Quando um pastor, pregador ou líder pronuncia o termo “levita”, o que vem na sua cabeça? Quais as características, ou funções, habilitam uma pessoa a ser chamada de “levita”?
Há uma confusão relacionada a este termo, pois os associam aos músicos da igreja.
Não sei se você sabe, mas os levitas, na Bíblia, eram os descendentes de Levy (Levi), um dos doze filhos de Yacov (Jacó) e bisneto de Abraham (Abraão).
Para ajustar o conhecimento do povo de Deus com relação a este assunto, preparamos este estudo, explicando quem são os levitas através das Escrituras. Além de explicar quem eles são, buscamos a essência bíblica desse grupo de pessoas. Talvez você nunca tenha ouvido falar, ou, se leu a Bíblia, não prestou atenção nos detalhes aqui mencionados. Embora o tom do estudo tenha um ar pessimista e, para mim mesmo, assustador, é preciso olhar para as Escrituras em seus detalhes, e não apenas buscar as partes bonitas. É preciso analisar as partes aparentemente sombrias também porque ali Deus tem o que nos ensinar...
TENTATIVA DE UNIÃO
“Abraão gerou a Isaque; e Isaque gerou a Jacó; e Jacó gerou a Judá e a seus irmãos;” Mateus 1:2
Como podemos ver na genealogia acima, Abraham gerou Ytzak, que gerou Yacov, que gerou Levy, que gerou três filhos: Gersom, Coat e Merary.
Levy é o terceiro filho de Yacov com Leia, quando ainda moravam em Harã (atual Síria), no território do sogro Labão (Gênesis 27:43,44).
Levy significa, no hebraico, ‘união’, ‘ligado’, ‘vinculado a’, pois ele foi a terceira tentativa de Leia conquistar seu esposo, já que ele não a amava, mas amava sua irmã Raquel.
Leia disse quando Levy nasceu:
“E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Agora esta vez se unirá meu marido a mim, porque três filhos lhe tenho dado. Por isso chamou-o Levi.” Gênesis 29:34
O desejo de Leia não foi concretizado, nem com Levy, nem com nenhum de seus seis filhos que teve com Yacov. Portanto, a vida de Levy, bem como a de seus irmãos, frustrou os desejos de sua mãe. Até porque, filho não prende uma pessoa à outra, não é mesmo? Fica a dica...
No que se refere ao pai de Levy, o único filho que Yacov fazia questão de demostrar afeição era Yosef, o primeiro filho de Raquel, sua esposa amada.
Diante disso, como deveria ter crescido Levy?
Outra dica que aproveitamos para deixar aqui é sobre o falso pensamento de que “antigamente podia ter mais de uma esposa”. Nunca pode! É que as pessoas leem as histórias da Bíblia e não sabem separar o que ela está permitindo com o que ela está relatando. Deus nunca autorizou um homem ter mais de uma esposa. As Escrituras revelam que todos os que viveram em bigamia sofreram graves consequências, como foi o caso de Yacov. Por ter duas mulheres e duas concubinas, seus filhos viveram sem amor, em disputas e o próprio Yacov sofreu.
MASSACRE EM SIQUÉM
Ao crescer, já no território cananeu, Levy manifestou um comportamento terrivelmente violento e vingativo, quem sabe, provocado por crescer num lar conturbado. Com isso, claro, não quero justificar o erro de ninguém. O fato de crescermos em meio a uma família desunida, não necessariamente nos fará uma pessoa má, violenta, criminosa. Isso vai da índole de cada um. Há os que veem os problemas de sua casa e se esforçam, em Deus, para mudar a situação. Há os que se revoltam e tentam, das piores maneiras possíveis, descontar suas angústias e mágoas em quem, muitas vezes, não tem relação alguma com o seu problema.
Pois bem, quando a irmã de Levy, Diná, foi abusada sexualmente pelo príncipe de Siquém, mesmo que este demostrasse arrependimento e desejo de se casar com Diná, e mesmo que o seu pai Yakov já tivesse os perdoado e feito aliança com eles, Levy e seu irmão Simeon, armaram um plano sangrento de vingança e mataram todos os homens da cidade de Siquém:
“E aconteceu que, ao terceiro dia, quando estavam com a mais violenta dor, os dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, tomaram cada um a sua espada, e entraram afoitamente na cidade, e mataram todos os homens. Mataram também ao fio da espada a Hamor, e a seu filho Siquém; e tomaram a Diná da casa de Siquém, e saíram. Vieram os filhos de Jacó aos mortos e saquearam a cidade; porquanto violaram a sua irmã... Então disse Jacó a Simeão e a Levi: Tendes-me turbado, fazendo-me cheirar mal entre os moradores desta terra, entre os cananeus e perizeus; tendo eu pouco povo em número, eles ajuntar-se-ão, e serei destruído, eu e minha casa. E eles disseram: Devia ele tratar a nossa irmã como a uma prostituta?” Gênesis 34:25-27,30-31
Eles aproveitaram o momento em que os moradores de Siquém sofriam as dores da circuncisão (pacto para se aliançarem com o Deus de Abraham, Ytzak e Yacov, quando se cortava a pele em volta do órgão sexual masculino, por isso, “círculo”, “circuncisão”, “aliança”) para se vingarem. Além de cometerem covardia, violência e justiça com as próprias mãos, eles não se satisfizeram em apenas se vingar do príncipe de Siquém, mas mataram todos os moradores de seu reino.
O abuso sexual de uma menina indefesa é um caso terrível e o próprio Moisés séculos depois recebeu a orientação de que o estuprador deveria ser morto (Deuteronômio 22:25,26), porém, sobre os moradores de Siquém estava a misericórdia da aliança de graça, que os perdoou de sua culpa. E a aliança da graça está acima de qualquer lei. Yacov já os tinha perdoado. Digamos que ele já tinha “retirado a queixa na polícia”. Se uma pessoa consegue perdoar outra, porque Deus não perdoaria? Se o pai Yacov conseguiu perdoar quem fez esse mal tão grande à sua própria filha, porque seus irmãos agiram com tamanha covardia?
A pior questão é que os filhos de Yacov não eram tão justos assim, pois eram idólatras (Gênesis 35:2,4), o filho mais velho, Rubens, se deitou com a concubina do seu próprio pai (Gênesis 35:22), eles cogitaram a hipótese de matarem seu irmão Yosef por inveja (Gênesis 37:4,8,18-20), Yuda, o irmão que nasceu logo após Levy, sugeriu vender seu próprio irmão Yosef para os comerciantes como um escravo (Gênesis 37:26-28), se deitou com sua nora pensando ser uma prostituta (Gênesis 38:13-18,24-26), passaram mais de uma década mentindo para Yacov dizendo que Yosef estava morto (Gênesis 37:31-35) etc. Sendo assim, que tipo de juízo justo eles poderiam exigir de alguém? A consequência disso foi que Yacov passou a temer os povos em volta, pois, como todos sabemos, violência só gera violência...
