influenciados pelos cananeus e babilônicos, adoraram a Rainha dos céus (Êxodo 34:13; Deuteronômio 7:5; 12:3; 16:21; Juízes 2:13; 3:7; 6:25-30; 10:6; I Samuel 7:3,4; 12:10; 31:10; I Reis 11:5,33; 14:15,23; 15:13; 16:33; II Reis 13:6; 17:10,16; 18:4; 21:3; 23:4,6,7,13-15; II Crônicas 14:3; 15:16; 17:6; 19:3; 24:18; 31:1; 33:3,19; 34:3,4,7; Isaías 17:8; 27:9; Jeremias 7:18; 17:2; 44:17-19,25; Miquéias 5:14). Provavelmente foi assim que eles misturaram a Festa da Primavera com a Páscoa. Note que nos versículos citados ora menciona Astarote, Asera, Bosque, Árvore, Rainha dos Céus, mas todos esses nomes estão ligados à mesma deusa.  Note também que em algumas dessas passagens o culto a esta deusa está ligado à prostituição. O símbolo do ovo foi uma forma de manter a festa da deusa Ostera na Páscoa judaica...

A “Nova Data” da Páscoa
Quando a Igreja se romanizou, após a suposta conversão de Constantino ao cristianismo, para obrigar a todos se “converterem” à “igreja”, os líderes religiosos adequaram os ídolos, costumes, crenças e misturaram tudo com a Bíblia.
Para tirar o foco de Jesus, o Inimigo misturou vários eventos bíblicos com costumes pagãos e idólatras, como também é o caso do Natal. O mundo ocidental, que é extremamente católico e prega o ecumenismo, que é a “união de todas as crenças” adotou o nome Páscoa, porém mudou todo o seu sentido. Assim como os judeus acrescentaram o símbolo do ovo, os católicos acrescentaram o coelho e mudaram até a data da festa. Mas essa mudança tem, pelo menos, três motivos:
1. Tendo em vista que o calendário romano (Calendário Gregoriano) é diferente do calendário judaico, os católicos resolveram não permanecer com a mesma data da Páscoa bíblica, ou seja, dia 14 do primeiro mês do ano.
2. A igreja, desviada da verdade, tentou de todas as maneiras acabar com qualquer lembrança judaica. Assumiram todas as bênçãos bíblicas de Israel, chamaram os 39 primeiros livros das Escrituras Sagradas de “Velho Testamento”, decretaram que eram os novos donos de Jerusalém (e esse foi o motivo das guerras “santas” chamadas de Cruzadas), destruíram centenas de sinagogas, excluíram e chegaram a matar muitos judeus e, por fim, mudaram a data da festa.
3. Já que todos os anos era comemorado no início da primavera a grande festa em homenagem à deusa Ostera, a igreja decidiu no Conselho de Nicea em 325 d.C. definir a Páscoa relacionada à data do equinócio, ou seja, a Páscoa católica é celebrada no domingo após a primeira lua cheia da primavera. Como a primavera sempre começa no dia 20 ou 21 de março, no domingo após a primeira lua cheia após essa data é a Páscoa. 

Para calcular a data da Páscoa para qualquer ano usa-se a fórmula do quadro abaixo, com todas as variáveis inteiras, com os resíduos das divisões ignorados.
Usa-se a para ano, m para mês, e d para dia. O sinal * significa multiplicação:


c = a/100
n = a – 19 * (a/19)
k = (c - 17) / 25
i = c - c/4 - (c-k) /3 +19 * n + 15
i = i - 30 * (i/30)
i = i - (i/28) * (1 - (1/28) * (29/ (i+1)) * ((21-n) /11))
j = a + a /4 + i + 2 - c + c/ 4
j = j - 7 * (j/7)
l = i - j
m = 3 + (l+40) /44
d = l + 28 - 31 * (m/4)



Por exemplo, para calcular o dia do ano de 2000, faremos o seguinte cálculo, usando a fórmula acima:

a = 2000
c = 2000/100 = 20
n = 2000 – 19 × (2000/19) = 2000 – 19 × 105 = 5
k = (20-17) / 25 = 0
i = 20 - (20 / 4) - [(20 - 0) / 3] + (19 × 5) + 15 = 20 – 5 – 6 + 95 + 15 = 119
i = 119 – 30 × (119 / 30) = 119 - (30 × 3) = 29
I = 29 - {(29 / 28) × [1 - (29 / 28)] × (29 / 30) × [(21 - 5) / 11]} = 29 - {1 × 0 × 0 × 1} = 29
j = 2000 + 500 + 29 + 2 – 20 + 5 = 2516
j = 2516 - [7 × (2516 / 7)] = 2516 - [7 × 359] = 3
l = 29 – 3 = 26
m = 3 + [(26 + 40) / 44] = 3 + 1 = 4
d = 26 + 28 - (31 × 1) = 23


Assim, chegamos ao dia 23 de abril de 2000!

