Juízes 17 relata a história de Mica, um homem que reconquistou o dinheiro perdido por sua mãe. Esta, muito feliz, como forma de gratidão a Deus, erradamente manda fazer imagens de deuses. Ela diz: “Bendito do Senhor seja meu filho... Da minha mão dedico este dinheiro ao Senhor para meu filho, para fazer uma imagem de escultura e uma de fundição; e a imagem esteve na casa de Mica.” (Juízes 17:2b,3) Ela tinha boa intenção, ela quis ser grata a Deus, porém foi grata de uma forma totalmente equivocada. Para piorar a situação, Mica continua o erro de sua mãe, construindo um templo para essas imagens e consagrando um de seus filhos como sacerdote. A idolatria passou de uma mulher para uma família.
A
Torah já informava que não poderiam fazer imagens de escultura (Êxodo 20:4),
que o tabernáculo era o local de culto (Êxodo 25:8) e que sacerdotes só
poderiam ser da tribo de Levi, da linhagem de Arão (Êxodo 28:1; Levíticos 16:40).
É importante perceber que Mica sabia que estava errado ao consagrar seu filho
como sacerdote, tanto que, ao passar um levita, ele o convidou a ser o
sacerdote de sua família, prometendo-lhe: “Fica
comigo e sê-me por pai e sacerdote; e cada ano te darei dez siclos de prata, o
vestuário e o sustento... Sei, agora, que o Senhor me fará bem, porquanto tenho
um levita por sacerdote” (Juízes 17:10,13). Isso nos mostra que eles não
estavam inocentes no que faziam. Eles sabiam que não era o correto a se fazer,
mas teimaram no erro.
Josué
19:40-48 relata que o território dado a tribo de Dã era insuficiente (Números
26:52-56), por isso, eles tomaram Lesém. Mas este episódio é melhor explicado
em Juízes 18, quando os habitantes de Zorá e Estaol, da tribo de Dã, enviaram
cinco valentes para expiar a terra de Laís. No caminho, ao passar pela casa de
Mica, consultaram ao levita, o sacerdote fajuto que adorava ídolos, e este
confirmou que “Deus era com eles”. Os
da tribo de Dã, ao partirem para conquista, agora 600 homens, roubaram os
ídolos, ofereceram uma proposta maior ao sacerdote ganancioso e foram conquistaram
Laís. A idolatria que começou com a mãe de Mica, passou de uma família para
uma tribo: Dã.
Desta
vez, Mica não conseguiu recuperar os tesouros de sua mãe, porque agora era ele
contra um exército de 600 homens. O castigo sobre a família de Mica foi rápido
e o que era algo aparentemente simples, tornou-se um mal ainda maior. Quanto a
Dã, Jacó já tinha falado, ao mencionar seu filho Dã, que originaria essa tribo,
que esperava pela salvação do Senhor porque viu algo de muito ruim sobre ela
(Gênesis 49:16-18).
Mais
tarde, Jeroboão utiliza o mesmo local, ou seja, o território da tribo de Dã,
para também idolatrar (I Reis 12:25,28-30). Para que os israelitas não fossem
até o templo em Jerusalém, ele mandou fazer dois bezerros (lembrando o episódio
em que Israel ,
pelas mãos de Arão levantam um bezerro por causa da demora de Moisés – Êxodo
32), um deles em Dã, e santuários. Até o fato de consagrar sacerdotes que não
eram da linhagem correta, ele o faz, talvez, pelo exemplo da família de Mica. Jeroboão
não era inocente também, pois Deus ainda levantou um profeta para alertá-lo (I
Reis 13:2; II Reis 23:15-20). Agora não era apenas Dã, a tribo idólatra, mas as
10 tribos do Reino do Norte. A idolatria que se iniciou com uma mulher,
passou para uma família, depois para uma tribo e agora para uma nação: o Reino
de Israel.
Conseqüências:
declínio espiritual, afastamento de Deus e, por se aproximar do Maligno, a sua destruição,
pois “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir;” (João 10:10a). O
Reino de Israel foi conquistado pela Assíria e expulsos de sua própria terra
(II Reis 17:5-41).
Vivemos
numa época em que, por diversas “desculpas” diferentes, aqueles que se dizem
servos de Deus e pregadores de Sua Palavra, liberam aos seus seguidores
práticas que as Escrituras condenam e, cada vez mais, se adéquam à imoralidade
e perversão encontradas no mundo. Como dizem, o evangelho se tornou “Oba-oba”
onde tudo é permitido se “o coração tem boa intenção”. A mãe de Mica tinha boa
intenção, mas contrariou a Deus e seu juízo veio com o tempo. Cuidado! Não se
deixe dominar por práticas que te afastarão do Criador! Músicas seculares,
filmes de terror, piadas imorais, literatura mítica e outras coisas estão nos
afastando da Palavra de Deus e nos levando cada vez mais para as mãos do
Maligno, que quer nos destruir. Há aqueles que dizem ser seguidores de Cristo, porém oram a supostos mediadores, se inclinam diante de imagens dizendo apenas ter admiração e não idolatria, usam a Palavra de Deus para defender sua vida promíscua, alegam que estão debaixo da graça e por isso podem viver de qualquer maneira etc. Vigiemos, pois!
Palavra ministrada no Culto da Igreja Batista Nova
Filadélfia dia 21/09/2011
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