11 dezembro 2011

UM POUCO SOBRE A ORIGEM DA BÍBLIA


1. A Revelação de Deus

            A Bíblia é a revelação de Deus à humanidade. Mas não é o único meio que Deus usou para se revelar. As “Escrituras Sagradas” são, portanto, o esclarecimento de todas as formas que Deus utilizou para manter comunhão conosco.
            “A Bíblia é Deus falando ao homem, é Deus falando através do homem, é Deus falando como homem, é Deus falando a favor do homem, mas é sempre Deus falando.”

1.1. Deus falava aos primeiros habitantes da Terra

            Desde que o ser humano foi criado, sempre teve acesso, de alguma forma, à revelação de Deus. No começo, antes do primeiro casal experimentar o pecado, o próprio Deus tinha contato direto com a humanidade e comunicava-se com Adam:

            “Criou Deus, pois, Adam à Sua imagem...; macho e fêmea os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: ‘Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a;...’ E disse Deus ainda: ‘Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento...’” Gênesis 1:27-30
            “E o Senhor Deus lhes deu esta ordem: ‘De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás;’” Gênesis 2:16,17
            “Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves dos céus, trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria...” Gênesis 2:19
            “Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus... E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: ‘Onde estás?’” Gênesis 3:8,9

Ao contrário do que alguns pensam, Deus não se ocultou do homem, mas o homem é quem fugiu e ainda foge de Deus, por medo, por causa do pecado ou simplesmente por não querer obedecê-lo, caso Ele realmente exista e tenha colocado regras para vivermos aqui. Conforme o tempo passou e o pecado aumentou, a humanidade foi se afastando de seu Criador.
Mas Deus valoriza a comunicação e, inclusive, Jesus é chamado de “Logos”, a palavra viva, a palavra em ação, traduzida para nós como Verbo em João 1:1. Na Língua Portuguesa, o verbo é o termo essencial da oração. Sem o verbo uma oração não tem sentido e, portanto, a comunicação pode não acontecer. Mas, mais do que restaurar uma comunicação, Jesus veio para restaurar a comunhão de Deus com o homem.

            “A saber, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.” II Coríntios 5:19

            Deus criou o homem para ser seu amigo, e é isso o que Ele oferece para cada um de nós. Portanto, seja através de Sua comunicação direta no espírito humano, seja na mensagem que deixou através da natureza, seja na revelação de Jesus Cristo ou através das Escrituras, o desejo divino sempre foi aproximar-se dos que desejam esta amizade.

Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo...” Êxodo 33:11a
            “Prosseguiu Jó no seu discurso e disse:... quando a amizade de Deus estava sobre a minha tenda;” Jó 29:1,4b
            “E se cumpriu a Escritura, que diz: Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça, e foi chamado amigo de Deus.” Tiago 2:23

1.2. Deus fala através da natureza

Mesmo após o pecado, Deus não deixou de se comunicar com Sua criatura, pois, através da própria natureza, Deus fala com o homem de maneira poderosa:

            “E, havendo Deus terminado no dia sétimo a Sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a Sua obra que tinha feito.” Gênesis 2:2
A raiz da palavra hebraica traduzida aqui como “obra” (ותכאלמ = malachtu) é a palavra hebraica “mensagem” (ךאלמ = malach). Sendo assim, quando Deus criou os céus e a terra, e fez aparecer luz, firmamento, porção seca, vegetação, luminares e animais, não estava apenas criando o meio necessário para o homem viver, mas, por detrás de tudo que é físico, Deus se revelou ao homem. O versículo acima ficaria, então, da seguinte forma: “E, havendo Deus terminado no dia sétimo a Sua mensagem, que fizera, descansou nesse dia de toda a Sua mensagem que tinha feito.” Gênesis 2:2
Enfim, a natureza tem muito a nos ensinar sobre o Deus Criador. É inconcebível olhar para os detalhes tão perfeitos da criação e não reconhecer que há um ser superior que criou tudo isso, tendo cada coisa uma finalidade específica.
Para maiores detalhes sobre isso, leia a postagem: Deus Fala por Meio de Sua Criação

1.3. O Afastamento de Deus e a Distorção da Verdade

Se Deus teve algum contato com Adam, este provavelmente passou para seus descendentes algo do que conheceu e viveu. Porém, algumas gerações após Adam, os fatos ocorridos no Éden foram um tanto distorcidos. De acordo com o calendário que temos em Gênesis 5 e 11, podemos calcular quais personagens viveram na mesma época e quem pode ter compartilhado o que aprendeu e viveu. Futuramente iremos explicar melhor esses cálculos, mas vejamos:

Adam (0 a 930) > Lameque (874 a 1.651) > Sem (1.558 a 2.156) > Isaque (2.108 a 2.288) > José (2.259 a 2.369)

Adam viveu com Lameque durante 56 anos, Lameque viveu com Sem 93 anos, Sem viveu com Isaque, filho de Abrão, 48 anos, e Isaque viveu com José 29 anos, ou melhor, como sabemos que José foi vendido com 17 anos (Gênesis 37:2,28), pelo menos até essa época Isaque, que era um homem justo, pode ser o exemplo que José mesmo estando longe, no Egito. De Adão a José se passaram muitos anos (2.259 anos), mas como os homens no início viviam muito, podiam ver os netos de seus netos e até mais, o que colaborou para os fatos da época de Adam serem divulgados com maior fidelidade para todos os povos.
Isso se comprova pelas centenas de relatos históricos encontrados no mundo inteiro, em países e continentes totalmente longe e isolados da cultura hebraica, tidos como lendas semelhantes aos encontrados na Bíblia. Temos respostas para isso: Em primeiro lugar, após o dilúvio, os descendentes de Noé foram transmitindo de pai para filho, distorcendo com o tempo, e até mesmo José, o governador do Egito, divulgou o nome do Senhor e pode ter compartilhado as histórias do Gênesis para os povos do mundo inteiro que iam até ele comprar alimento nos anos de fome. Só que esses povos, se ouviram de José a Palavra de Deus, a alteraram com o tempo.

Na Babilônia e Egito, foram encontrados tabletes de argilas datados de 4 mil anos atrás contendo referências ao primeiro ancestral da humanidade, sendo, em cada relato, escrito com uma variação do nome de Adão: Adamu, Adime, Adapa, Alorus, Alumim, Atam, Adumuzi etc.
Quatro tabletes revelaram ainda uma tradicional história de um certo Adapa, citado em 04 fragmentos, um deles escrito há aproximadamente 3.400 anos atrás. A problemática da história gira em torno da vida eterna, pois Adapa, ao ser criado pelo deus Ea, recebera a sabedoria, porém não a imortalidade. Ele morava na cidade sagrada de Eridu, que tem a mesma origem etimológica de Edem, em conjunto com o sumeriano Edin ou Edenur, que também querem dizer Paraíso ou Planura. Ele vivia perto dos anunaques, palavra que lembra os anaquins, ou gigantes, da Bíblia. Em seu julgamento perante os deuses, resiste à tentação de se alimentar do pão e da água da vida sendo aprovado por isso. A única coisa que ele aceitou foi o segundo manto dos deuses, para substituir o primeiro manto da lamentação, o que liga ao fato de Adam ter recebido de Deus, após o pecado, a vestimenta de peles, no lugar do vestido feito de figueira. O fato do homem aqui ser mortal concorda com o fato, porém era justamente a árvore da vida que traria ao homem a vida eterna, o que aqui contraria, quando ele nega comer do pão e da água da vida...
No épico babilônico Gilgamesh, o herói sumeriano tem um amigo chamado Enkidu que é seduzido por uma cortesã da deusa Ishtar e passa a ter o conhecimento pleno, como o conhecimento do bem e do mal da Bíblia. Na história, Ishtar lhe declara: “Você agora é um conhecedor, Enkidu. Você será igual a Deus”, e lhe dá vestiduras específicas.
No norte de Calcutá, na Índia, viviam dois milhões e meio de pessoas conhecidas como povo Santal. Sua antiqüíssima tradição conta que um deus chamado Tacurgil criou o primeiro homem a partir do barro, chamou-o de Haran (que lembra Adam, ou Adão), deu-lhe uma mulher, colocou-os num lugar paradisíaco, porém um ser sagaz lhes preparou um líquido, ofereceu ao casal que, desacatando a ordem divina, beberam. Os dois dormiram e, ao acordar, perceberam que estavam nus.
Distante da Índia, no povo Karen da Birmânia, há uma remota tradição preservada por antigos hinos que foram traduzidos de um primitivo dialeto no final do século XVIII. Uma das estrofes diz que um deus chamado Euá formou o mundo a partir da água, a terra produziu o fruto da tentação, cuja ordem era não comer dele, mas um espírito rebelde enganou duas pessoas que comeram o fruto da morte e o mundo todo foi punido por causa dessa atitude.

