Estava em São Paulo em dezembro de 2015 quando entrou
em cartaz no Brasil o filme Quarto de Guerra, e confesso que nunca tive uma
experiência tão marcante ao ver algo do gênero. Emocionei-me em várias cenas e
a sala do cinema tornou-se uma igreja, com muitas manifestações de exaltação ao
Senhor e, como era a proposta do filme, local de oração!
O ministério de comunicação Igreja Batista de
Sherwood em Albany, Georgia (EUA), liderado pelo pastor Alex Kendrick e seu
irmão Stephen Kendrick, produziu filmes de sucessos como Desafiando Gigantes
(2006), À Prova de Fogo (2008) e Corajosos (2011) com o apoio da produtora Sherwood
Pictures. Quarto de Guerra, porém, é a primeira produção independente dos
irmãos Kendrick e o primeiro a ser gravado fora dos limites da pequena cidade de
Albany.
Repercussão
O recente drama cristão filmado em Charlotte, na
Carolina do Norte, arrecadou mais de 11 milhões de dólares somente em seu
primeiro final de semana de lançamento nos cinemas norte-americanos e, tanto
nos EUA quanto no Brasil, alcançou segundo lugar no ranking de bilheterias,
ficando atrás apenas de Jogos Vorazes: A Esperança Parte 2.
Mesmo depois de um mês de exibição no país, o longa continua
entre os filmes com o melhor desempenho no ranking de bilheteria. A aceitação
do público brasileiro ao filme foi tão positiva que levou a distribuidora a
aumentar o número de salas para 85. Mesmo assim, é lamentável que nem todas as
redes de cinemas abriram suas salas para o filme.
Centenas de milhares de brasileiros já se emocionaram,
criando uma onda de postagens com a hashtag #QuartoDeGuerra nas mídias sociais para
incentivar seus amigos e familiares a assistirem ao filme. A página do filme no
Facebook está com cerca de 234 mil curtidas. Comigo também não foi diferente.
Também deixei minha indicação ao filme através da minha página, www.facebook.com/blogAmeABiblia/
.
Versão em Livro
Após o sucesso de bilheteria do filme, e o sucesso
da venda de DVDs, o drama recebeu uma adaptação literária pela editora Thomas
Nelson. O autor da obra é Chris Fabry, graduado em Jornalismo pela Universidade
Marshall e apresentador do programa de rádio diário Chris Fabry Live. Escritor
de prestígio nos Estados Unidos, ele publicou mais de 70 livros de incluindo
romances e obras inspiradas em fatos reais, alguns premiados com o Christy
Awards e o Christian Book Awards. Em mais de 300 páginas, a obra mostra como a
oração é poderosa para mobilizar as pessoas e salvar relacionamentos.
Sinopse e Crítica
A obra traz a história de Tony Jordan (T.C.
Stallings), um vendedor de sucesso, e Elizabeth (Priscilla Evans Shirer), uma corretora
de imóveis. Ambos vivem um casamento conflituoso e, por causa disso, a pequena
Danielle Jordan (Alena Pitts), de 10 anos sofre pelas constantes brigas e a
falta de atenção dos pais.
O nome original do filme, “War Room”, nos remete à
Sala de Guerra, ou seja, um local onde, no militarismo, são planejadas as
estratégias de defesa e ataque durante a guerra. A senhora Clara (Karen
Abercrombie), viúva de um estrategista de guerra, ao colocar sua casa à venda,
explica à Elizabeth que a primeira atitude numa guerra é conhecer o inimigo.
Com isso, a corretora segue o exemplo de sua nova irmã em Cristo e acaba
influenciando sua filha e seu esposo a batalharem em oração.
No momento do filme em que Tony acorda de um
pesadelo, o relógio marca 7:14h, fazendo alusão ao versículo bíblico tema do
filme: "Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e
buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei
dos céus, e perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.” II Crônicas 7:14
Em um tempo de crises no país, tanto moral como econômica,
política e social, onde o casamento é banalizado e o divórcio aumenta, este
longa traz uma mensagem de esperança, abordando o valor da perseverança na
oração e os valores da família, seja na criação dos filhos, nos relacionamentos
de uma forma geral e no tratamento com o cônjuge.
No dia em que estava no cinema, enquanto a trama do
filme desenrolava, houve um grupo de jovens que demonstraram ter errado na
escolha. Eles não sabiam que se tratava de um filme cristão. Pois bem, ficaram
até o final e, com certeza, se nunca entraram numa igreja, ali eles tiveram a
oportunidade de ouvir várias pregações no decorrer dos 120 minutos de duração
do filme. Foi lindo! Talvez, o que tenha contribuído para que eles ficassem até
o final, é que Quarto de Guerra, embora bastante extenso, tem um tom de humor,
uma trama que nos envolve e as pregações não se detém a um preletor dentro de
uma igreja. As lições bíblicas são desenvolvidas através de diálogos, seja na
academia, na praça, no sofá etc. Até porque, ser filho de Deus não é apenas
frequentar cultos num prédio específico, mas se relacionar com Ele em todo o
tempo.
Outro ponto que percebi no filme é que ele não é
triunfalista, pelo menos não tanto quanto a maioria dos filmes evangélicos de
sucesso. Ofereço aqui alguns exemplos onde percebi isso: O grupo da Danielle
não ganha a competição escolar em primeiro lugar; O Tony não volta ao emprego
após se arrepender e passa a ganhar bem menos que antes, quando vivia no erro;
Tony, mesmo em cima da hora para um compromisso, faz o bem ao seu ex-patrão,
mas não é aparentemente recompensado por isso; Também, a própria senhora Clara
conta que perdeu o marido mesmo depois que passou a orar. Ou seja, o filme
deixa-nos a lição que a oração não é como uma forma de exigirmos para Deus o
que queremos, mas sim, buscar com que a vontade de Deus se cumpra em nós, acima
de nossa própria vontade.
Enfim, a plateia saiu da sala do cinema em que
estava, uns bradando louvores a Deus, outros chorando e, quem sabe, muitos
motivados a viver uma vida de oração e comunhão com Deus. Que o clamor de Clara
se torne uma realidade e o Brasil aprenda, diante de tantas crises, a buscar ao
Senhor!
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