Como Deus tinha uma promessa a cumprir através da descendência de Yacov, anos depois, seu filho Yosef se tornou governador do Egito e convidou seu pai Yacov (Ysrael) e seus parentes (que se tornariam a grande nação de Ysrael) para morarem na terra de Gósen, sendo ali protegidos dos 07 anos de fome que assolavam o mundo, conforme Deus revelara por sonhos ao Faraó.
Foi assim que Levy, com seus três filhos, foram ao Egito (Gênesis 46:5-8,11) e ali cresceram grandiosamente.
Contudo, ainda antes de seu pai Yacov morrer, este proferiu sobre Levy:
“Simeão e Levi são irmãos; as suas espadas são instrumentos de violência. No seu secreto conselho não entre minha alma, com a sua congregação minha glória não se ajunte; porque no seu furor mataram homens, e na sua teima arrebataram bois. Maldito seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura; eu os dividirei em Jacó, e os espalharei em Israel.” Gênesis 49:5-7
Ao ouvir uma profecia de maldição sobre sua família, qual seria sua reação? Como os descendentes de Levy não sabiam o futuro, o que eles podem ter pensado? Será que continuaram vivendo normalmente após conhecerem essa profecia?
Qualquer ser humano, ao saber que corre um risco, procuraria mudar a sua história. Seja se revoltando ainda mais e tentando, pela força, contrariar o que Deus falou, ou se humilhar a Deus e, pelo quebrantamento, mudar seus comportamentos, para que fosse digno de ser abençoado de alguma maneira e, assim, escapar da maldição.
Temos, nas Escrituras, vários exemplos das duas situações. Caim (Gênesis 4), Cão (Gênesis 9; 10), Esaú (Gênesis 27), Saul (I Samuel 15 – 31) etc. são exemplos de homens que demonstraram piorar após a repreensão. Já a prostituta Raabe (Josué 2), os moradores de Gibeão (Josué 9), Davi (II Samuel 12; I Crônicas 21), a mulher cananeia (Mateus 15:21-28) e os próprios descendentes de Levy são exemplos de que é possível transformar a maldição em bênção, através da humilhação, como veremos aqui.
Como estudaremos nessa postagem, realmente a herança de Levy no futuro foi diferenciada e apartada das outras tribos de Ysrael, mas o cumprimento dessa profecia não foi uma maldição, mas uma bênção! Os levitas souberam aproveitar as oportunidades...
OS LEVITAS SE MULTIPLICAM NO EGITO
“E estes são os nomes dos filhos de Israel, que vieram ao Egito, Jacó e seus filhos: Rúben, o primogênito de Jacó... E os filhos de Levi: Gérson, Coate e Merari...” Gênesis 46:8-11
Quando Yacov foi morar no Egito, Levy já tinha três filhos. Dos três filhos de Levy surgem, no Egito, as três famílias dos levitas: Os descendentes de Gersom são os gersonitas, os descendentes de Coat são os coatitas e os descendentes de Merary são os meraritas.
Após Yosef e toda a sua geração morrer, surgiu um novo Faraó que desconhecia a história de Yosef e começou a oprimir o povo de Ysrael porque eles multiplicaram muito e tornaram-se uma possível ameaça aos egípcios. Por causa disso, no tempo exato profetizado a Abraham, Deus enviou Moisés e, através de sinais e maravilhas, livrou Ysrael da escravidão egípcia.
Vamos analisar aqui quantos descendentes Levy gerou no Egito:
“E estes são os nomes dos filhos de Levi, segundo as suas gerações: Gérson, Coate e Merari; e os anos da vida de Levi foram cento e trinta e sete anos. Os filhos de Gérson: Libni e Simei, segundo as suas famílias; E os filhos de Coate: Anrão, Izar, Hebrom e Uziel; e os anos da vida de Coate foram cento e trinta e três anos. E os filhos de Merari: Mali e Musi; estas são as famílias de Levi, segundo as suas gerações. E Anrão tomou por mulher a Joquebede, sua tia, e ela deu-lhe Arão e Moisés: e os anos da vida de Anrão foram cento e trinta e sete anos. E os filhos de Izar: Corá, Nefegue e Zicri. E os filhos de Uziel: Misael, Elzafã e Sitri. E Arão tomou por mulher a Eliseba, filha de Aminadabe, irmã de Naasson; e ela deu-lhe Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar. E os filhos de Corá: Assir, Elcana e Abiasafe; estas são as famílias dos coraítas. E Eleazar, filho de Arão, tomou por mulher uma das filhas de Putiel, e ela deu-lhe a Finéias; estes são os cabeças dos pais dos levitas, segundo as suas famílias.” Êxodo 6:16-25
O texto de Êxodo acima afirma, no final da lista de nomes, que estes 28 homens citados eram apenas os cabeças dos pais dos levitas, ou seja, os líderes. Veja esses mesmos nomes organizados no esquema abaixo:
No livro de Números, após os israelitas saírem do Egito, durante o período em que estavam no deserto, surgem autoridades levíticas antes não citados:
“E o príncipe da casa paterna dos gersonitas será Eliasafe, filho de Lael.” Números 3:24
“E o príncipe da casa paterna das famílias de Merari será Zuriel, filho de Abiail; armarão as suas tendas ao lado do tabernáculo, do lado do norte.” Números 3:35
Da família de Gerson, Eliasafe, filho de Lael e da família de Merari, Zuriel, filho de Abiail. Nenhum desses quatro personagens estão citados em Êxodo 6:16-25. Eles já poderiam existir na época do livro de Êxodo (ou seja, quando o povo saiu do Egito), porém, provavelmente, só depois assumiram a liderança, substituindo alguém que falecera, por exemplo.
Os textos do livro de Crônicas a seguir também são uma prova de que, em Êxodo, não aparecem todos os levitas que moravam no Egito:
“De Gérson: Libni, seu filho; Jaate, seu filho; Zima, seu filho; Joá, seu filho; Ido, seu filho; Zerá, seu filho; Jeatarai, seu filho.” I Crônicas 6:20-21
“Os filhos de Merari: Mali, seu filho Libni, seu filho Simei, seu filho Uzá. Seu filho Siméia, seu filho Hagias, seu filho Asaías.” I Crônicas 6:29-30
“Filho de Anzi, filho de Bani, filho de Semer, Filho de Mali, filho de Musi, filho de Merari, filho de Levi.” I Crônicas 6:46-47
Se você notar, em Êxodo 6:16-25, aparece o nome de Libni, um dos filhos de Gérson, mas não aparece o nome de seus filhos. Porém, ele teve pelo menos um filho chamado de Jaate, como nos apresenta I Crônicas 6:20-21.
Da mesma maneira, em Êxodo 6:16-25, aparece apenas os nomes dos filhos de Merari, Musi e Mali, mas não nos revela os descendentes dos dois. Já em I Crônicas 6: 29-30, 46-47 constam os seus descendentes, quatro gerações depois.
Todas as informações que estão na Bíblia, tem um propósito de estar. Mas é importante lembrar que ela não conta detalhe por detalhe tudo o que aconteceu.