            O que acabei de citar são apenas alguns dos vários relatos encontrados pelo mundo. Esses achados arqueológicos que alguns usam hoje para dizer que a Bíblia é simplesmente mais uma versão dos mitos antigos, pelo contrário, apareceram para calar os que diziam que as Escrituras são uma invenção de Moisés, ou da Igreja Católica. Essas descobertas esclarecem que os relatos dos acontecimentos antigos têm fundamento, mas foram espalhados pelos povos de maneira distorcida.

1.4. Deus registra Sua vontade em Livros

Moisés não plagiou, nem se inspirou nas lendas contadas pelos povos, mas resumiu de forma original tudo o que estava sendo contado pelos povos, que foi passado de geração a geração oralmente e distorcido após a torre de Babel, quando os homens começaram a idolatrar vários deuses e criaram as falsas religiões.
Foi por causa dessas alterações na forma de contar o que se passou que Deus levantou Moisés, cerca de 500 anos após a Torre de Babel, para escrever o Gênesis, que é uma correção de tudo o que estava sendo ensinado pelas nações idólatras. “Então, disse o Senhor a Moisés: escreve isto para memória num livro...” Êxodo 17:14ª
            Entendemos assim que um dos objetivos das Escrituras é ensinar a verdade a respeito de Deus, de Sua criação e da restauração do pecado.

O livro de Jó, que viveu nos tempos de Abraão, confirma muitos fatos citados por Moisés e o personagem Melquisedeque, que já era um sacerdote de Deus em Jerusalém quando Abraão chegou em Canaã é uma prova que não foi Abraão ou Moisés quem inventou o “monoteísmo”.

Em 1.500 anos os 66 livros da Bíblia foram escritos por cerca de 40 escritores, de Moisés ao apóstolo João, que viveram em épocas, territórios, costumes, profissões, nacionalidades e línguas diferentes, ouviam a voz do Deus criador (Gênesis 1:2; Josué 1:1; Juízes 1:2; I Samuel 2:27; I Reis 3:5; Jó 38:1; Salmo 110:1; Isaías 1:2; Jeremias 1:2; Ezequiel 1:3; ... Apocalipse 1:1-3) através de anjos (Atos 7:38; Gálatas 3:19) e receberam a orientação para escrever (Êxodo 17:14; Números 33:2; Deuteronômio 31:19; Jeremias 36:2; Apocalipse 1:11).

Dentre os homens que foram chamados para escrever a Palavra de Deus, temos:
- Moisés (nobre egípcio por criação, pastor de ovelhas, libertador, profeta e juiz);
- Josué (general conquistador e juiz);
- Davi (pastor de ovelhas, músico, guerreiro conquistador, rei, profeta e arquiteto);
- Salomão (rei, juiz, sábio, biólogo, antropólogo, músico, poeta etc.);
- Esdras (ex-escravo, sacerdote, escriba, juiz);
- Neemias (escravo, copeiro, intercessor, mestre de obras);
- Asafe e os filhos de Coré (levitas e músicos);
- Jeremias (filho de sacerdote e profeta);
- Ezequiel (filho de sacerdote, escravo e profeta);
- Daniel (filho de nobres, escravo, sábio, governador e profeta);
- Amós (boiadeiro, homem do campo e profeta);
- Mateus (ex-cobrador de impostos, discípulo de Jesus, apóstolo);
- Lucas (médico gentio);
- João e Pedro (pescadores, discípulos de Jesus, apóstolos, pregadores);
- Paulo (ex-fariseu, pregador, missionário, fazedor de tendas, apóstolo);
            Temos também os sábios Agur (Provérbios 30:1) e Lemuel (Provérbios 31:1), os salmistas Hemã, Etã, Ezequias e outros, os profetas Isaías, Oséias, Joel, Amós, Obadia, jonas, Miquéias, Naum, Ageu, Habacuque, Sofonias, Zacarias e Malaquias, o cristão João Marcos, os escritores dos livros de Samuel, Crônicas, Reis, Rute, Ester, Jó e Hebreus, os irmãos de Jesus, Tiago e Judas etc. Homens tão diferentes foram canais para construírem uma obra tão completa e precisa! Glórias, pois a Deus! Essas pessoas jamais formaram uma comissão especial para produzirem, juntos, uma Bíblia. Pelo contrário, a maioria nem ao menos se conheciam e nem planejam formar esta coleção. Se resolvessem escrever um livro, ou se tivessem intenção de escreverem para que depois seus escritos fossem unidos, tudo junto seria uma completa bagunça e desordem, mas, ao contrário disso, tudo se encaixa e traz sentido um ou outro.
            A Palavra de Deus é como um castelo cuja base firme, sólida e inabalável é o livro de Gênesis e o seu apogeu é o Apocalipse, seu grande salão de cobertura.

            Além de terem profissões diferentes, escreveram em locais, continentes e condições totalmente diferentes:
- Moisés, no deserto entre o Egito e Canaã;
- Josué e Davi, durante as pausas entre uma guerra e outra, em montes e vales de Canaã;
- O próprio Davi e Salomão, no luxo de um palácio em Jerusalém;
- Asafe e os filhos de Coré em volta do Tabernáculo em Siló;
- Alguns profetas em volta do templo de Jerusalém, outros, nas ruínas de Jerusalém;
- Alguns profetas na Babilônia, Paulo, em Roma e outros países da Europa;
- João, na prisão da Ilha de Patmos;
            Enfim, desde o continente da África (deserto do Sinai), Ásia (Israel e Babilônia) até a Europa (Roma, Éfeso etc.), homens não deixaram se influenciar pelas culturas diversas, mas se detiveram naquilo que o Pai lhes revelou de forma perfeitamente harmoniosa. Embora a maioria revele suas quedas e as quedas do povo de Israel, jamais colocaram nos seus escritos essas quedas como um exemplo a ser seguido, pelo contrário, cada um mostra as más consequências que sofreram naquilo que “plantaram”.

            Temos, no decorrer das Escrituras, citações, por exemplo, de Senaqueribe, rei da Assíria (II Reis 19:10-14), de Nabucodonozor, imperador da Babilônia (Daniel 4), dos reis da Pérsia, Ciro (II Crônicas 36:22,23; Esdras 1:1-4; 6:3-12) e Artaxerxes (Esdras 7:11-28), da tradição judaica (Mateus 5:43) e dos filósofos Epimênedes (Tito 1:12), Arato (Atos 17:28) e Menandro (I Coríntios 15:33).                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      
            Alguns livros e escritos também são mencionados, para mostrar que a Bíblia não era a única coisa escrita em sua época, já diferenciando sua inspiração em relação aos outros livros:
* Livro das Guerras do Senhor (Números 21:14);
* Livro dos Justos (Josué 10:13; II Samuel 1:18);
* Livro da História de Salomão (I Reis 11:41);
* estudos de Salomão (I Reis 4:29-34);
* Livro da História dos Reis de Judá (I Reis 14:29; 15:7,23; 22:46; ...);
* Livro da História dos Reis de Israel (I Reis 14:19; 15:31; 16:5,14,20,27; 22:39...);
* Livro dos Videntes (II Crônicas 33:19);
* Livro dos Feitos Memoráveis, dos persas (Ester 6:1);
* editos de Artaxerxes (Neemias 2:7,8), em nome de Assuero (Ester 3:12-14; 8:8-14) etc.

