30 janeiro 2016

RESENHA DO FILME QUARTO DE GUERRA


Estava em São Paulo em dezembro de 2015 quando entrou em cartaz no Brasil o filme Quarto de Guerra, e confesso que nunca tive uma experiência tão marcante ao ver algo do gênero. Emocionei-me em várias cenas e a sala do cinema tornou-se uma igreja, com muitas manifestações de exaltação ao Senhor e, como era a proposta do filme, local de oração!

O ministério de comunicação Igreja Batista de Sherwood em Albany, Georgia (EUA), liderado pelo pastor Alex Kendrick e seu irmão Stephen Kendrick, produziu filmes de sucessos como Desafiando Gigantes (2006), À Prova de Fogo (2008) e Corajosos (2011) com o apoio da produtora Sherwood Pictures. Quarto de Guerra, porém, é a primeira produção independente dos irmãos Kendrick e o primeiro a ser gravado fora dos limites da pequena cidade de Albany.

Repercussão
O recente drama cristão filmado em Charlotte, na Carolina do Norte, arrecadou mais de 11 milhões de dólares somente em seu primeiro final de semana de lançamento nos cinemas norte-americanos e, tanto nos EUA quanto no Brasil, alcançou segundo lugar no ranking de bilheterias, ficando atrás apenas de Jogos Vorazes: A Esperança Parte 2.
Mesmo depois de um mês de exibição no país, o longa continua entre os filmes com o melhor desempenho no ranking de bilheteria. A aceitação do público brasileiro ao filme foi tão positiva que levou a distribuidora a aumentar o número de salas para 85. Mesmo assim, é lamentável que nem todas as redes de cinemas abriram suas salas para o filme.
Centenas de milhares de brasileiros já se emocionaram, criando uma onda de postagens com a hashtag #QuartoDeGuerra nas mídias sociais para incentivar seus amigos e familiares a assistirem ao filme. A página do filme no Facebook está com cerca de 234 mil curtidas. Comigo também não foi diferente. Também deixei minha indicação ao filme através da minha página, www.facebook.com/blogAmeABiblia/ .

Versão em Livro
Após o sucesso de bilheteria do filme, e o sucesso da venda de DVDs, o drama recebeu uma adaptação literária pela editora Thomas Nelson. O autor da obra é Chris Fabry, graduado em Jornalismo pela Universidade Marshall e apresentador do programa de rádio diário Chris Fabry Live. Escritor de prestígio nos Estados Unidos, ele publicou mais de 70 livros de incluindo romances e obras inspiradas em fatos reais, alguns premiados com o Christy Awards e o Christian Book Awards. Em mais de 300 páginas, a obra mostra como a oração é poderosa para mobilizar as pessoas e salvar relacionamentos.

Sinopse e Crítica
A obra traz a história de Tony Jordan (T.C. Stallings), um vendedor de sucesso, e Elizabeth (Priscilla Evans Shirer), uma corretora de imóveis. Ambos vivem um casamento conflituoso e, por causa disso, a pequena Danielle Jordan (Alena Pitts), de 10 anos sofre pelas constantes brigas e a falta de atenção dos pais.
O nome original do filme, “War Room”, nos remete à Sala de Guerra, ou seja, um local onde, no militarismo, são planejadas as estratégias de defesa e ataque durante a guerra. A senhora Clara (Karen Abercrombie), viúva de um estrategista de guerra, ao colocar sua casa à venda, explica à Elizabeth que a primeira atitude numa guerra é conhecer o inimigo. Com isso, a corretora segue o exemplo de sua nova irmã em Cristo e acaba influenciando sua filha e seu esposo a batalharem em oração.
No momento do filme em que Tony acorda de um pesadelo, o relógio marca 7:14h, fazendo alusão ao versículo bíblico tema do filme: "Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.” II Crônicas 7:14

Em um tempo de crises no país, tanto moral como econômica, política e social, onde o casamento é banalizado e o divórcio aumenta, este longa traz uma mensagem de esperança, abordando o valor da perseverança na oração e os valores da família, seja na criação dos filhos, nos relacionamentos de uma forma geral e no tratamento com o cônjuge.
No dia em que estava no cinema, enquanto a trama do filme desenrolava, houve um grupo de jovens que demonstraram ter errado na escolha. Eles não sabiam que se tratava de um filme cristão. Pois bem, ficaram até o final e, com certeza, se nunca entraram numa igreja, ali eles tiveram a oportunidade de ouvir várias pregações no decorrer dos 120 minutos de duração do filme. Foi lindo! Talvez, o que tenha contribuído para que eles ficassem até o final, é que Quarto de Guerra, embora bastante extenso, tem um tom de humor, uma trama que nos envolve e as pregações não se detém a um preletor dentro de uma igreja. As lições bíblicas são desenvolvidas através de diálogos, seja na academia, na praça, no sofá etc. Até porque, ser filho de Deus não é apenas frequentar cultos num prédio específico, mas se relacionar com Ele em todo o tempo.
Outro ponto que percebi no filme é que ele não é triunfalista, pelo menos não tanto quanto a maioria dos filmes evangélicos de sucesso. Ofereço aqui alguns exemplos onde percebi isso: O grupo da Danielle não ganha a competição escolar em primeiro lugar; O Tony não volta ao emprego após se arrepender e passa a ganhar bem menos que antes, quando vivia no erro; Tony, mesmo em cima da hora para um compromisso, faz o bem ao seu ex-patrão, mas não é aparentemente recompensado por isso; Também, a própria senhora Clara conta que perdeu o marido mesmo depois que passou a orar. Ou seja, o filme deixa-nos a lição que a oração não é como uma forma de exigirmos para Deus o que queremos, mas sim, buscar com que a vontade de Deus se cumpra em nós, acima de nossa própria vontade.

Enfim, a plateia saiu da sala do cinema em que estava, uns bradando louvores a Deus, outros chorando e, quem sabe, muitos motivados a viver uma vida de oração e comunhão com Deus. Que o clamor de Clara se torne uma realidade e o Brasil aprenda, diante de tantas crises, a buscar ao Senhor!

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