Entendemos que em Êxodo não estão listados todos os levitas nascidos no Egito porque Moisés só estava preocupado em provar a sua origem e a origem do futuro líder dos sacerdotes, Finéias (lembra que no esquema acima o único quadrineto a ser citado é Finéias?), que ele ungiria como o principal dos sacerdotes antes de morrer. Além do mais, se fosse listar nome por nome, seria uma lista incabível e desnecessária.
O livro de Crônicas apresenta as descendências de Gérson e Merari para revelar a origem dos sacerdotes que assumiriam a liderança no templo construído por Salomão. Sendo assim, aprendemos que as genealogias contidas na Bíblia têm um propósito. Aliás, cada letra da Bíblia tem um propósito e estudar sobre esse assunto é muito importante. Veremos mais tarde o porquê.
“Todos os que foram contados dos levitas, que contaram Moisés e Arão por mandado do Senhor, segundo as suas famílias, todo o homem de um mês para cima, foram vinte e dois mil.” Números 3:39
Um ano após a saída dos israelitas do Egito (Números 1:1), ou seja, após um período de cerca de duzentos anos após os três filhos de Levy entrarem no Egito, havia 22.000 levitas. Sendo assim, temos aqui a maior prova de que havia muito mais levitas dos que foram registrados em Êxodo 6:16-25.
Ao pensar nesse número de pessoas, ficamos espantados com tamanha multiplicação.
É possível apenas 03 varões levitas (Gênesis 46:8-11) ou, pouco depois, 28 varões levitas (Êxodo 6:16-25) dar origem a tantas pessoas?
Sim! É possível! Para isso, temos que fazer alguns cálculos:
Dos três filhos de Levy (Gérson, Coate e Merari), surgiram oito
varões citados em Êxodo 6:16-25 (Libni, Simei, Anrão, Izar, Hebrom, Uziel, Mali
e Musi).
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De 03 varões => Para 08 varões
|
Dos quatro filhos de Coate (Anrão, Izar, Hebrom e Uziel), são citados
em Êxodo 6:16-25 oito varões (Arão, Moisés, Corá, Nefegue, Zicri, Misael,
Elzafã e Sitri).
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De 04 varões => Para 08 varões
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Ano
0
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Ano 20
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Ano 40
|
Ano 60
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Ano 80
|
Ano 100
|
Ano 120
|
Ano 140
|
Ano 160
|
Ano 180
|
Ano 200
|
3
|
7
|
18
|
44
|
108
|
265
|
649
|
1.590
|
3.894
|
9.541
|
23.377
|
Como no exemplo acima, de 03 varões surgiram 08, então temos nesse quadro apenas um simples cálculo aproximado. O objetivo aqui não é fazer um cálculo de estatística “perfeito”. Os dados da última tabela acima são apenas ilustrativos, pois há pontos a serem considerados tanto para aumentar quanto para diminuir esses números:
Para diminuir esse número:
- É importante considerar o fato que em 200 anos, os que estão vivos no início do cativeiro, já não estariam mais vivos 200 anos depois;
- Falaremos no próximo tópico que o período em que eles permaneceram no Egito foi um pouco menor que 200 anos.
- Temos de considerar também a taxa de mortalidade devido a falta de recursos da época, doenças, acidentes de trabalho, guerras etc.;
- Dentre esse número, poderiam nascer mulheres, que não foram contadas entre os 22 mil levitas (Números 3:15). Isso supre a necessidade de tantas esposas, a fim de que os levitas não precisassem recorrer às mulheres egípcias;
- Houve tentativa de extermínio dos israelitas nos dias do nascimento de Moisés, aproximadamente no ano 120 do cativeiro (Êxodo 1:7-22).
Para aumentar esse número:
- Muitos israelitas geraram mais de 03 filhos, como Coate e Arão, que geraram 04 filhos, e Yacov, que teve 12 filhos (Gênesis 35:22);
- Os homens daquela época viviam mais e tinham filhos até a idade avançada (Entre a idade de 40 a 80 anos, Moisés foi morar em Midiã, onde se casou e teve dois filhos: Êxodo 2:15-22);
- Deus os abençoou, fazendo-os se multiplicarem no Egito (Êxodo 1:7);
Sendo assim, a diferença dos cerca de 1.377 a mais dos 22 mil levitas de Números 3:39, podem ser ignorados. A multiplicação por 2,45, embora não seja um número inteiro, foi o cálculo mais aproximado dos 22 mil que encontramos para mostrar que os 22 mil levitas seria um número totalmente possível!
Independente de todos esses cálculos, estatísticas e possibilidades, o que queremos afirmar é que, sim, é possível 28 levitas que entraram no Egito terem se multiplicado em 22 mil que saíram de lá.
TEMPO DE ISRAEL NO EGITO
Para os que pensam que o cativeiro egípcio durou 400 ou 430 anos por causa de textos como Gênesis 15:13-16 e Êxodo 12:40,41, é justamente através da família de Levy que podemos ter uma ideia sobre o tempo em que o povo de Israel ficou no Egito:
* Quando Yosef trouxe sua família ao Egito, seu irmão Levy com seu filho Coate entraram ali também (Gênesis 46:6-11). Levy morreu com 137 anos, seu filho Coate com 133, seu neto Anrão com 137 (Êxodo 6:16-20) e seu bisneto Moisés libertou Israel quando tinha 80 anos (Êxodo 7:7). Se Coate fosse um bebê recém-nascido, mesmo que somássemos todos os anos de vida dele, de seu filho Anrão e de seu neto Moisés, chegaríamos ao seguinte cálculo: 133 + 137 + 80 = 350, ou seja, menos de 400.
*Lembrando o fato de que a geração que entrou com Yosef no Egito (Gênesis 46:6-11) não viu o cativeiro (Êxodo 1:1-22), então devemos excluir Coate do cálculo. O que ficaria, por alto: 137 + 80 = 217 anos (isso se Anrão tivesse tido Moisés no seu último ano de vida).
O fato de termos explicado antes que há nomes que não são citados nas genealogias, isso não significa dizer que, por exemplo, ao invés de Levy ser pai de Coate, poderia ser avô, bisavô ou algum outro patriarca dele distante. O que a Bíblia omite são nomes de irmãos, tios, sobrinhos, e não nomes de pais e filhos...
Sendo assim, qual seria o período exato?
* Yosef tinha 39 anos quando Yacov e sua família entraram no Egito, no segundo ano do período de fome, no ano 2.238 depois de Adam, Moisés tinha 80 anos quando Israel saiu do Egito no ano 2.433 d.A. Sendo assim, embora o Egito tenha oprimido Abraham e seus descendentes de alguma forma por cerca de 400 anos, o povo de Israel habitou no Egito durante apenas 195 anos (2.433 – 2.238 d.A.).
* Yosef morreu com 110 anos, no ano 2.309 d.A. Como a escravidão só começou após ele e sua geração falecer, e se levantar um Faraó que não conhecia sua história, o total de anos de opressão foi menor que 124 anos (2.433 – 2.309 d.A.).
Para maiores detalhes sobre o cálculo dos anos, leia a postagem: Calendário Bíblico (de Adam até José)
Para maiores detalhes sobre o tempo da escravidão no Egito, leia a postagem: 400 ou 430?