            Fica a questão: Por que esses livros não foram inclusos nas Escrituras Sagradas? Deus permitiu que esses livros fossem perdidos porque tinham conteúdo herético ou apenas histórico. Certa vez li uma pergunta de uma pessoa que não acredita na Palavra de Deus que dizia mais ou menos assim: “Se a Bíblia conta toda a história da humanidade, porque ela parou de ser escrita?” Bom, como todos os que querem zombar das escrituras, este cometeu um grande equívoco: Deus não se preocupou em contar cada detalhe da história do homem na terra. Ele só se preocupou em deixar para nós o suficiente para nos aproximarmos dEle. Imagina se Moisés precisasse relatar detalhe por detalhe dos 930 anos de Adam? Ou os 969 anos de Matusalém? Ou cada rei que governou cada nação antiga? O apóstolo João, falando sobre os feitos de Jesus, diz o seguinte:
            “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos.” João 21:25
            Se substituirmos a palavra livros por seu original grego, Bíblia, ficaria assim: “nem no mundo inteiro caberiam a Bíblia que seria escrita.”. O apóstolo Paulo também nos lembra:
            “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça.” II Timóteo 3:16

            As línguas utilizadas para escrever as Escrituras foram as seguintes:
- O hebraico, língua dos israelitas, no chamado Antigo Testamento, ou Tanach;
O termo hebraico vem de Heber (Gênesis 10:21; 11:16-26) que significa “região além do rio”, no caso, o Eufrates. Os seus descendentes, que moravam nesta região, receberam o nome de Hebreus (Gênesis 14:13; 39:14,17).
O alfabeto hebraico possui 22 letras, todas consoantes, lidas da direita para a esquerda. Os sons vocálicos surgem apenas durante a leitura, o que podia dar origem a enganos nas palavras com consoantes iguais, mas com acepções diferentes. Ou seja, a pronúncia exata dependia da habilidade do leitor, levando em conta o contexto e a tradição. Por causa disto perdeu-se a pronúncia de muitas palavras bíblicas.
Mais tarde, após o século VII, um sistema de sinais foi inventado com pequenos símbolos para indicar as vogais corretas. Esses pontos são colocados em cima, em baixo ou dentro das consoantes, perpetuando-se assim a pronúncia tradicional da palavra. A esse sistema chama-se massorético, que deriva da palavra massoretas, derivada de "massorah, que quer dizer tradição. Os massoretas, ou ‘mestres das tradições’, foram judeus habitantes de Tiberíades e continuaram ativos por cerca de mil anos, até a invenção da imprensa.
Na própria Bíblia a língua dos israelitas é chamada judaico (II Reis 18:26,28; Neemias 13:24; Isaías 36:11,13), língua de Canaã (Isaías19:18) ou hebraico (Apocalipse 9:11; 16:16).

- O aramaico, língua síria, em algumas passagens ou palavra de Jó, Esdras, Jeremias e Daniel. A mais extensa é em Daniel, que vai de 2:4 até 7:28.
O aramaico era um idioma semítico, ou seja, falado pelos povos ao Norte e Nordeste de Canaã, Arã ou Síria. A influência do aramaico foi profunda sobre o hebraico, pois Abraão era babilônico e seus parentes eram sírios (Gênesis 11:31; 12:4; 24:10; 28:2,5; Deuteronômio 26:5). Após o hebraico tornar-se uma língua própria, voltou a ter contato com o aramaico no cativeiro do Reino de Israel (Reino do Norte) pela Assíria e no cativeiro do Reino de Judá (Reino do Sul) pela Babilônia. No tempo de Esdras, quando as Escrituras eram lidas, era preciso que o seu significado fosse explicado para aramaico (Neemias 8:5,8), que também era chamado de "siríaco" (Daniel 2:4 e Esdras 4:7) e "caldaico" (Daniel 1:4). O hebraico só não caiu totalmente no esquecimento porque, mesmo com o templo destruído, os judeus que serviam ao Senhor continuaram lendo a Torah todo o sábado nas sinagogas (II Reis 18:26).
O aramaico tinha o mesmo alfabeto que o hebraico, apenas diferindo nos sons estruturais de certas partes gramaticais.

- O grego, que foi uma língua mundial, como hoje é o inglês, no Novo Testamento;
O alfabeto grego tem 24 letras, sendo a primeira o alfa e a última, o Omega e faz parte do grupo das línguas arianas, fusão dos dialetos Dóricos e Áticos, duas das principais tribos da Grécia. Quando Alexandre, "o Grande" estabeleceu o Império Greco-Macedónico, impôs o "koine" (comum), o idioma falado por seu império, que não é o grego clássico dos filósofos, mas o dialecto popular do homem comum, estudante, que todos podiam entender.

            Assim como Deus utilizou homens e materiais normais para registrar Sua Palavra, usou também uma língua já existente. Quando o apóstolo Paulo elogia Timóteo por conhecer desde menino as sagradas letras (II Timóteo 3:15), ele não está exaltando a língua hebraica por ser melhor que qualquer outra língua, mas porque Deus a utilizou para se comunicar com a humanidade (Êxodo 31:18). No tempo de Paulo, quem conhecia o aramaico, grego, latim ou qualquer outra língua, senão o hebraico, não tinha como ler o Tanach em sua pureza, ou seja, exatamente da forma que Deus inspirou seus profetas para escreverem. O hebraico, em cada letra, palavra ou frase, comporta mistérios gloriosos da parte de Deus que, muitas vezes, por desconhecermos esta língua, acabamos limitados.
            Já o Novo Testamento, por mais que tenha sido escrito quase todo em grego, foi escrito por judeus, ou seja, a língua é grega, mas o pensamento é hebraico (Romanos 3:2). Por exemplo, quando um brasileiro está aprendendo o inglês, sua mente ainda raciocina em português, pois quando falamos sobre o verão e o inverno, por exemplo, não temos a mesma referência que um americano, ou inglês, ou mesmo australiano possuem. Não só sobre o clima, mas sobre moda, ética, economia etc.
Para exemplificar a importância do hebraico, podemos antecipar aqui alguns detalhes que só quem conhece esta língua percebe a diferença ao ler as Escrituras:
1- Nos capítulos 1 e 2 de Gênesis há 04 palavras diferentes no hebraico para falar sobre a criação divina: Gênesis 1:1 - BARA (criar do nada), Gênesis 1:4,7 - ASA (fazer a partir de uma matéria prima), Gênesis 2:7 - YATSAR (modelar, formar) e Gênesis 2:22 - BANAH (construir). Cada uma dessas palavras traz um sentido muito importante sobre o texto.
2- No hebraico, em Gênesis 2:7, não diz que Deus formou “o homem”, generalizando toda a raça, mas sim, formou Adam, mostrando pessoalidade.
3- Eva tinha outro nome antes do pecado, que é traduzido em nossas Bíblias por “varoa”, mas em hebraico é Ishar (Gênesis 2:23).
4- Apocalipse 13:16-18 pede que calculemos o número da besta, que ao mesmo tempo também é um nome (ou letras) e um símbolo (ou marca). No hebraico, cada letra é também um número e um desenho (símbolo).
                                                                                                           
