Queremos sempre ultrapassar os nossos limites. Não
gostamos de pontos finais, leis, proibições, obstáculos etc. Mas precisamos
entender que, como seres pessoais, Deus nos dotou de liberdade, porém essa
liberdade vai até certo ponto. Já diz a frase "Nosso limite termina quando o do outro começa!"
O primeiro que quis ir além de suas possibilidades
foi o Inimigo. Ele não estava satisfeito com todo o privilégio que tinha e
desejou loucamente ser semelhante a Deus:
“E tu dizias
no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu
trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei
sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.” Isaías
14:13,14
Mas ele não ficou sozinho nesta infeliz ambição.
Com ele, a terça parte dos habitantes dos céus, se rebelaram contra Deus:
“E viu-se
outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho,... E a sua cauda
levou após si a terça parte das estrelas do céu...” Apocalipse 12:3,4
Trocar tanta glória, tanto poder divino, tanta santidade,... pelo que? Anseio pela liberdade, independência, poder... Será que conseguiram? Claro que não! Como se ausentar totalmente do Deus que preenche todas as coisas? Todos vivemos dentro de Deus e não há local tão longe para estar afastado dEle. Tudo é dEle, por Ele, para Ele. Salmos 139:1-10; Atos 17:28; Romanos 11:36
E não ficou só por aí. Satanás provocou a
humanidade, estimulando para que o homem também tentasse ultrapassar os limites
estabelecidos pelo Criador:
“E ordenou o
Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente,
Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia
em que dela comeres, certamente morrerás.” Gênesis 2:16,17
“Ora, a
serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus
tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de
toda a árvore do jardim? Então a
serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.” Gênesis 3:1,4
Adão foi criado para ser a imagem e semelhança de
Deus, para dominar toda a natureza a sua volta, para dar frutos, encher a terra
(Gênesis 1:26-30), exercer seu ministério no Jardim do Éden (Gênesis 2:15) e
tinha a possibilidade de se saciar com tudo o que Deus havia criado para ele
(Gênesis 2:16). Inclusive, quando este se sentiu com alguma necessidade, Deus
providenciou o que ele precisava, ou seja, uma esposa (Gênesis 2:18).
Sim! Adão era livre! Tinha todo um planeta para
explorar, toda uma natureza para desfrutar, porém apenas uma advertência ele
não conseguiu obedecer...
Muitos frisam o fato de Deus ter proibido que ele
comesse o fruto da árvore do conhecimento do mal, porém se esquecem que ele
poderia comer de tudo! Ele trocou sua liberdade pela escravidão do pecado. Ele
procurou sua independência e trouxe sobre si maldição e dor.
O que é melhor? Ser escravo do pecado ou ser
escravo de Deus?
Será que “ser crente” realmente é essa coisa
tenebrosa que dizem por aí? Será que, ao me tornar escravo de Deus, obedecendo
Sua vontade, irei perder minha vida, minha juventude?
Dizem que na Igreja tudo “não pode”. “Não pode”
isso, “não pode” aquilo, “não pode” aquilo outro. Mas será que isso é verdade?
Quem é, de fato, livre?
O que é mais pesado: ser escravo do pecado ou escravo da vontade soberana de Deus?
O que é mais pesado: ser escravo do pecado ou escravo da vontade soberana de Deus?
Quanto dinheiro e doenças as pessoas contraem por
causa do vício do cigarro?
Quantas pessoas encontramos pelas ruas na sarjeta
que um dia tiveram seu emprego, sua família, porém, por motivos diversos, se
enveredaram pelo vício do álcool e hoje já não conseguem mais viver sem sua
cachaça, mendigando pelas praças?
Quantos pais choram por verem seus filhos perdendo
todas as suas esperanças de concretização de sonhos, projetos de concluir uma
faculdade, crescimento profissional e construção de uma família por causa do vício
das drogas?
Quantas famílias estão sendo destruídas por causa
de uma noite de prazer com um(a) amante que não se ama? O sexo aprisiona o ser
humano e faz o mesmo jogar para o alto todos os riscos, como adultério,
separação, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada, formação de
uma família sem estrutura alguma etc.
Quantos estão presos à mágoas? O desejo da vingança
faz muitos colocarem de lado seu caráter, sua boa reputação e, o veneno que dá
aos outros destrói aos poucos a si próprio.
Por último, gostaria de lembrar aqui a pior das
escravidões: a possessão de demônios! Quantos estão doentes, sem paz,
perturbados, loucos, sem alegria, por terem um dia permitido que espíritos
malignos controlassem a sua mente...
Ao analisar esses quadros (e haveria muito mais a
ser exemplificado), vejo como é bom ser escravo de Cristo. Servir a Deus não me
faz preso, mas me faz verdadeiramente livre!!!!
Se você deseja ser escravo de Deus, faça a oração
que Jesus nos ensinou:
“Venha o teu
reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;” Mateus 6:10
Esse é o desejo que precisa arder em nosso coração!
Que a vontade de Deus prevaleça! Que Ele seja o nosso rei! Pois a Sua vontade é
sempre boa, perfeita e agradável!