MOISÉS, O SANGUINÁRIO
Talvez esse título choque, mas o levita Moisés, o homem separado por Deus para libertar Ysrael do Egito, teve um passado que também o identificou ao seu patriarca Levy.
“E aconteceu naqueles dias que, sendo Moisés já homem, saiu a seus irmãos, e atentou para as suas cargas; e viu que um egípcio feria a um hebreu, homem de seus irmãos. E olhou a um e a outro lado e, vendo que não havia ninguém ali, matou ao egípcio, e escondeu-o na areia.” Êxodo 2:11-12
Tentando defender seu parente israelita escravizado, Moisés mata o egípcio. Agiu com justiça própria, como seu bisavô Levy. Mas não era assim que Deus iria usá-lo para salvar seu povo. Ele agiu precipitadamente e, por isso, teve que ficar 40 anos fora do Egito como fugitivo, nos desertos de Midiã, para aplacar a ira do Faraó contra ele e aprender a viver na dependência de Deus.
Ali em Midiã, Moisés encontra-se com a família de Jetro, um sacerdote (Êxodo 2:15-22) e ali tem um encontro com Deus (Êxodo 3:1,2). Há os que afirmam ser Jetro um sacerdote idólatra, mas em nenhum momento as Escrituras transparece isso. Pelo contrário:
“Então Jetro, o sogro de Moisés, tomou holocausto e sacrifícios para Deus; e veio Arão, e todos os anciãos de Israel, para comerem pão com o sogro de Moisés diante de Deus.” Êxodo 18:12
Será que Jetro não foi o grande conselheiro de Moisés durante os 40 anos que ele ficou escondido em Midiã? Bom, se Jetro ensinou Moisés a sacrificar, não seria o único conselho para o genro durante a sua vida, pois vemos nas Escrituras Jetro aconselhando Moisés durante sua liderança sobre Ysrael(Êxodo 18:1-27).
As Escrituras informam-nos que Abraham, Ytzak e Yacov erguiam altares e sacrificavam ao Senhor, porém, durante o período em que os seus descendentes permaneceram no Egito, a Bíblia não fala sobre sacrifícios a Deus. Somente a partir do sogro de Moisés que surge o primeiro registro de sacrifício dos dias de Moisés, como vimos no versículo recitado anteriormente.
Mudando de assunto, Moisés conheceu sua esposa Zípora, filha de Jetro, durante essa peregrinação em Midiã e é justamente ela que o chama de sanguinário. Isso por causa da necessidade que ele tinha de circuncidar o seu filho:
“Então Zípora tomou uma pedra aguda, e circuncidou o prepúcio de seu filho, e lançou-o a seus pés, e disse: Certamente me és um esposo sanguinário. E desviou-se dele. Então ela disse: Esposo sanguinário, por causa da circuncisão.” Êxodo 4:25-26
Primeiramente, isso mostra que, ainda que o sacerdote Jetro tenha aprendido o ritual que é praticado desde os dias de Abel (Gênesis 4:4), Noé (Gênesis 8:20), Jó (Jó 1:5) e Melquisedeque (Gênesis 14:18), ele não conhecia a aliança que o Deus Criador fizera com Abraham (Gênesis 17:10), pois era estranho para sua filha Zípora o ato da circuncisão. Jetro, portanto, segue uma linhagem sacerdotal diferente da que agora seria instituída através da pessoa de Arão. Um novo sacerdócio estava surgindo...
Em segundo lugar, além do desconhecimento do ato de circuncidar, será que Zípora aproveitou a situação para lançar em rosto o que seu esposo fez no passado, matando o egípcio? Será que Moisés era realmente um homem sanguinário? Bom, infelizmente, muito sangue ainda será derramado e, agora, pela instrução do próprio Moisés com a orientação de Deus...
Tanto o primeiro quanto o último sinal que castigou o Egito foram justamente relacionados ao sangue:
“Assim diz o Senhor: Nisto saberás que eu sou o Senhor: Eis que eu com esta vara, que tenho em minha mão, ferirei as águas que estão no rio, e tornar-se-ão em sangue.” Êxodo 7:17
“O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras. E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde. E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem.” Êxodo 12:5-7
Moisés foi o canal de Deus para trazer juízo sobre os egípcios, pois o Faraó só cedeu à vontade de Deus quando seu filho e todos os demais primogênitos de seu império morreram, na noite do dia 14 do primeiro mês, a Páscoa.
Em outras palavras, a história de Moisés está repleta de morte, de sangue...
MASSACRE NO SINAI
Após serem libertos do Egito, Deus conduziu os israelitas ao monte Sinai, onde Moisés subiu para receber os conselhos que regeriam a nova nação que se encaminhava para Canaã. Porém, enquanto Moisés esteve 40 dias no monte, Ysrael se esqueceu de todos os magníficos milagres e providências divinas, e deu as costas para o Senhor, levantando um bezerro de ouro e caindo rapidamente em todo tipo de imoralidade e idolatria.
Como pode? Depois de Deus levantar Yosef e salvar sua família da fome, preparar um ótimo lugar no Egito para eles habitarem, os proteger da tentativa do Faraó os humilharem na escravidão e até exterminarem seus filhos. Depois de manifestar juízo contra os egípcios, abrir o mar para eles passarem, enviar o maná todo dia, transformar a água amarga em potável etc. Depois de tudo isso, a nação de Ysrael traiu a Deus...
Veja o resultado nas próprias Escrituras:
“E Moisés perguntou a Arão: Que te tem feito este povo, que sobre ele trouxeste tamanho pecado? Então respondeu Arão: Não se acenda a ira do meu senhor; tu sabes que este povo é inclinado ao mal; E eles me disseram: Faze-nos um deus que vá adiante de nós; porque não sabemos o que sucedeu a este Moisés, a este homem que nos tirou da terra do Egito. Então eu lhes disse: Quem tem ouro, arranque-o; e deram-mo, e lancei-o no fogo, e saiu este bezerro. E, vendo Moisés que o povo estava despido, porque Arão o havia deixado despir-se para vergonha entre os seus inimigos, pôs-se em pé Moisés na porta do arraial e disse: Quem é do Senhor, venha a mim. Então se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi. E disse-lhes: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Cada um ponha a sua espada sobre a sua coxa; e passai e tornai pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho. E os filhos de Levi fizeram conforme à palavra de Moisés; e caíram do povo aquele dia uns três mil homens. Porquanto Moisés tinha dito: Consagrai hoje as vossas mãos ao Senhor; porquanto cada um será contra o seu filho e contra o seu irmão; e isto, para que ele vos conceda hoje uma bênção.” Êxodo 32:21-29
Levy matou uma cidade por um homem ter abusado de sua irmã, embora este tenha se arrependido. Agora, os descendentes de Levy são convidados a um novo massacre, mas, estranhamente, solicitado pelo próprio Deus. Os levitas, que decidiram servir ao Senhor, deveriam matar todos os israelitas idólatras, ou seja, seus próprios irmãos.
O desafio foi abrir mão das questões familiares, que fez seu patriarca Levy pecar no passado, para lutar pelo zelo do Senhor. Deus, assim, ironizou a atitude anterior de Levy.