Mas como saber se os 66 livros das Escrituras foram escritos por Deus, tendo em vista que foram escritos de maneira natural, utilizando-se de pedra (Deuteronômio 27:1-3,8; Josué 8:32), plantas, peles de animais e outros (Êxodo 28:36; 39:6; Isaías 8:1; 30:8; Ezequiel 4:1; Mateus 22:19,20), com a ajuda de estilete (Jeremias 17:1), pena (Jeremias 8:8; Salmo 45:1; III João 13), caneta (Isaías 8:1) e tinta (III João 13)?
O papiro é uma planta aquática cujo nome científico é Cyperus Papyrus, própria das margens alagadiças da África, especialmente entre o lodo do rio Nilo, no Egito (Êxodo 2:3; Jó 8:11; Isaías 18:2; 35:7; II João 12) de onde se deriva o termo papel, mas também eram feitos com ele embarcações, cestos, cordas, sandálias, certas roupas e suas raízes chegavam a ser usadas como alimento pelos pobres. O problema é que o papiro era bastante frágil. Quando novas suas folhas eram brancas, mas, com o passar do tempo, ficavam amareladas. Caso permanecessem secas, a escrita não era alterada.
As folhas de papiro eram guardados em formato de rolo e cada livro era um rolo em separado. Conhecem-se alguns rolos com até 43 metros de comprimento, mas, em geral, os rolos tinham entre seis a dez metros. Por exemplo, o livro de Isaías era um rolo muito extenso.
O pergaminho era um material usado pelos egípcios e babilônicos feito de peles curtidas e amaciadas de cabras, ovelhas e bezerros. Era mais durável que o papiro, embora fosse bem mais caro e podia ser utilizado nos dois lados, ou seja, frente e verso (II Timóteo 4:13). O rolo escrito dos dois lados tem o nome de opistógrafo (Apocalipse 5:1).
            A pena também era feita de junco, tendo uma das extremidades cortada de modo a produzir o formato de cinzel achatado, a fim de que se pudesse fazer traços grossosou finos com as beiradas largas ou estreitas.
A tinta geralmente era uma mistura de carvão, cola e água.

            A palavra portuguesa manuscrito vem do latim, manus = mão, e scriptus = escrita. A saber, um documento escrito à mão. Antes da invenção da imprensa todos os livros eram manuscritos e estes possuíam duas formas de caligrafia: a Uncial e o Cursivo. A uncial era a escrita com letras maiúsculas e sem espaços entre as palavras. Exemplo: UMMANUSCRITOUNCIALSEESCREVEASSIM. Já o cursivo tem letras minúsculas e separação de palavras.

Há poucas coisas que foram escritas de maneira totalmente sobrenatural, como por exemplo, os 10 mandamentos nas tábuas dadas a Moisés (Êxodo 31:18; Deuteronômio 5:22) e a escrita na parede de Belsazar (Daniel 5:5), porém, ao meditarmos no que está contido nesses livros, não há como não se render e declarar que homens normais não poderiam, por si mesmo, transcrever as informações que neles contém e narrar da forma que foi narrado.
            Como explicar a questão de homens como Jó (que viveu há cerca de 4.000 anos), Moisés (cerca de 3.500 anos atrás), Salomão (cerca de 3.000 anos atrás), Isaías a Malaquias (perto de 2.500 anos atrás), os apóstolos (cerca de 2.000 anos atrás) terem revelado informações que a ciência moderna só conseguiu descobrir há algumas décadas ou meses? Não tem outra explicação senão: foi Deus quem os inspirou...

1.5. A Inspiração da Bíblia

Então, disse o Senhor a Moisés: escreve isto para memória num livro...” Êxodo 17:14a
Escreveu Moisés as suas saídas, caminhada após caminhada, conforme  o mandado do Senhor;...” Números 33:2a
Escrevei para vós outros este cântico e ensinai-o aos filhos de Israel;...” Deuteronômio 31:19a
Toma o rolo, o livro, e escreve nele todas as palavras que te falei...” Jeremias 36:2
dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas:...” Apocalipse 1:11
Então ouvi uma voz do céu, dizendo: ‘Escreve:’...” Apocalipse 14:13

Escritor é diferente de autor. Na própria Palavra temos exemplos de homens que ditavam para outros escreverem, tais como Jeremias e Baruque (Jeremias 36:4,32; 45:1), Paulo e Tércio (Romanos 16:22) etc. Escritor é simplesmente o canal utilizado para se escrever algo, mas o autor é aquele que pensou no que seria escrito. Ou seja, embora escritos por homens, o autor desses livros é o próprio Deus. Mesmo nesses dois casos acima, tanto Jeremias quanto Paulo, não eram os autores, mas Deus os orientou a escrever cada letra de seus livros.

“... nenhuma profecia da Escritura provém de particular interpretação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” II Pedro 1:20,21
            “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça.” II Timóteo 3:16

            Inspiração vem da palavra “theopneustos”, formada pelos termos gregos “theos”, Deus, e “pneumo”, respiração. Inspiração, portanto, é a influência que o Espírito de Deus exerceu sobre o espírito dos escritores da Bíblia para registrar o que foi escrito da forma que foi escrito. O registro é inspirado da maneira que foi registrado, mas os fatos descritos não o foram!
Por exemplo: Deus inspirou Moisés a escrever a história de Judá e Tamar (Gênesis 38) exatamente no meio da história de José (Gênesis 37 – 50), mas isso não significa que Deus inspirou os irmãos de José a fazerem o mal contra ele, ou Judá a se relacionar com sua nora, o Faraó dar o nome que deu a José etc. Esses fatos, registrados, têm a importância de apontar para um futuro profético com relação a Jesus. Muita coisa aconteceu entre José e seus irmãos, mas somente o que era profético foi escrito por Moisés.

De boas palavras transborda o meu coração. Ao Rei consagro o que compus; a minha língua é como a pena de habilidoso escritor.” Salmo 45:1
O Espírito do Senhor fala por meu intermédio, e a Sua Palavra está na minha língua.” II Samuel 23:2

Se, portanto, as Escrituras foram escritas pela inspiração do Espírito Santo, somente este pode interpretá-la corretamente. I Coríntios 2:9,10; II Pedro 1:20,21
O Espírito Santo tem a função de nos ajudar. Ele é o nosso paracletos, ou seja, alguém enviado juntamente com outrem, a fim de ajudá-lo. Esta é uma palavra grega, utilizada exclusivamente nos escritos de João, rica em significados e tem sido interpretada como consolador, conselheiro, advogado. Não há como entender a Palavra sem a ajuda do Espírito Santo. Ele é a água que faz a semente da Palavra germinar em nós a nova vida (Salmos 1:2,3; João 3:5).

            A própria Bíblia chama a si mesmo de:
> Escritura(s) (Êxodo 32:16; Deuteronômio 10:4; Mateus 21:42; 22:29; 26:54,56; Marcos 12:10,24; 14:49; 15:28; Lucas 4:21; 24:27,32,45; João 2:22; 5:39; 7:38,42; 10:35; 13:18; 17:12; 19:24,28,36,37; 20:9; Atos 1:16; 8:32,35; 17:2,11; 18:24,28; Romanos 4:3; 9:17; 10:11; 11:2; 15:4; I Coríntios 15:3,4; Gálatas 3:8,22; 4:30; I Timóteo 5:18; II Timóteo 3:16; Tiago 2:8,23; 4:5; I Pedro 2:6; 1:20; 3:16), Escrituras Sagradas (Romanos 1:2), Escrituras Proféticas (Romanos 16:26) ou Escritura da Verdade (Daniel 10:21);
> Palavra de Deus (Mateus 15:6; Marcos 7:13; Lucas 5:1; 8:11,21; 11:28; João 8:47; 10:35; Atos 4:31; 6:2,7; 8:14; 11:1; 13:5,7; 13:44,46; 16:32; 17:13; 18:11; Romanos 9:6; I Coríntios 14:36; II Coríntios 2:17; 4:2; Efésios 6:17; Filipenses 1:14; Colossenses 1:25; I Tessalonicenses 2:13; I Timóteo 4:5; II Timóteo 2:9; Tito 1:3; 2:5; Hebreus 4:12; 6:5; 13:7; I Pedro 1:23; I João 2:5,14; Apocalipse 1:2,9; 6:9; 17:17; 19:9; 20:4), Palavra (Colossenses 4:3), Palavra de Cristo (Colossenses 3:16), Palavra do Senhor (I Tessalonicenses 1:8) ou Palavra da Verdade (II Coríntios 6:7; II Timóteo 2:15);
> Livro do Senhor (Isaías 34:16); Livro da Torah (II Reis 22:11); Livro da Aliança (II Reis 23:2);
> Oráculos de Deus (Romanos 3:2; Hebreus 5:12; I Pedro 4:11);
> Mandamento (Romanos 16:26).