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2015 Abril 5
2018 Abril 1
2021 Abril 4
2016 Março 27
2019 Abril 21
2022 Abril 17

Quinta ou Domingo?
Como dissemos anteriormente, o catolicismo passou a celebrar a Páscoa no domingo após a primeira lua cheia da primavera. Mas, Jesus não morreu na Páscoa. A morte de Jesus ocorreu na “quinta-feira da Paixão”, como eles mesmos chamam. Jesus morreu no dia 14 de nisã, numa quinta-feira, no dia da Páscoa, e ressuscitou no terceiro dia, no domingo.
Como o calendário judaico varia, nesse ano, por exemplo, o dia 14 cai numa terça-feira, e não seria interessante para a "Igreja" um calendário variável, até porque o desejo era celebrar o domingo como dia santo. Porém Deus nunca desejou estabelecer um novo dia santo, como era o sábado para Israel.
Enfim, esse seria o quarto motivo, dentre os sitados acima, para que a igreja mudasse a data da Páscoa. E, com isso tudo, acabou-se instituindo o domingo como "domingo de Páscoa", porém o domingo não era a Páscoa. Páscoa lembra a morte do cordeiro. O domingo que se seguiu à Páscoa foi a ressurreição de nosso Senhor, assim como Abrão, depois de três dias em direção ao altar, viu, pela fé, seu filho Isaque ressuscitar (Hebreus 11:17-19).
A ressurreição é a base de nossa fé, mas não trataremos dela aqui, pois é trata-se de um evento a parte.

Proibição de comer carne vermelha
O catolicismo romano introduziu a tradição de fazer jejuns, abster-se de bebida alcoólica e um sem-número de penitências durante os 40 dias entre o Carnaval e a Páscoa. Era uma forma de pagar para alcançar o perdão de Deus após tanto pecado no Carnaval. Esse período é chamado de Quaresma.
O jejum é uma tradição que se consolidou na Idade Média, época em que a carne vermelha era consumida em banquetes, nas cortes e nas residências dos nobres. Ela tornou-se, então, símbolo da gula, associado ao pecado. Dessa forma, a Igreja orientava os fiéis a comerem carne à vontade antes da quaresma – o que deu origem aos banquetes chamados “carnevale” e ao atual Carnaval – e depois se absterem de carne, durante os 40 dias que antecediam a Páscoa. O peixe não chegou a entrar na lista da abstinência porque sua presença era irrelevante nos banquetes medievais. Com o passar do tempo, os 40 dias de abstinências mais a Semana Chamada Santa, passaram a apenas um jantar com bacalhau na Quarta-feira de cinzas e na Sexta-feira da Paixão.
Analisando tudo isso podemos entender que não há ligação alguma com o que Jesus requer de sua Igreja e, além de tudo, se fazemos um jejum, é para nos consagramos e não para que sejamos perdoados de pecados pagando por eles (Colossences 2:20-23). Jesus já pagou todo o preço porque não teríamos condições de pagá-lo.
Mais detalhes sobre esse assunto, leia o estudo: As Cinzas do Carnaval.

Doutrina da Transubstanciação
O concílio de Trento inventou a doutrina de transubstanciação, onde, para o catolicismo, os elementos, o pão e vinho, se tornam no corpo e no sangue de Cristo literalmente. Já os luteranos e outros defendem a tese de consubstanciação (que a presença espiritual de Cristo acompanha os clementes).
Mas conforme a Bíblia os elementos apenas “representam/simbolizam” o corpo e o sangue de Jesus. Através da ceia nós mostramos Sua morte até que Ele venha. É simplesmente em memória dEle.
Sendo assim, temos que ter cuidado para não “abençoarmos” o pão da ceia como se ele fosse algo profundamente santo, ao invés de apenas agradecermos por ele.