É estranho pensar em um Deus de amor que ordena ao homem matar outro. Isso poderia até dar base para uns malucos que às vezes aparecem dizendo que Deus mandou matar crianças, filhos, esposa etc. Mas o profeta a quem Deus usou aqui para dar essa ordem acabara de libertar uma nação da escravidão através de milagres extraordinários, como prever todas as 10 pragas que ocorreriam no país, desde a transformação das águas do Egito em sangue até a morte de todos os meninos primogênitos das casas onde o cordeiro pascoal não morrera, abrir o mar, coluna de fogo e nuvem conduzindo Israel sobre o deserto, maná caindo fora do arraial todos os dias, água amarga tornando-se doce etc. Por uma dessas e outras podemos considerar as palavras de Moisés.
Quem ordenou os levitas assassinar seus irmãos como juízo divino foi o mesmo homem que Deus usou para realizar todos esses milagres, e não um maluco qualquer.
Além disso, os que os levitas não mataram (Êxodo 32:28), o próprio Deus feriu (Êxodo 32:35).
Detalhe: O Moisés que ordena matar seus irmãos é o mesmo que outrora matou um egípcio por fazer um parente israelita sofrer. Todos os levitas foram provados naquilo que o seu passado os condenava...
Mas por que Deus permitiu tanta violência?
A SEPARAÇÃO DOS LEVITAS
A partir deste episódio, em que os levitas reprovam a idolatria do restante de Ysrael, eles são separados por Deus como uma tribo a parte. Na verdade, eles nem foram mais contados como uma das tribos de Ysrael.
Como Yacov tinha 12 filhos e para que se mantivesse 12 tribos, já que Levy foi separada dentre as tribos, os descendentes de Yosef, Efraim e Manassés, se tornariam duas tribos (Yosef não gerou o nome de nenhuma tribo porque, para Yacov, ele só recebeu consolo de ter perdido seu filho ao ver seus netos. Gênesis 48:5,6).
Os filhos de Yacov são:
Rubem
|
Simeão
|
Levy
|
Yudá
|
Dan
|
Naftali
|
Gade
|
Aser
|
Issacar
|
Zebulom
|
Yosef
|
Benyamim
|
As tribos de Ysrael são:
Rubem
|
Simeão
|
Yudá
|
Dan
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Naftali
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Gade
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Aser
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Issacar
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Zebulom
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Efraim
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Manassés
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Benyamim
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A princípio, a disponibilidade e obediência deles foi o ponto para que Deus os separasse dentre as outras tribos de Ysrael.
Após o episódio do bezerro de ouro, que trouxe um grande desgosto para Deus, tudo foi diferente. Anteriormente, quando Ysrael saiu do Egito, Deus pediu que todo o primogênito que nascesse deveria ser consagrado a Ele. Os animais deveriam ser oferecidos em sacrifício e os meninos deveriam ser resgatados, através de um pagamento específico (Êxodo 13:12-15).
Agora, com a separação dos levitas, eles passariam a substituir os primogênitos israelitas:
“Disse mais o Senhor a Moisés: Conta todos os primogênitos dos filhos de Israel, da idade de um mês para cima, e toma o número dos seus nomes. E para mim tomarás os levitas {eu sou o Senhor} em lugar de todos os primogênitos dos filhos de Israel, e o gado dos levitas em lugar de todos os primogênitos entre o gado de Israel.” Números 3:40-41
Além de não serem mais contados entre as tribos de Ysrael (Números 1:49), os levitas seriam separados para cuidar exclusivamente das coisas relacionadas ao Senhor, e, durante a peregrinação no deserto, montariam suas tendas no centro do acampamento israelita, em volta do tabernáculo (Números 1:50,53). Ao entrarem em Canaã, não se envolveriam com trabalho secular (Números 3:5-6), mas seriam sustentados pelos israelitas (Deuteronômio 12:19), teriam cidades próprias espalhadas por todo território israelita (Levítico 25:32-34), teriam cuidado de ensinarem aos israelitas a Torah do Senhor (Deuteronômio 33:8-10) e administrarem tudo que está ligado ao culto no santuário (Êxodo 38:21).
Ou seja, eles deveriam ser os guardiões (querubins) de Deus a fim de evitar que a nação de Ysrael se desviassem e caíssem na idolatria, afastando-se do Criador.
Os levitas tinham uma posição privilegiada em Israel porque, embora não tivessem uma herança entre as tribos israelitas, Deus promete ser a herança deles:
“E eu, eis que tenho tomado vossos irmãos, os levitas, do meio dos filhos de Israel; são dados a vós em dádiva pelo Senhor, para que sirvam ao ministério da tenda da congregação...
Todo o melhor do azeite, e todo o melhor do mosto e do grão, as suas primícias que derem ao Senhor, as tenho dado a ti. Os primeiros frutos de tudo que houver na terra, que trouxerem ao Senhor, serão teus; todo o que estiver limpo na tua casa os comerá. Toda a coisa consagrada em Israel será tua...
Disse também o Senhor a Arão: Na sua terra herança nenhuma terás, e no meio deles, nenhuma parte terás; eu sou a tua parte e a tua herança no meio dos filhos de Israel.” Números 18:6-20
Moisés, antes de sua morte, declara o seguinte acerca dos filhos de Levy:
“E de Levi disse: Teu Tumim e teu Urim são para o teu amado, que tu provaste em Massá, com quem contendeste junto às águas de Meribá.
Aquele que disse a seu pai, e à sua mãe: Nunca os vi; e não conheceu a seus irmãos, e não estimou a seus filhos; pois guardaram a Tua palavra e observaram a Tua aliança.
Ensinaram os Teus juízos a Jacó, e a Tua torah a Israel; puseram incenso no Teu nariz, e o holocausto sobre o Teu altar.
Abençoa o seu poder, ó Senhor, e aceita a obra das suas mãos; fere os lombos dos que se levantam contra ele e o odeiam, para que nunca mais se levantem.” Deuteronômio 33:8-11
Aqui Moisés resume o ato que consagrou os levitas: o fato deles terem amado mais a Deus do que aos seus próprios irmãos. Por isso Deus os separou para o Urim e Tumim, ensino da Torah, oferta de perfume, sacrifícios e demais funções do sacerdócio.
ARÃO, O SACERDOTE INFIEL
Como já dissemos, havia outra linhagem de sacerdócio (Gênesis 14:18; Êxodo 2:16). Arão não foi o primeiro sacerdote.
Por que Deus daria tanto poder a Arão se sabia que este seria o causador de uma grande tristeza para Ele? Por que Deus escolheria alguém que iria falhar?
Arão era perito em fazer ídolos. Sim! Isso mesmo! Não é possível que o bezerro tenha sido sua primeira tentativa. Veja o relato:
“Mas vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu. E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro, que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas, e trazei-mos. Então todo o povo arrancou os pendentes de ouro, que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão. E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito.” Êxodo 32:1-4
Será que uma pessoa que desconhecia a arte de artífice conseguiria moldar com um instrumento especial um bezerro do ouro, assim, do nada? Como pode ter sido tão omisso, esse Arão? Por que cedeu à pressão?