Para exemplificar o tipo de relacionamento de
escravos livres que devemos ter com Deus, observe esta orientação bíblica para
os israelitas:
“Quando teu
irmão hebreu ou irmã hebreia se vender a ti, seis anos te servirá, mas no sétimo
ano o deixarás ir livre... Porém se ele te disser: Não sairei de ti; porquanto
te amo a ti, e a tua casa, por estar bem contigo; Então tomarás uma sovela, e
lhe furarás a orelha à porta, e teu servo será para sempre; e também assim
farás à tua serva.” Deuteronômio 15:12,16,17
Deus ordenou que, após seis anos de escravidão, os
hebreus deveriam libertar seus irmãos que, por causa de dívidas, tornaram-se
escravos. Porém, se esse escravo desejasse continuar com sua condição de
escravo, deveria permitir que sua orelha fosse furada para comprovar que, por
livre e espontânea vontade, ele escolheu continuar sendo servo.
Davi encara isso de uma maneira muito sublime, pois
ele mesmo se identifica como um escravo divino da orelha furada:
“Sacrifício e
oferta não quiseste; a minha orelha
furaste; holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste.” Salmos 40:6
Ele usou de sua liberdade de escolha, não para ser
escravo do pecado, mas para ser escravo de Deus!
“Mas agora,
libertados do pecado, e feitos escravos de Deus, tendes o vosso fruto para
santificação, e por fim a vida eterna.” Romanos 6:22
O apóstolo Paulo apresenta a escravidão a Deus como
algo favorável, mas, por quê?
A escravidão, sistema de comprar, vender e reter em
seu poder seres humanos, vigorava em todo o mundo, porém a escravidão permitida
por Deus diferia essencialmente da que prevalecia nas outras nações. Enquanto nas
outras nações, as mutilações e outras crueldades praticadas nos cativos eram comuns,
para Deus, os escravos tinham de ser tratados com humanidade (Levítico
25:39-55).
Segundo o livro "As Catacumbas de Roma", pelas leis romanas, por exemplo, os escravos eram
considerados “bens móveis”, podendo ser punidos e assassinados à vontade de seu
senhor, além de não terem direito a se casar, seus filhos eram vendidos ou
trocados, poderiam ser torturados livremente nos tribunais, eram acorrentados nus
nas portas dos palácios, como se fossem cães-vigias e, um tal Pólio, cavaleiro
do tempo de Augusto, consta que foi censurado por atirar os escravos vivos ao
seu lago para sustentar lampreias, que depois se aprazia em saborear na sua
mesa! É verdade que houve leis feitas para reprimir a crueldade com os
escravos; porém, como o escravo não tinha o direito de apelar para a lei, de
que lhe servia essa lei?
A servidão entre os judeus podia provir, legalmente,
do cativeiro na guerra, da impossibilidade de pagar as dívidas, ou incapacidade
de fazer a restituição em casos de roubo, assim como acontece até hoje em
nossos dias, quando, pela condenação, pessoas são aprisionadas.
Estes não deviam ser punidos severamente, e quando
morria um servo, o senhor podia sofrer castigo (Êxodo 21:20,21). Se um senhor
tirasse um olho, ou dente ou um membro de seu escravo; este devia receber liberdade
(Êxodo 21:26,27). Deviam descansar em cada dia de sábado ou de festa (Êxodo
20:10; Deuteronômio 5:14), ser convidados para festas (Deuteronômio 12:4,17,18),
receber alimentação adequada (Deuteronômio 25:4). O senhor era obrigado a velar
pelo casamento de uma serva, ou a tomá-la ou dá-la a seu filho (Êxodo 21:8). O
servo de origem hebreia não podia ser escravo mais de seis anos; findos estes,
ele devia ser despedido com sua mulher e com presentes de valor considerável
(Êxodo 21:2-4; Levítico 25:1-7). Ainda antes de expirados os seis anos, os
escravos podiam resgatar-se ou ser resgatados por outrem, por compra, por quantia
adequada aos anos de serviços restantes (Levítico 25:47-55). No ano do Jubileu,
ao som das trombetas de prata, todos os servos hebreus ou escravos de
nascimento tinham permissão de possuir propriedades (Levítico 24:49; II Reis
9:10). Um escravo fugido de outra nação, que procurasse refúgio entre os
hebreus, devia ser recebido e tratado com caridade e não ser mandado de volta
(Deuteronômio 23:15,16).
Portanto, quando falamos sobre sermos escravos do
Senhor, não nos referimos a lembrança que temos dos escravos africanos daqui do
Brasil acorrentados no tronco recebendo chicotadas. Os escravos para Deus são
aqueles que estão ao Seu serviço, que cumprem a Sua vontade e, como o escravo
da orelha furada, que escolheram livremente servi-lo eternamente, por amor a
Sua casa.
Se não bastasse sermos escravos de Deus para
alcançarmos uma consciência tranquila ao deitarmos a cabeça no travesseiro,
termos paz com Deus, alegria nos momentos da dor e consolo na provação, Ele promete
aos que escolheram servi-lo um tratamento de filho! Ele só quer do lado dEle, pessoas que Ele sabe que ama estar ao Seu lado. Ele só vai levar para junto dEle, quem está com Ele, não por interesses, mas porque é bom estar na Sua casa...
“Assim que já
não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por
Cristo.” Gálatas 4:7
Venha nós o Teu reino, Senhor!
Seja feita a Tua vontade, não a minha!
Palavra ministrada no dia 23/03/14 na Assembleia de Deus em Vila Kennedy, ministério Lapa, no culto evangelístico
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