Chocolate
Quem não gosta de chocolate? É difícil encontrarmos alguém que não gosta, não é mesmo? Este alimento antes era produzido como uma bebida pelos maias e astecas, antes dos europeus chegarem às Américas. Acreditava-se que, além de possuir poderes afrodisíacos, o chocolate dava poder e vigor aos que o bebiam. Já foi considerado um pecado, remédio e também sagrado. Os astecas chegaram a usá-lo como moeda, tal o valor que possuía.
Somente no século XVIII, os ovos de chocolate passaram a ser produzidos, primeiramente na França.
Durante o "Ching-Ming", que ocorre praticamente na mesma época (início de abril), os chineses visitam os túmulos dos ancestrais e fazem oferendas, em forma de refeições e doces, para deixá-los “satisfeitos” com os seus descendentes. É como o dia de finados dos chineses. Então foi unida a Festa da Primavera com a Festa do Ching-Ming, misturando tudo com a Páscoa! Aliás, foi na Páscoa que os egípcios morreram, e o cordeiro no lugar dos israelitas. Um prato cheio para o sincretismo religioso, não?
Nessa festa que estamos estudando, Deus não mandou comer chocolate, pelo contrário, a ordem era que os israelitas comessem ervas amargas!

Comércio
A cada ano o comércio aumenta nas épocas festivas, tal como Páscoa, Natal, dias das mães etc. Mas isso não se dá porque a população está cada vez mais rica ou com condições de comprar. Pelo contrário, dados analisados de 2000 até 2007 comprovaram que as pessoas que vivem nas metrópoles brasileiras estão cada vez mais pobres. Por exemplo, cada vez as empresas privadas pagam menos, o desemprego aumenta, as favelas crescem, a população de moradores de rua aumenta etc.
Sendo assim, porque as pessoas compram mais, se não têm condições? O que explica isso é o Capitalismo, que seduz as pessoas cada vez mais a terem, a possuírem, não importando se elas terão como pagar ou como manter aquele bem que está adquirindo. A propaganda, através da TV, cinema, internet, rádio, literatura etc., atrai a população de uma forma tão forte e poderosa que as pessoas caem na isca e se deixam dominar pelo demônio chamado “consumismo”. O ser humano tem que gastar tudo que tem e o que não tem para se adaptar ao meio, comprando “ovos de Páscoa” cada vez mais caros, participar de vários amigos ocultos (ou, para os paulistas, amigo secreto) com a família, no trabalho, na escola, entre amigos etc., mais conhecidos nessa época como os “chococultos”.
Para incentivar as crianças a cobrarem de seus pais o “presente de Páscoa”, as empresas colocam sempre dentro dos ovos brinquedos como brindes, para atrair a atenção da garotada que, sem saber se seus pais têm ou não condições de pagar, imploram pelo tal ovo que viram na propaganda. E qual o pai que não se esforça e faz de tudo para agradar seu filho querido? Pois é... o inimigo sabe como agir..



Os pais não percebem que alimentando esse desejo supérfluo da criança não está acrescentando nada no caráter dela. Não foi essa a Páscoa que Deus ordenou que os pais ensinassem aos seus filhos. Pelo contrário, os pais precisam se esforçar para moldar o caráter de seu descendente, ensinando-o a Palavra em todo tempo.
Se antes, por exemplo, um aniversário infantil era motivo para unir os parentes, vizinhos e amigos para celebrar mais um ano de vida, com uma simples reunião dentro da própria casa da criança, hoje a maldita moda prega que tem que haver o aluguel de um salão de festas, a contratação de animadores, convites cada vez mais luxuosos, ornamentação chique, roupas alugadas, presentes para os convidados (e não o contrário), os salões estão se transformando cada vez mais em minis parques de diversões etc. O mais impressionante é que as pessoas que trabalham um mês todo, enfrentam congestionamento todos os dias, ônibus ou outro veículo lotado, recebem mal no final do mês, e dão todo seu salário, e até o que não tem, para poder promover “a festa”. É claro que tudo é lindo para quem vê, mas os pais de hoje esquecem de preparar para seus filhos uma boa escola, boa educação, futuro promissor, saúde etc. As pessoas não querem mais se preocupar com quem são ou o que fazem, mas sim, com o que tem.
O ter se sobrepôs ao ser...