Arão representava um antigo sacerdote que falhou, ao concordar passivamente com o erro:
“E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.” Gênesis 3:6
O comportamento de Adam e Arão não são meras coincidências, nem seus nomes parecidos. Ao erguer o bezerro diante do Sinai, era como exaltar a mulher no Jardim do Senhor.
E se Adam trouxe o pecado e a morte para a humanidade, os rituais que Arão iria cumprir em breve, seria a preparação para que Deus eliminasse o pecado e a morte da humanidade...
MASSACRE NO SANTUÁRIO
Há muuuuuitas informações sobre os levitas nas Escrituras, mas, infelizmente, o tempo não nos permite detalhar uma a uma aqui. Quem sabe um dia analisaremos as funções dos levitas na Bíblia com maiores detalhes, mas só falaremos por enquanto sobre alguns pontos aqui.
“E chamou o SENHOR a Moisés, e falou com ele da tenda da congregação, dizendo: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando algum de vós oferecer oferta ao Senhor, oferecerá a sua oferta de gado, isto é, de gado vacum e de ovelha. Se a sua oferta for holocausto de gado, oferecerá macho sem defeito; à porta da tenda da congregação a oferecerá, de sua própria vontade, perante o Senhor.” Levítico 1:1-3
O livro de Levítico foca nos rituais que os levitas sacerdotes (para ser sacerdote, tinha que ser da descendência de Arão) deveriam cumprir no santuário. Ele já começa deixando claro uma questão: Não era Deus que pediu ou precisava de sacrifícios de animais. O povo estava acostumado a fazer sacrifícios (idólatras) e Deus só regulamenta, organiza o que Ele poderia aceitar como sacrifícios (isso porque Ele vai usar as ofertas para profetizar acerca de um sacrifício maior que ocorreria no futuro...).
“De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis a pisar os meus átrios?” Isaías 1:11,12
Leia também I Samuel 15:22; Salmo 40:6; 50:8-14; 51:16,17; Jeremias 7:21-22; Oséias 6:6; Amós 5:21-23; Miquéias 6:6,7; Gênesis 4:7a. Muitos dizem que só depois da morte de Jesus Deus rejeitou os sacrifícios de animais. Na verdade, Ele nunca se satisfez com matança de animais.
Assim como falamos anteriormente que os filhos de Yacov eram idólatras (incluindo Levy), assim também o povo de Ysrael era idólatra. Aproveitando-se da situação, Deus desenha um cenário em que um dia, pelas mãos dos levitas, um inocente morreria no lugar de todos, para perdão dos pecados...
“Se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá ao Senhor, pelo seu pecado, que cometeu, um novilho sem defeito, por expiação do pecado. E trará o novilho à porta da tenda da congregação, perante o Senhor, e porá a sua mão sobre a cabeça do novilho, e degolará o novilho perante o Senhor.” Levítico 4:3,4
Se o primeiro sacrifício a ser citado em Levítico 1:2 (gado) era o sacrifício pelo pecado do sacerdote (novilho), então essa é uma dica para mostrar que o primeiro que precisava de perdão em todo o Israel era o sacerdote, o líder espiritual do povo.
O primeiro que pecou foi o sacerdote: Adão, digo, Arão. E um gado (ou novilho, ou boi, ou touro) inocente, é quem morreria...
A partir daí, foi um longo período de massacres. De Arão (no tabernáculo erguido nos dias de Moisés) até a destruição do templo por Tito em 70 d.C., foram séculos, ou melhor, cerca de um milênio e meio de matanças diárias de animais...
O INOCENTE MORTO
Como mostramos anteriormente, Deus não pediu o sacrifício de animais, mas regularizou as ofertas de animais para, usando disso, profetizar o que ocorreria no dia mais importante da história de toda a humanidade. O dia em que a humidade seria perdoada por Deus através da morte substitutiva do inocente Jesus, o cordeiro de Deus.
Eram os seguintes tipos de ofertas que Deus aceitava:
Gado (touro, ou boi e vaca, ou o filhote, o novilho); Gado miúdo (carneiro e ovelha, ou bode e cabra, ou seus filhotes, cordeiro e cabrito); voadores (rolas e pombas) e alimentos (farinha “de trigo?” fina).
Vamos ver esses tipos de ofertas sendo citados em cada capítulo de Levítico:
- Holocausto (Levítico 1): gado macho (bezerro) sem defeito, gado miúdo macho (carneiros ou bodes) sem defeito e aves (rolas ou pombas).
- Oferta de Alimentos (Levítico 2): farinha (de trigo bem muída) com azeite e perfume sem fermento (um punhado de pó, ou em formato de bolo cozido no forno, ou em formato de pão cozido no vaso de barro, ou na frigideira). OBS.: Na oferta de alimento das Primícias, teria que ser o grão trilhado de espigas verdes cheias, tostadas ao fogo.
- Sacrifício Pacífico, ou seja, em gratidão (Levítico 3): gado macho ou fêmea (boi, ou touro, e vaca) sem defeito e gado miúdo macho ou fêmea (cordeiro e ovelha, ou cabrito) sem defeito.
- Oferta pelo Pecado (Levítico 4) do sacerdote: novilho (gado) sem defeito; De todo o Ysrael por desconhecimento: novilho (gado); Do príncipe: bode (gado miúdo); De um israelita por desconhecimento: cabra sem defeito ou cordeira sem defeito (gado miúdo).
- Ofertas por pecados de testemunha de blasfêmia de imundícia ou por ter jurado (Levítico 5): fêmea de gado miúdo (cordeira ou cabrinha) ou, duas rolas e dois pombinhos (caso não tenha recursos financeiros para o gado miúdo) ou um décimo de uma determinada medida (efa) de farinha sem azeite ou perfume; Por desconhecimento contra as coisas sagradas: carneiro sem defeito mais a quinta parte do valor do objeto sagrado; Contra os mandamentos do Senhor: carneiro sem defeito.
- Oferta por roubo (Levítico 6): carneiro sem defeito (mais a restituição do que roubou com o acréscimo da quinta parte).
Após especificar os tipos de ofertas que Deus aceitaria e em que ocasiões, a partir daí no livro de Levítico está a forma com que esses sacrifícios deveriam ser preparados (o ritual em si). Não nos deteremos aos ricos detalhes desses rituais, com exceção de um detalhe:
“Mas a carne que sobrar do sacrifício até o terceiro dia será queimada no fogo. Se a carne da oferta de comunhão for comida ao terceiro dia, ela não será aceita. A oferta não será atribuída àquele que a ofereceu, pois a carne estará estragada; e quem dela comer sofrerá as consequências da sua iniquidade.” Levítico 7:17,18
“Terá que ser comido no dia em que o oferecerem, ou no dia seguinte; o que sobrar até o terceiro dia será queimado. Se alguma coisa for comida no terceiro dia, estará estragada e não será aceita.” Levítico 19:6,7
O que te lembra o fato do corpo do animal morto só poder durar até ao terceiro dia? Se você se lembrou do corpo de Jesus, isso não é fantástico? Todos os sacrifícios apontavam profeticamente para um sacrifício maior e mais perfeito que ocorreria na cruz do Calvário. O sacrifício daquele que nunca pecou, do inocente que morreu em nosso lugar: Jesus Cristo, Yeshua Há’Mashiach!