Quanto ao nome “Bíblia”, dizem que este nome consta apenas na capa e que foi aplicado por João Crisóstomo, de Constantinopla, derivado da palavra biblos, que significa “livros”, porém esta palavra e suas derivações estão contidas dentro das Escrituras:
* Nas palavras gregas que significam “livros”, tais como: βιβλια (João 21:25; Atos 19:19; II Timóteo 4:13; Apocalipse 20:12); βιβλω (Marcos 12:26; Lucas 20:42) e βιβλιοις (Apocalipse 20:12).
* Em suas derivações, que significam “livro”, tais como: Βιβλος (Mateus 1:1); βιβλιον (Lucas 4:17; Hebreus 9:19; Apocalipse 1:11; 5:1,2,3,4,5,7,8,9; 20:12); βιβλιω (Lucas 3:4; João 20:30; Atos 1:20; 7:42; Gálatas 3:10; Filipenses 4:3; Apocalipse 13:8; 17:8; 20:15; 21:27; 22:18); βιβλιου (Hebreus 10:7; Apocalipse 3:5; 22:7,9,10,18,19) e βιβλιαριον (Apocalipse 10:8).
            Portanto, a palavra Bíblia é uma palavra grega, que poderia se referir aos livros santos, ou aos outros livros em geral.

Acreditamos que as Escrituras Sagradas são a infalível Palavra de Deus apenas porque ela diz isso? Como uma pessoa pode saber realmente se esses livros são, ou não, inspirados? Como saber que estes não são mais um dos mitos contados por homens? Como ter certeza que ela é a verdade? O que diferencia a Bíblia dos outros livros sagrados do mundo? Qual a importância real da Palavra de Deus? A maioria escrevia sem ter noção que seus escritos chegariam até nós hoje. Muitas vezes eles não entendiam o que viam e escreviam (Daniel 8:15; 12:8-12; Hebreus 11:40; I Pedro 1:10-12).
Para confirmar a inspiração divina:
1-      Todas as profecias contidas neles precisam se cumprir 100% (Deuteronômio 18:14-22);
2-      Precisa ter concordância com os 05 primeiros livros (Isaías 46:9,10);
3-      Revelar a pessoa de Jesus Cristo, o seu assunto principal (João 5:39; 20:31; I Pedro 1:11);
4-      Ensina-nos a viver (Romanos 15:4; I Coríntios 10:11);
5-      Recebe confirmação científica, embora não seja esse seu foco (Hebreus 11:40).
Há os que sequer querem acreditar que Deus existe, mas, para esses, eis uma das maiores provas da Sua existência: a fidelidade de Sua Palavra. No decorrer deste trabalho analisaremos cada um desses pontos com algumas observações que temos encontrado nas Escrituras.

2. Os Cinco Primeiros Livros – a Torah

            Os primeiros cinco livros das Escrituras, chamados de Torah, são: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Alguns também os chamam de “Pentateuco” e outros, erroneamente, os chamam de “Lei”, por uma tradução mal feita da palavra Torah, que mais se identifica como uma “Instrução”.
            O nome “Lei” aos 05 primeiros livros vem da tradução grega, a Septuaginta, onde foi substituída a palavra hebraica Torah por nomos. Nomos é lei, mas esses livros não poderiam ser chamados assim, até porque, em Gênesis, na maior parte de Êxodo e em Números não há leis. Em Deuteronômio há mais conselhos e profecias do que necessariamente leis. Ou seja, o nome Torah significa um ensino, uma instrução.
A raiz da palavra Torah é a palavra também hebraica Yarah, que significa: Atirar/jogar/lançar com precisão, ou Primeiras chuvas (Isaías 55:10,11). Tanto a flecha quanto a chuva buscam o alvo, o propósito final. Esta palavra no livro de Provérbios é sempre indicada como a instrução dada pela mãe. Em Provérbios 1:8, por exemplo, musar significa a correção e disciplina do pai e torah é o ensino e instrução da mãe.

Moisés escreveu esses cinco livros por ordem divina (Êxodo 17:14; 24:4,7), mas quanto ao livro de Deuteronômio, o final não foi escrito por ele, pois o último capítulo retrata a sua morte, seu sepultamento e a vã procura posterior do seu corpo. Sempre que um profeta dormia, Deus levantava outro para continuar o seu ministério (Josué 1:1,2,5,7,8).

            Para o ser humano, um livro escrito com instruções divinas, no meio de tanta idolatria e crença em tantos deuses, era necessário ser confirmado através de manifestações de poder e foi o que aconteceu para as duas gerações diferentes que viveram com Moisés (Êxodo 13:21; 17:8-14; 24:15-17; 34:33-35; 40:34,35).
Na morte deste, Deus reafirmou a veracidade das Escrituras a Josué, informando que na Torah continha o necessário para o homem viver bem nesta terra diante dEle (Josué 1:7,8).
Que confirmações melhores para os homens daquela época, senão os dez sinais sobre o Egito, a extraordinária libertação da escravidão, a abertura do mar Vermelho para eles passarem e o fechamento para matar os egípcios, a coluna de nuvem durante o dia e de fogo durante a noite, a água sair da rocha por duas vezes, o maná cair do céu todos os dias com a medida certa para um dia e no sexto dia cair a medida para dois dias, a água amarga se tornar doce, os sinais no monte Sinai, o rosto de Moisés resplandecendo, a abundante carne de codornizes, terem sempre o que se vestir, os diversos castigos aos rebeldes e a enfim chegada a Canaã. O povo de Israel da geração de Josué teve que, por fim, se dobrar reconhecendo que os deuses pagãos em nada se comparavam ao Deus Criador dos céus e da terra (Deuteronômio 34:9; Josué 24:31).

Após a morte de Moisés a Torah passou a ser o manual de vida para quem queria conhecer ao Senhor. Sejam juízes, reis, poetas, músicos, sábios e profetas, sua bússola eram os “livros de Moisés”. Embora muitos estudantes da Bíblia hoje estão desapercebidos quanto à importância dos cinco primeiros livros, todos os outros livros da Bíblia estão baseados nesses cinco livros, com exceção do livro de Jó que narra fatos que ocorrem antes de Moisés. O primeiro capítulo do livro de Salmos valoriza a meditação na Torah (Salmo 1) e o maior capítulo organizado da Bíblia é um cântico que exalta a própria Palavra (Salmo 119).

+ Rute entra na história para gerar a linhagem real de Judá como predita em Gênesis;
+ Em Samuel prepara-se o templo com base no tabernáculo especificado em Êxodo;
+ Juízes e Reis falam do declínio israelita, Ester, o cuidado divino para com esse povo, e Esdras e Neemias mostram o seu retorno, tudo predito em Deuteronômio e Levítico;
+ Crônicas lista a linhagem do futuro rei usando as genealogias de Gênesis e Números;
+ Josué conquistou os territórios de acordo com os termos fixados em Deuteronômio;

+ Os profetas recebem a missão de levar o povo de volta à Torah!
+ Os salmos cantam as histórias da Torah, reafirmando seu valor!
+ O Novo Testamento é a manifestação, explicação e consumação do predito na Torah!

Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que Eu Sou Deus, e não há outro, Eu Sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio (Gênesis) anuncio o que há de acontecer (Apocalipse) e desde a antiguidade (Gênesis), as coisas que ainda não sucederam (Apocalipse); que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade;” Isaías 46:9,10

Sendo assim, quem pensa entender o futuro estudando apenas o Apocalipse, está completamente enganado. Ele está repleto de referências ao Gênesis e Êxodo, principalmente. Quem desejar, portanto, estudar a Palavra de Deus, terá de analisá-la num todo.
Por exemplo, fui criado no bairro onde ainda moro atualmente, já andei por todo ele, mas um dia, quando subi a um dos montes que o rodeia, pude conhecê-lo de uma forma mais completa. Visualizando a paisagem do ângulo de cima, alcançamos uma visão mais realista do que é o todo, onde podemos fazer comparações, descobrir algum local antes desconhecido, traçar caminhos mais curtos para determinadas atividades etc. Depois, quando voltamos a andar por esses lugares, teremos em mente a visão do todo e poderemos lidar melhor com esses caminhos, andar mais confiadamente e apreciar melhor os pontos específicos.
Ouvi certa vez, de uma amiga, outro exemplo sobre a importância de se ler todas as Escrituras. Ela comparou a Palavra de Deus com uma carta de amor enviada por um admirador nosso. O que fazemos com uma carta que recebemos? Guardamos? Lemos só um pedaço? O correto é ler toda a carta, correto? Assim é a carta de amor que Deus nos escreveu. Precisamos lê-la por completo, e não apenas uma vez. Se é que amamos o remetente, iremos sempre pegar essa carta e reler, reler, reler...
Enfim, se é para ler toda a Palavra, comecemos, pois, dos cinco primeiros livros.

Bem aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios,... antes, o Seu prazer está na Torah do Senhor, e na Sua Torah medita de dia e de noite.” Salmos 1:1,2
Quanto amo a tua Torah! É a minha meditação, todo o dia!” Salmos 119:97

Estando a Torah escrita, agora os homens teriam um memorial que não permitiria alterações devido o compartilhamento oral (Êxodo 17:14) e mais uma testemunha contra a corrupção do pecado (Deuteronômio 31:24-26).

Um exemplo da riqueza de detalhes que tem a Palavra é a forma que o nome dos primeiros cinco livros, Torah, aparece nesses livros:
Em Gênesis e Êxodo, os dois primeiros livros, a partir da primeira vez que aparece a primeira letra da Torah (ת), conta-se 50 letras e aparece a segunda letra (ו), conta-se mais 50 letras e aparece a terceira (ר), conta-se mais 50 letras e aparece a última (ה). Segue abaixo como fica o texto em hebraico. Caso deseje, pode contar letra por letra para conferir:

Gênesis 1
ץראה תאו םימשה תא םיהלא ארב תישארב 1
םימה ינפ לע תפחרמ םיהלא חורו םוהת ינפ לע ךשחו והבו והת התיה ץראהו 2
   רוא יהיו רוא יהי םיהלא רמאיו 3
ךשחה ןיבו רואה ןיב םיהלא לדביו בוט יכ רואה תא םיהלא אריו 4
... םיהלא ארקיו 5

Êxodo 1
ואב ותיבו שיא בקעי תא המירצמ םיאבה לארשי ינב תומש הלאו 1
יהודהו ילו ןועמש ןבואר 2
ןמינבו ןלובז רכששי 3
           רשאו דג ילתפנו ןד 4
םירצמב היה ףסויו שפנ םיעבש--בקעי ךרי יאצי שפנ לכ יהיו 5
...אוהה רודה לכו ויחא לכו ףסוי תמיו 6

Em Levíticos, o livro do meio da Torah, no centro do livro tem a palavra Torah (הרות).
Em Números e Deuteronômio, os dois últimos livros da Torah, a partir da última vez em que aparece a primeira letra da palavra Torah (ת), voltando, contamos 50 letras e aparece a segunda letra desta palavra (ו). Voltamos mais 50 letras e aparece a terceira (ר). Voltamos mais 50 letras e aparece a última (ה).
Para alguém, isso pode ser algum tipo de coincidência ou um acréscimo intencional dos líderes judaicos, mas, para os que crêem, é o sinal de Deus para meditarmos mais principalmente naqueles cinco primeiros livros, pois o centro da revelação divina está nos cinco primeiros livros, a Torah.

Os samaritanos, que são uma mistura de israelitas com outros povos (II Reis 17:24-28), só guardavam esses 05 primeiros livros como inspirados por Deus. Na época de Jesus, por exemplo, eles se apoiavam nesses cinco e desprezavam os livros de Josué a Malaquias, diferentemente dos judeus. Podemos considerar os samaritanos como aqueles que restaram do Reino do Norte, as dez tribos dispersas de Israel, e os judeus eram o Reino do Sul, as duas tribos, Judá e Benjamim, mais a tribo de Levi (I Reis 11:31; 12:16-24).
Além de desprezar os outros 34 livros do Tanach (chamado Antigo Testamento), os samaritanos também desprezavam o templo em Jerusalém, acreditando que o monte sagrado seria em Gerizim, para eles, equivocadamente, o único monte mencionado na Torah (Deuteronômio 27:12). É justamente por causa disso que a mulher samaritana questiona a Jesus qual seria o monte certo para ser adorado. Ela queria saber se Jesus diria Jerusalém, como todos os judeus diziam, ou Gerizim, como os samaritanos diziam (João 4:19-24). Mas Jesus mostra que Ele estava interessado em muito mais do que um simples lugar físico.

Contudo, como mostrar que seria necessário, após a morte de Moisés, continuar sendo registrada a vontade de Deus de forma escrita? Como entender que os cinco primeiros livros eram a base, mas Deus ainda tinha mais para falar com a humanidade?
No monte Horebe, no início do ministério de Moisés, Deus já o tinha informado que seu ministério ainda seria completo por um Profeta semelhante a ele que bem sabemos ser Jesus Cristo, Y’shua Ha’Machiach. Os versículos a seguir explicam esta profecia e o motivo dela:

            “Todo o povo presenciou os trovões, e os relâmpagos, e o clangor da trombeta, e o monte fumegante; e o povo, observando, se estremeceu e ficou de longe. Disseram a Moisés: ‘Fala-nos tu, e te ouviremos; porém não fale Deus conosco, para que não morramos’... O povo estava de longe, em pé; Moisés porém, se chegou à nuvem escura onde Deus estava.” Êxodo 20:18-21
Na verdade, de tal modo era horrível o espetáculo, que Moisés disse: ‘Sinto-me aterrado e trêmulo.’” Hebreus 12:21
São estas as palavras que Moisés falou a todo o Israel:... O Senhor, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a Ele ouvirás, segundo tudo o que pediste ao Senhor, teu Deus, em Horebe, quando reunido o povo: ‘Não ouvirei mais a voz do Senhor, meu Deus, nem mais verei este grande fogo, para que não morra’. Então, o Senhor me disse: ‘Falaram bem aquilo que disseram. Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar...’” Deuteronômio 1:1; 18:15-22
Disse Moisés ao Senhor: ‘Tu me dizes: ‘Faze subir este povo’, porém não me deste saber a quem hás de enviar comigo;’...” Êxodo 33:12a

            Moisés se sente incapaz de conduzir Israel desde a sua chamada, quando Deus coloca Arão ao seu lado, depois, no monte Horebe, quando Deus promete o Profeta semelhante a ele, e, mesmo depois, sabendo que Josué iria substituí-lo ele ainda esperou por este profeta, sabendo que Josué não era o cumprimento da profecia.
Os árabes, de acordo com o alcorão, aproveitando esta profecia relatada em Deuteronômio 18, querem alegar que Maomé, e não Jesus, é este profeta semelhante a Moisés, porém Maomé não se encaixa com as profecias relatadas pelo próprio Moisés. O profeta semelhante a ele deveria:
- Ser perseguido na infância, o que Jesus cumpriu;
- Se refugiar entre os egípcios para não morrer, o que Jesus cumpriu;
- Ser mediador de uma nova aliança, o que Jesus cumpriu;
- Ser enviado pelo Pai, o que Jesus cumpriu;
- Ver a face do Pai, o que Jesus cumpriu;
- Trazer libertação, o que Jesus cumpriu;
- Batizar com o Espírito Santo, o que Jesus cumpriu;
- Ungir uma nova linhagem de sacerdotes, o que Jesus cumpriu;
- Curar os enfermos, o que Jesus cumpriu;
- Vir depois de cerca de 400 anos de escravidão, o que Jesus cumpriu.