“...Escolhei e tomai vós cordeiros para vossas famílias, e sacrificai a páscoa... Portanto guardai isto por estatuto para vós, e para vossos filhos para sempre. E acontecerá que, quando entrardes na terra que o SENHOR vos dará, como tem dito, guardareis este culto. E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Que culto é este? Então direis: Este é o sacrifício da páscoa ao SENHOR, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou.” Êxodo 12:22-27

Acréscimos dos Judeus ao ritual da Páscoa
Você já leu nas Escrituras a denúncia de Jesus e dos apóstolos à tradição dos anciãos? Mateus 15:2-6; Marcos 7:3-13; Colossenses 2:8; I Pedro 1:18
Após ficarem tanto tempo sem templo durante os 70 anos de cativeiro babilônico, os sacerdotes perderam sua importância para os escribas, homens que dedicavam a vida para copiar as Escrituras. Estes se tornaram os doutores da Torah, que passaram a se considerarem os únicos a interpretarem de forma correta a Palavra. Porém, pouco a pouco, esses especialistas na explicação da vontade de Deus passaram a ensinar as “tradições dos anciãos”, ou “dos antigos”. Daí surgiram outros rituais não instituídos por Deus (Halachoth), uma nova série de normas não instituídas por Deus (Mishnah), lendas (Gemara, que formava junto com a Mishnah, o Talmude), comentários sobre o Tanach (Midrashim), pensamentos sobre este (Hadaga) e, finalmente, interpretações místicas em que descobriram nas Escrituras sentidos recônditos (a Cabala).
Muitos hoje seguem religiosamente esses escritos, como se fossem equivalentes ao Tanach (os 39 primeiros livros da Bíblia), porém temos que ter cuidado. As Escrituras são suficientemente necessárias para termos comunhão com Deus. A Bíblia explica a própria Bíblia. Não podemos ter esses escritos como verdade absoluta. Só os 66 livros das Escrituras Sagradas são infalíveis.

Como já vimos, os israelitas aderiram ao ovo na sua ceia da Páscoa provavelmente como uma forma de unir a festa pascoal com o festival pagão da primavera, ou seja, adoração da deusa da lua. Mas não foi somente o ovo que eles acrescentaram no ritual. Os judeus hoje possuem um livro com a Narração da História da Páscoa, que a família, começando pela criança mais nova da casa, deve recitar. Nesse livro, há além da narrativa, todo o ritual, ensinando como o pai de família deve procurar em sua casa por algum tipo de fermento no dia 14, o que fazer se encontrar, a arrumação iluminada da casa e a arrumação da mesa com os seguintes itens:

Símbolos na Mesa:
1. Copo de Água Salgada simbolizando o Mar Vermelho e também as lágrimas dos seus antepassados quando eram escravos.
2. Copos de Vinho Vermelho simbolizando o sangue do cordeiro.
3. Copo de Elias: Um copo de vinho é reservado para o profeta Elias. Também uma cadeira e a porta aberta para sua vinda. Até hoje eles aguardam o Messias chegar e há uma esperança que ele virá na noite da Páscoa. Eles não percebem que “Elias” já veio (Mateus 17:12,13; Marcos 9:13)...

Símbolos no prato da Páscoa:
1. Um osso simbolizando o cordeiro que não podem sacrificar sem o templo.
2. Ovo cozido: Alegam que também simboliza o cordeiro, mas é uma forma de camuflar a adoração à deusa Ishtar.
3. Charoseth (mistura de maçã moída, nozes e vinho) simboliza a mistura usada para fazer os tijolos para Faraó.

A ordem de serviço da cerimônia da Páscoa consiste mais ou menos nos seguintes procedimentos:
1.      Oração.
2.      Ingestão do primeiro cálice de vinho pelo chefe da família.
3.      Lavagem das mãos pelo chefe da família.
4.      Imersão de alimentos nas águas salgadas.
5.      Divisão do pão. Um pedaço fica na mesa e o outro é escondido (Mateus 26:26).
6.      Recitação da história da Páscoa.
7.      Lavagem das mãos por todos.
8.      Alimentação dos pãos asmos e as ervas amargas.
9.      Preparação e molhagem do sanduíche (Mateus 26:23; João 13:26,30).
10.  Preparação e realização do jantar.
11.  Procura pelas crianças do outro pedaço de pão que foi escondido.
12.  Pronúncia da benção.
13.  Bebida do terceiro cálice de vinho.
14.  Convite ao Messias.
15.  Louvor dos Salmos 115 a 118.
16.  Momento de silêncio pela espera de Elias.
17.  A porta é fechada.
18.  O pai clama pelo Messias.
19.  Bebida do quarto copo de vinho.
20.  Cântico do "Chad Gadya" (Um Cabrito Só): com seu sofrimento durante a história.