LEVITAS MÚSICOS
Embora muitos pensam que sempre foi assim, é apenas no reinado de David que os levitas são separados para cultuar no santuário com a música. Antes disso, quando Ysrael peregrinava pelo deserto, cada família dos levitas tinha a sua posição diante do tabernáculo e exercia uma função ministerial:
Os filhos de Gérson ficavam a Oeste do tabernáculo e carregavam os tecidos do santuário. Eles receberam apenas dois carros (carroças) para carregar esses tecidos:
"As famílias dos gersonitas acampar-se-ão atrás do tabernáculo, ao ocidente." Números 3:23
"E os filhos de Gérson terão a seu cargo na tenda da revelação o tabernáculo e a tenda, a sua coberta e o reposteiro da porta da tenda da revelação, e as cortinas do átrio, e o reposteiro da porta do átrio, que está junto ao tabernáculo e junto ao altar, em redor, como também as suas cordas para todo o seu serviço." Números 3:25,26
"Dois carros e quatro bois deu aos filhos de Gérson segundo o seu serviço;" Números 7:7
Os filhos de Coate ficavam ao Sul do tabernáculo e carregavam os móveis. Esses não receberam nenhum carro porque tinham que levar os móveis à mão:
"As famílias dos filhos de Coate acampar-se-ão ao lado do tabernáculo para a banda do sul."
Números 3:29
"Eles terão a seu cargo a arca e a mesa, o candelabro, os altares e os utensílios do santuário com que ministram, e o reposteiro com todo o seu serviço." Números 3:31
"Mas aos filhos de Coate não deu nenhum, porquanto lhes pertencia o serviço de levar o santuário, e o levavam aos ombros." Números 7:9
Os filhos de Merari ficavam ao Norte do tabernáculo e carregavam as tábuas do santuário. Eles receberam quatro carros porque os seus materiais a serem carregados em mais pesados:
"E o príncipe da casa paterna das famílias de Merári será Zuriel, filho de Abiail; eles se acamparão ao lado do tabernáculo, para a banda do norte." Números 3:35
"Por designação os filhos de Merári terão a seu cargo as armações do tabernáculo e os seus travessões, as suas colunas e as suas bases, e todos os seus pertences, com todo o seu serviço,
e as colunas do átrio em redor e as suas bases, as suas estacas e as suas cordas." Números 3:36,37
"e quatro carros e oito bois deu aos filhos de Merári, segundo o seu serviço, sob as ordens de Itamar, filho de Arão, o sacerdote." Números 7:8
"Diante do tabernáculo, para a banda do oriente, diante da tenda da revelação, acampar-se-ão Moisés, e Arão com seus filhos, que terão a seu cargo o santuário, para zelarem pelo cumprimento dos deveres dos filhos de Israel..." Números 3:38
Quando os israelitas entram em Canaã, os levitas que não eram descendentes de Arão perdem o "emprego", pois agora o santuário seria fixo e eles não precisariam mais montar e desmontar o tabernáculo, nem carregar seus móveis, tábuas e tecidos.
Aí surge o rei David e, percebendo no que eles tinham se tornado (adoradores fora do santuário), usa disso:
"Estes são os que Davi constituiu sobre o serviço de canto da casa do Senhor, depois: que a arca teve repouso. Ministravam com cântico diante do tabernáculo da tenda da revelação, até que Salomão edificou a casa do Senhor em Jerusalém; e exerciam o seu ministério segundo a sua ordem. São estes: pois, os que ali estavam com seus filhos: dos filhos dos coatitas, Hemã, o cantor, filho de Joel, filho de Samuel, filho de Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliel, filho de Toá, filho de Zufe, filho de Elcana:, filho de Maate, filho de Amasai, filho de Elcana, filho de Joel, filho de Azarias, filho de Sofonias, filho de Taate, filho de Assir, filho de Ebiasafe, filho de Corá, filho de Izar, filho de Coate, filho de Levi, filho de Israel. E seu irmão Asafe estava à sua direita; e era Asafe filho de Berequias, filho de Siméia, filho de Micael, filho de Baaséias, filho de Malquias, filho de Etni, filho de Zerá, filho de Adaías, filho de Etã, filho de Zima, filho de Simei, filho de Jaate, filho de Gérson, filho de Levi. E à esquerda estavam seus irmãos, os filhos de Merári: Etã, filho de Quísi, filho de Abdi, filho de Maluque, filho de Hasabias, filho de Amazias, filho de Hilquias, filho de Anzi, filho de Bani, filho de Semer, filho de Mali, filho de Musi, filho de Merári, filho de Levi. Mas Arão e seus irmãos, os levitas, foram designados para todo o serviço do tabernáculo da casa de Deus. Mas Arão e seus filhos ofereciam os sacrifícios sobre o altar do holocausto e o incenso sobre o altar do incenso, para todo o serviço do lugar santíssimo, e para fazer expiação a favor de Israel, conforme tudo quanto Moisés, servo de Deus, havia ordenado:" I Crônicas 6:31-49
Como podem ver nos versículos acima, o rei David escolhe Asafe (dentre os gersonitas), Hemã (dentre os coatitas) e Etã (dentre os meraritas), um líder de louvor representando cada família levita para ser um adorador através da música, como organizamos no gráfico abaixo:
Esses líderes aparecem no livro de Salmos como compositores de lindas canções para Deus.
Mas a história desses homens e outros levitas merecem uma atenção especial que não abordaremos aqui neste estudo...
O DECRETO DA MORTE DE JESUS
Entre 587/586 a.C. o imperador babilônico, Nabucodonosor, destrói Jerusalém e o templo (II Reis 25; II Crônicas 36; Jeremias 39) retirando qualquer autoridade da linhagem real da tribo de Judá e o serviço dos levitas no santuário.
Após 70 anos de cativeiro babilônico, as tribos de Judá e Levi voltam para a terra de Ysrael e começam a, novamente, exercerem alguma autoridade, e os sacerdotes voltam a sacrificar e a influenciar, de alguma forma, a espiritualidade dos judeus:
"Assim o Senhor encorajou o governador de Judá, zorobabel, filho de Sealtiel, o sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e todo o restante do povo, e eles começaram a trabalhar no templo do Senhor dos Exércitos, o seu Deus," Ageu 1:14
Com a proibição em 167 a.C. da prática do judaísmo pelo decreto de Antíoco IV (império grego) e com a introdução do culto do Zeus Olímpico no Templo de Jerusalém, muitos judeus que decidem resistir a esta assimilação acabam sendo perseguidos e mortos. Entre os que permanecem fiéis à Torá, está o sacerdote Matatias, chamado de Hasmoneu devido ao nome do patriarca de sua linhagem (Hasmon). Recusando-se a servir no templo profanado, Matatias convoca os fiéis à Torá, iniciando o movimento de resistência contra o domínio estrangeiro.