Maomé é tratado como o profeta semelhante a Moisés, porém o livro que supostamente diz o que ele falou (pois o Alcorão foi escrito muito tempo depois da morte de Maomé), em primeiro lugar, despreza os livros de Moisés e, além disso, contraria os ensinos de Moisés, desprezando e estimulado a morte dos judeus, que são a descendência comprovada de Abraão.
Diferentemente do Alcorão, a Torah valoriza os judeus como povo que originaria o Messias, mas não despreza os árabes, pois eles são também família de Abraão e, por isso, também possuem promessas (Gênesis 16:10-12; 17:20; 21:13,18; 25:12-18). Entendemos pela Torah que os árabes são descendentes de Ismael e Midiã, filhos de Abraão, Moabe e Amom, filhos de Ló, sobrinho de Abraão, e Edom, neto de Abraão por terem recebido sua herança no oriente do território de Israel (Gênesis 10:30; 25:6; 29:1).
Moisés, ao destacar o povo de Israel, evidencia que o salvador do mundo, Jesus Cristo, precisava nascer de uma mulher, de uma determinada família, de uma determinada nação, mas a intenção nunca foi apenas salvar Israel. Pelo contrário, através desse povo, a vontade de Deus é salvar o mundo inteiro, inclusive os árabes.
O próprio Moisés morou entre os árabes por 40 anos (Êxodo 2:15), eles deram ouro a Salomão (I Reis  10:15; II Crônicas 9:14), animais ao rei Josafá (II Crônicas 17:11), presenciaram o revestimento do Espírito Santo no Pentecoste e ouviram a pregação de Pedro (Atos 2:11), Paulo permaneceu entre eles após sua conversão (Gálatas 1:15-17), recebem mandamentos de Deus para que ajudem os fugitivos pelo deserto (Isaías 21:13-17) e um dia adorarão ao Senhor Deus em Jerusalém (Isaías 42:11; 60:6,7).
Mas por que tanto ódio aos judeus? Por que até hoje eles lutam contra Israel pelo domínio de Jerusalém e a Palestina? Porque o Alcorão, por mais que concorde com alguns fatos registrados na Torah, vão contra o que ali está escrito.

Jesus, porém, ao contrário de Maomé, apoiou diretamente as palavras da Torah, não vindo para anulá-la, mas para completá-la apenas. Isso está indicado por:
* 07 vezes Ele se referir à Torah como sendo a Palavra de Deus (Mateus 4:4,7,10; 19:18,19; 22:32,37-39);
* 17 vezes Ele se referir de forma direta a eventos ali registrados (Mateus 8:4; 10:15; 11:23; 17:3; 21:31,32; 23:35; 24:37; Lucas 16:29,32; 20:37; 24:27; João 3:14; 6:31; 8:17,56);
* Ele citar a Torah, de forma indireta, o tempo todo;
* E confirmar os acontecimentos mais importantes da primeira metade de Gênesis, que compreendem alguns dos fatos históricos mais conflitantes pelos críticos.

Não pensem que eu vim abolir a Torah ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir.” Mateus 5:17
Cumprir, no grego, significa completar, encher, tornar pleno, de modo que se possa traduzir. Jesus veio, portanto, para completar/interpretar/esclarecer corretamente a Torah.
Porque o fim da Torah é Cristo...” Romanos 10:4
Ou seja, a finalidade/objetivo/propósito da Torah é Cristo. A palavra fim não está relacionada ao término, mas sim, ao objetivo, razão, motivo. Como pode então, Maomé ser o profeta semelhante a Moisés se desprezou tudo o que Moisés deixou? Jesus foi o único que trouxe uma nova aliança, não destruindo a antiga, mas completando-a, dando o real sentido a ela.

Mas, se Jesus é o objetivo da Torah, ele não deveria ser mencionado nela? Deveria e é mencionado, e não só por uma vez. O centro da Torah, bem como de todas as Escrituras, é o Senhor Jesus (Lucas 24:44; João 5:39; Atos 3:18; 10:43; Apocalipse 22:13,16). Na verdade, Ele é o centro de toda a criação (Colossenses 1:15-20).
            Pistas que Deus deixou, por exemplo, no livro de Gênesis, através de Adam, Enoque, Isaque e José permitiram Jesus saber que Ele seria entregue pelos líderes judeus, sofreria, morreria e ressuscitaria (Mateus 16:21; 17:22; 20:18; Marcos 8:31; Lucas 9:22; 24:6). Isso não se deu apenas pela revelação do Espírito Santo, mas pela leitura da Torah. Os que acham que o chamado “Antigo Testamento” deve ser encarado apenas como um passado longínquo estão muito enganados. Tudo que foi escrito, para o nosso ensino foi escrito...
Note a comparação que o apóstolo Paulo faz entre Adam e Jesus:
“... Adam, o qual é a figura daquele que havia de vir.” Romanos 5:14c
Citando fatos ocorridos com Israel nos livros de Êxodo e Números, Paulo diz aos crentes de Corinto: “Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.” I Coríntios 10:11

Além disso, o escritor aos Hebreus diz: “Pela fé, ofereceu Abraão a Isaque... e daí, em figura, ele o recobrou.” e “Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó,... tendo, por maiores riquezas, o vitupério de Cristo...” Hebreus 11:17a,19, 24,26a
Esses versículos nos mostram que o sacrifício de Isaque foi apenas uma figura, ou encenação do que aconteceria com Jesus, e que Moisés, por exemplo, vivia com Jesus mesmo antes dele tomar uma forma corpórea no ventre de Maria. Outro detalhe neste mesmo capítulo é o seguinte: “E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados.” Hebreus 11:39,40
Portanto, todos os personagens desse capítulo, tais como Abel, Enoque, Noé, Abraão, Sara, Isaque, Jacó, José, Moisés, Faraó, Josué etc. e até mesmo os outros personagens, coisas e animais citados em todo o livro, tais como Melquisedeque, o tabernáculo, as peças do tabernáculo, o sumo-sacerdote, Arão, Levi etc., cada um desses representaram algum aspecto do Messias. Por exemplo, ao citar Melquisedeque, o escritor diz a respeito de sua ligação com Jesus: “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu... chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque. Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus... o mantimento sólido é para os maduros, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.” Hebreus 5:8,10-12b,14

Com Jesus, com os apóstolos Pedro e Paulo e com o escritor aos Hebreus, portanto, aprendemos que o chamado “Antigo Testamento” e, na verdade, toda a Bíblia ainda têm muito o que nos ensinar... Toda a Bíblia é importante para nós e é nela que aprenderemos o futuro, através do passado!

            Só no livro de Gênesis destacaremos quatro vezes a figura do casamento de Jesus com a Sua Igreja, estudando a tipologia de Jesus em três personagens: Adam, Isaque e José, e o arrebatamento de Enoque.