Podemos perceber que, por mais que foram acrescentados vários itens, os judeus são os que mais se aproximam do ritual estabelecido por Deus através de Moisés. Há apenas dois problemas aqui, além do que falamos sobre os ovos:

1. O grande problema dos judeus ortodoxos hoje é que eles esperam alguém que já veio foi rejeitado. O Messias deles já veio e eles não o receberam...
                             “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. João 1:11

2. Outro problema em celebrar a Páscoa ainda seguindo a tradição é que eles ainda estão presos aos símbolos, e não percebem que a verdadeira Páscoa já aconteceu...
“E será por SINAL sobre tua mão e por frontais entre os teus olhos...” Êxodo 13:16

A celebração verdadeira da Páscoa não era um ritual vazio, sem sentido, mas era um sinal, ou seja, apontava para algo maior. Quando os israelitas celebravam aquela festa, deveriam se lembrar do que aconteceu na noite do dia 14 de abibe. Mas, na verdade, tanto esta festa quanto o fato em si apontavam para algo muito maior que aconteceria centenas de anos após a libertação do povo do Egito.
Israel um dia foi salvo do anjo da morte e liberto do Egito. Porém, o Egito não saiu de dentro do coração deles. Na primeira oportunidade, caíram na idolatria (Êxodo 32:1-8).
Por causa de seus deslises espirituais, até hoje os judeus continuam sofrendo perseguições de seus inimigos em volta e a morte reina. Nem  mesmo voltando para seu território Israel, podem viver sossegados. Mas, através da verdadeira Páscoa, Deus deseja dar vida e paz a eles. E isso não alcançarão se ficarem presos eternamente a um ritual vazio. Eles precisam enxergar que a verdadeira Páscoa já aconteceu há cerca de 2.000 anos no Calvário.

A maioria desses detalhes foram acrescentados à refeição da Páscoa provavelmente após o cativeiro babilônico, pois na última Páscoa de Jesus podemos ver que Ele celebrou um ritual parecido com o que os israelitas fazem até hoje. 
A diferença é que Jesus deu um maior significado a cada momento daquela refeição. Ao invés dos rituais para lavar as mãos, Ele se humilhou e lavou os pés dos discípulos. Como Ele celebrou antes do momento da Páscoa, na mesa de Jesus não tinha o cordeiro assado, mas Ele mesmo era o cordeiro que seria morto na próxima tarde. Ao invés de proclamar a vinda do Messias, Ele proclamou o Seu reino futuro, pois o próprio Messias ali estava. Veja a ordem dos fatos que ocorreram na Páscoa antecipada de Jesus:

1. O local estava mobiliado e preparado – Marcos 14:15,16; Lucas 22:11-13
2. Jesus e seus discípulos sentam a mesa – Mateus 26:20; Marcos 14:18; Lucas 22:14
3. Jesus pega o cálice, antes da ceia, agradece e dá aos discípulos – Lucas 22:17
4. Todos comem a ceia – Mateus 26:23; Marcos 14:18; Lucas 22:15
5. Depois da ceia, Jesus lava os pés dos discípulos – João 13:2-5
6. Jesus pega o pão, abençoa-o, reparte-o, distribui e todos comem – Mateus 26:26; Marcos 14:22; Lucas 22:19
7. Jesus pega novamente o cálice, dá graças e distribui para todos beberem – Mateus 26:27; Marcos 14:23; Lucas 22:20
8. Jesus estabelece a nova aliança, ensina que seu sangue seria derramado por muitos (e não por todos), fala do reino vindouro e os sinais de sua chegada – Mateus 26:28-29; Marcos 14:24-25; Lucas 22:16,18,20; João 13:31-38; 14; 15; 16; 17
9. Todos cantam um hino – Mateus 26:30; Marcos 14:26