Os "macabeus" então, durante anos, lideraram o movimento que levou à independência da Judeia, e que reconsagrou o Templo de Jerusalém, que havia sido profanado pelos gregos. Após a independência, os hasmoneus deram origem à linhagem de levitas que governou Israel até sua subjugação pelo domínio romano em 37 a.C.:
- Judas Macabeu - 164-160 a.C. - Lidera a sua família e os rebeldes contra o Império Selêucida.
- Jônatas Macabeu - 160-143 a.C. - Governou como sumo sacerdote.
- Simão Macabeu - 142-134 a.C. - Governou como sumo sacerdote.
- João Hircano I - 134-104 a.C.
- Aristóbulo I - 104-103 a.C.
- Alexandre Janeu - 103-76 a.C. - Primeiro Hasmoneu a tomar o título de rei, além de sumo sacerdote.
- Salomé Alexandra - 76-66 a.C.
- Aristóbulo II - 66-63 a.C. - Deposto pelos romanos. Seu irmão, João Hircano II, foi feito sumo sacerdote em seu lugar.
- João Hircano II - 63-40 a.C. - Colocado no governo como sumo sacerdote pelos romanos.
- Antígono - 40-37 a.C. - Deposto pelos romanos, foi eleito Herodes, o Grande como rei da Judeia.
Depois de muitas disputas e guerras, no tempo do Império Romano, nos dias de Jesus, os líderes levitas ainda eram dotados de grande respeito na Judeia, porém não poderiam condenar ninguém a morte, senão pela liberação de Roma:
“Depois os príncipes dos sacerdotes, e os escribas, e os anciãos do povo reuniram-se na sala do sumo sacerdote, o qual se chamava Caifás. E consultaram-se mutuamente para prenderem Jesus com dolo e o matarem.” Mateus 26:3,4
“... chegou Judas, um dos doze, e com ele grande multidão com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo. E o que o traía tinha-lhes dado um sinal, dizendo: O que eu beijar é esse; prendei-o.” Mateus 26:47,48
“E os que prenderam a Jesus o conduziram à casa do sumo sacerdote Caifás,... os príncipes dos sacerdotes, e os anciãos, e todo o conselho, buscavam falso testemunho contra Jesus, para poderem dar-lhe a morte; E não o achavam... o sumo sacerdote, disse-lhe: Não respondes coisa alguma ao que estes depõem contra ti? Jesus, porém, guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. Disse-lhe Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu. Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que bem ouvistes agora a sua blasfêmia. Que vos parece? E eles, respondendo, disseram: É réu de morte. Então cuspiram-lhe no rosto e lhe davam punhadas, e outros o esbofeteavam, dizendo: Profetiza-nos, Cristo, quem é o que te bateu?” Mateus 26:57-68
“E, chegando a manhã, todos os príncipes dos sacerdotes, e os anciãos do povo, formavam juntamente conselho contra Jesus, para o matarem; E maniatando-o, o levaram e entregaram ao governador Pôncio Pilatos. Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo. E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar. E os príncipes dos sacerdotes, tomando as moedas de prata, disseram: Não é lícito colocá-las no cofre das ofertas, porque são preço de sangue... E foi Jesus apresentado ao governador, e o governador o interrogou, dizendo: És tu o Rei dos Judeus? E disse-lhe Jesus: Tu o dizes. E, sendo acusado pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu... Ora, por ocasião da festa, costumava o governador soltar um preso... Mas os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram à multidão que pedisse Barrabás e matasse Jesus. E, respondendo o governador, disse-lhes: Qual desses dois quereis vós que eu solte? E eles disseram: Barrabás. Disse-lhes Pilatos: Que farei então de Jesus, chamado Cristo? Disseram-lhe todos: Seja crucificado... os príncipes dos sacerdotes, com os escribas, e anciãos, e fariseus, escarnecendo, diziam: Salvou os outros, e a si mesmo não pode salvar-se. Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz, e creremos nele. Confiou em Deus; livre-o agora, se o ama; porque disse: Sou Filho de Deus... E no dia seguinte, que é o dia depois da Preparação, reuniram-se os príncipes dos sacerdotes e os fariseus em casa de Pilatos, dizendo: Senhor, lembramo-nos de que aquele enganador, vivendo ainda, disse: Depois de três dias ressuscitarei. Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro dia, não se dê o caso que os seus discípulos vão de noite, e o furtem, e digam ao povo: Ressuscitou dentre os mortos; e assim o último erro será pior do que o primeiro. E disse-lhes Pilatos: Tendes a guarda; ide, guardai-o como entenderdes. E, indo eles, seguraram o sepulcro com a guarda, selando a pedra.” Mateus 27:1-66
Decidi expor aqui todo esse texto para que não ficasse em minhas palavras e te fazer um questionamento: Quem esteve desde o início por trás da crucificação do Senhor Jesus? Quem planejou Sua morte, subornou um dos Seus discípulos por 30 moedas de prata, enviou a guarda romana para prendê-lo, contratou falso testemunho contra Ele, cuspiu-lhe no rosto, deu-lhe punhadas, esbofeteou-o, levou-o a Pilatos, incitou à multidão que pedissem a Pilatos a Sua crucificação, zombou dEle na cruz e, sabendo da profecia que Ele ressuscitaria ao terceiro dia, colocaram a guarda romana para selar o sepulcro? Todas essas ações são respondidas com um termo: os principais dos sacerdotes, ou seja, os líderes dos sacerdotes.
Vamos resumir o que vimos até aqui:
Levy matou uma cidade que já tinha sido perdoada por Deus para vingar o abuso de sua irmã.
Moisés, o levita, matou um egípcio para tentar livrar seus irmãos israelitas da escravidão.
Os levitas matam seus próprios irmãos israelitas porque aprenderam a amar a Deus.
Levy significa união, mas era idólatra e estava longe de Deus e matou uma cidade inocente.
Arão, o levita, igualmente idólatra, representa Adão, o culpado pela morte do "animal" inocente.
Os levitas, durante 1,5 milênio, aprendem a matar o inocente e assim fizeram com Jesus!
“Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” João 1:11
Quem era seu? Quem eram os seus?
Israel é "seu" povo:
"Então dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito." Êxodo 4:22
"Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó para que tires o meu povo (os filhos de Israel) do Egito." Êxodo 3:10
Dentre os israelitas, os levitas são “seus”:
"... e os levitas serão meus." Números 3:12
"E separarás os levitas do meio dos filhos de Israel, para que os levitas sejam meus." Números 8:14
Deus escreveu a história, não impondo que os homens errassem (Deus não criou ninguém para pecar), mas, sabendo que eles errariam, fez um caminho para salvá-los.
Durante todo o tempo, Deus estava dizendo: São vocês que irão matar o inocente que trará o perdão para a humanidade... São vocês que irão matar o Meu Filho! Mas ninguém o percebeu... Sanguinários levitas!
Ysrael não o compreendeu, e os levitas o mataram... “Jesus, porém, dizia: Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem...” Lucas 23:34
Um comentário:
Passei mais de 1 hora e meia lendo e achei importantíssimo, todo o conteúdo que li. foi bem mais proveitoso do que passar 1 hora e meia no facebook, whatsapp e etc. Deus o abençoe.
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