Jesus, além de, na noite anterior à Sua morte celebrar com os discípulos a Páscoa, nos parece ter simplificado esta cerimônia transformando-a no que hoje a igreja chama de “Santa Ceia”. Muitas igrejas celebram uma vez por mês, outras uma vez por ano, outras só quando sentem de Deus. Porém, é importante entender que a ceia não substituiu a Páscoa. A Páscoa será sempre celebrada por Israel, mesmo durante o futuro Reino milenar de Jesus (Ezequiel 45:21), mas a Ceia deve ser celebrada pela Igreja.
Jesus cumpriu o ritual da Páscoa, porém os quatro evangelistas, Mateus, Marcos, Lucas e João, e o apóstolo Paulo, ao lembrarem-se da Ceia do Senhor, apenas focaram o pão e o suco da uva, desprezando os detalhes como ervas amargas, o fermento do pão etc. Isso não significa que Jesus estava desprezando a festa. Na verdade, Ele sabia que na próxima tarde, a Páscoa aconteceria em Sua própria vida, no Calvário.

Enquanto a Páscoa só pode ser celebrada por circuncidados (Êxodo 12:43-49), a Ceia é celebrada por judeus e não judeus salvos em Cristo. Ele sabia que o Evangelho alcançaria o mundo (Mateus 24:14; 26:13; Marcos 14:9; 16:15) e, por isso, instituiu esse simples, mas profundo ritual.

Os próprios discípulos não entenderam o fato de Jesus celebrar a ceia na noite anterior à Páscoa, nem o fato da lavagem dos pés, muito menos o que Jesus quis dizer com a comparação do pão e do vinho com corpo e sangue, representando a nova aliança, mas o Mestre disse durante a ceia:
“... O que eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois.” João 13:7

Com que base Jesus instituiu a Ceia?
E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo.” Gênesis 14:18
Você lembra quando isso aconteceu? O rei e sacerdote Melquisedeque celebrou a ceia com Abrão na noite anterior à morte dos animais, quando Deus fez aliança com o pai dos israelitas. Ao amanhecer, Abraão deveria preparar os animais para o sacrifício e, na parte da tarde, quando os animais fossem partidos ao meio, Deus se manifestou primeiro pelas trevas e, depois, pelo fogo.
Da mesma forma, Jesus celebrou a ceia com pão e vinho pela noite, foi preso e julgado durante a madrugada até a manhã, à tarde foi morto na cruz do Calvário, quando o céu escureceu em plena luz do dia e foi rasgado (Mateus 27:45; Marcos 15:33; Lucas 23:44).
Será que os discípulos entenderam depois? Podem não ter entendido na hora, mas depois entenderam...

Jesus cumpriu cada detalhe da Páscoa de Abraão e Moisés:
- Entrou em Jerusalém no dia 10, como o cordeiro nas casas de Israel no Egito, em Moisés;
- Celebrou o pão e o vinho na noite anterior à aliança, como Melquisedeque e Abrão;
- Foi crucificado à tarde do dia 14, como o cordeiro no Egito, em Moisés;
- Trevas reinaram em plena luz do dia, como na aliança de Deus com Abrão;
- Assim como os animais de Abraão foram partidos, Jesus foi rasgado ao lado;
etc.


Há maiores detalhes a serem abordados sobre a Páscoa que Deus sonhou, mas não trataremos aqui. Leia a postagem O Segredo da Páscoa e saiba um pouco mais. Aqui o objetivo era mostrar o quanto o Judaismo e Catolicismo acrescentaram ao ritual que Deus instituiu e como perderam a visão do foco principal.
Mas, por que o Inimigo desejaria tanto confundir a humanidade e inventar coisas como coelhinhos, ovos de chocolate, comércio etc.? A verdade é que nela está contido um grande significado! Um ato de Deus a favor de toda a humanidade: A verdadeira Páscoa! 
Cuidado para que você, que lê este estudo, não esteja envolvido com essa idolatria, comércio, desperdícios etc. e esteja esquecendo da verdadeira Páscoa do Senhor!

Não é de nosso interesse colocar aqui que é pecado comer chocolate, até porque temos todo um ano para isso e chocolate É MUITO BOM! O problema é estarmos envolvidos com a mentira do Maligno, seguirmos tradições de homens e vivermos como se aquilo que Deus se interessa não é importante. Você se importa com o que Deus se importa?

Um comentário:

Eber disse...

Muito bom esse estudo, esclarecedor e edificante. Deus continue a lhe conceder entendimento.