3. Os Trinta e Nove Primeiros Livros – o Tanach

Moisés havia ordenado que Josué registrasse em pedras as instruções após sua morte (Deuteronômio 27:2,3,8; Josué 24:26,27) e a partir de Josué Deus levanta vários profetas para falarem em Seu nome (Juízes 1:2; I Samuel 2:27; I Reis 3:5; I Crônicas 17:3; Jó 38:1; Isaías 1:24; Jeremias 1:2 etc.), explicando os 05 primeiros livros e incentivando o povo de Israel a cumpri-los. Assim surgem os outros livros que completam o, erroneamente chamado, “Antigo Testamento”.
Esses livros são chamados Tanach (Torah + Nebhim + Kethubyim): os “Kethubyim”, ou “Poéticos” são: , Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares e Lamentações e os “Nebhim”, que significa “Profetas”, são: Josué, Juízes, Rute, Samuel, Reis, Isaías, Habacuque, Jeremias, Sofonias, Naum, Ezequiel, Daniel, Ester, Esdras, Neemias, Oseías, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Ageu, Zacarias, Malaquias e Crônicas.
O livro apócrifo Eclesiástico, 130 a.C., cita essa divisão, atestando que esses livros são antes de Jesus, que confirma sua inspiração ao informar que a Torah de Moisés, os Profetas e os Salmos já falavam sobre Ele (Lucas 24:27,44) e ao citar em Mateus 23:34,35 personagens presentes do primeiro ao último livro: Abel (Gênesis 4:8) até Zacarias (II Crônicas 24:21). Todo o Novo Testamento confirma o Tanach como inspirado: Mateus 21:42; 26:54,56; João 5:39; 10:35; Atos 17:2,11; 18:28; Romanos 1:2; 4:3; 9:17; 10:11; 11:2; 15:4; 16:26; I Coríntios 15:3,4; Gálatas 3:8,22; 4:30; I Timóteo 5:18; II Timóteo 3:16; II Pedro 1:20,21; 3:16 e, para os judeus, até hoje apenas esses 39 livros são sagrados.
O apóstolo Paulo diz:
“Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.” Romanos 15:4
“Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado.” I Coríntios 10:11

O Tanach foi traduzido para a língua grega, na edição chamada de Septuaginta, a qual Jesus usou para pregar. Só que não ficaria apenas nesses 39 livros (39 porque, na nossa arrumação, Samuel, Reis e Crônicas são divididos em dois livros). Deus revela à Daniel que a revelação não estava completa (Dn 12:4-13) e Malaquias informa que o Profeta semelhante a Moisés ainda viria para completar o que ele havia começado (Malaquias 3:1; 4).
O Tanach foi completado no ano 400 a.C., porém o manuscrito mais antigo, encontrado no Mar Morto foi datado como
Depois da conquista da Palestina por Alexandre, o Grande, no ano 331 a.C., não demorou muito para o povo da Judéia trocasse o hebraico, sua língua nativa, pelo grego. Ptolomeu Filadelfo foi o responsável por traduzir o Tanach para o grego, tradução essa que recebeu o nome de Septuaginta porque 70 sábios o fizeram. A Septuaginta era comumente usada na época de Jesus. A maioria das citações do Tanach, que constam no Novo Testamento, tem sua origem na Septuaginta.

            A razão dos profetas registrarem a mensagem de Deus por escrito era que as vezes enviavam a outros lugares (Jeremias 29:1; 36:1-8; 51:60,61; II Crônicas 21:12) ou mesmo para que ficasse escrita para o tempo vindouro (Isaías 30:8).

Isaías 1:7,8; 34:16; I samuel 10:25; Jeremias 36:2; Daniel 9:2; I Reis 2:3; II Reis 14:6; 22:8; 23:2; Mateus 21:42; 26:56; Lucas 24:27; João 5:39; 10:35; Romanos 1:2; 3:2; II Timóteo 3:15; Hebreus 5:12; I Pedro 4:11 – o Tanach é inspirado.

            “E Ele lhes disse: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na Sua glória? E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras.” Lucas 24:25-27
            “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos. Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.” Lucas 24:44,45
            “Filipe achou Natanael e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na Torah e de quem escreveram os Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José” João 1:45
            “E Jesus, chamando à parte os doze, lhes revelou: Eis que estamos subindo para Jerusalém, e tudo o que está escrito pelos profetas sobre o Filho do homem se cumprirá.” Lucas 18:31
                       
Pedro também entende que os profetas dos 66 primeiros livros da Bíblia falaram de Cristo dizendo: “Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os Seus profetas havia anunciado: que o Messias havia de padecer. Arrependei-vos... e envie Ele a Jesus Messias, que já dantes vos foi pregado,... aos tempos da restauração de tudo dos quais Deus falou pela boca de todos os Seus santos profetas, desde o Princípio. Porque Moisés disse: O Senhor, vosso Deus, levantará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim... E todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias.” Atos 3:18-24


1.8. Os Sessenta e Seis Livros Unidos – a Revelação Escrita de Deus Completa

Para completar a revelação, o próprio Deus, Jesus, vem à Terra para explicar os primeiros 39 livros através de Suas próprias atitudes, Suas parábolas e Suas revelações (João 18:37,38; Mateus 5:17,18). 
Jesus ainda pequeno já tinha sido ensinado e questionava os doutores da Torah em relação às Escrituras (Lucas 2:41-52), lia as Escrituras (Lucas 4:16-19), ensinou as Escrituras (Lucas 24:27), a cumpriu (Lucas 18:31) e venceu o tentador com a Palavra (Mateus 4:4,7,10).
Jesus mesmo nunca escreveu porque Deus nunca escreve. Apenas homens. Mas prometeu que enviaria escritores:
"Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas..." Mateus 23:34

As palavras de Jesus têm autoridade (João 6:63), devem ser obedecidas (Mateus 7:24; João 8:31), Ele as compara ao restante das Escrituras ao dizer: “Eu porém vos digo” (Mateus 5:18a,20a,22a, 28a,32a,34a,39a,44a), informou que todo o mundo as conheceria (Mateus 24:14; 26:13) e isso é possível pela escrita, que bloqueia alterações com o tempo (Marcos 13:31; Lucas 21:33). Para escrever exatamente o que ocorreu com Jesus e o que Ele disse (Atos 20:35; I Coríntios 7:10; 11:23), os apóstolos precisariam do Espírito Santo que os lembraria de tudo (João 14:26; 15:26,27; 16:13; Lucas 12:12; I Coríntios 2:13) e os capacitaria a testemunhar dEle (Mateus 28:18-20; João 20:21; Atos 1:8). A partir daí, haveria livros antigos e novos (Mateus 13:52). Desta maneira, Jesus pré-confirmou os livros do chamado Novo Testamento.

Os escritores foram testemunhas pessoais dos fatos (Lucas 1:1-3; 3:1; II Pedro 1:16; I João 1:3; João 19:35; Atos 2:2; 26:24-26).
O apóstolo Paulo não esteve com Jesus quando Ele andou aqui, mas também foi recebendo Sua revelação (I Coríntios 11:23) e foi o apóstolo que mais escreveu. Ao serem escritas, os apóstolos deram testemunho da inspiração de suas cartas (I Coríntios 14:37; I Tessalonicenses 4:2; II Pedro 3:2) e iam aprovando as dos outros. A começar por Moisés, o apóstolo Pedro termina II Pedro 3:15-16 comparando os escritos de Paulo com as demais Escrituras Sagradas. Já Paulo identificou as palavras de Jesus escritas em Mateus 10:10; Lucas 10:7 com igual autoridade a do Tanach, ao combiná-las com um trecho de Deuteronômio 25:4, em I Timóteo 5:18, designando-o tanto um quanto o outro como Escrituras. Embora João Marcos e Lucas não fossem apóstolos, foram orientados por eles. Quanto a Tiago e Judas, conheciam Jesus desde a infância. Enfim, o que Deus tinha dito à Daniel para guardar, pois não estava completo (Daniel 12:4,8-10), Deus avisa a João que está completo e lembra que ninguém pode mais acrescentar nada (Apocalipse 22:6,7,10,18,19).
Dessa forma, surgem as cartas que chamamos de Novo Testamento: Mateus, Marcos, Lucas, João, Atos, aos Romanos, aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, aos Tessalonicenses, a Timóteo, a Tito, a Filemom, aos Hebreus, Tiago, Pedro, João, Judas e Apocalipse.

            A Igreja do primeiro século entrou em cena mais rapidamente que qualquer outro fenômeno teológico ou filosófico de todos os tempos. Cerca de 3 mil pessoas aderiram ao grupo num único dia – 50 dias depois da ressurreição, na festa de Pentecoste, fora as mulheres. Alguns dias depois, quando Pedro e João foram capturados pelos guardas do templo e colocados na prisão por pregar sobre a ressurreição, o número de cristãos havia aumentado para mais 5 mil homens. Se considerarmos as mulheres, teremos um total de aproximadamente 10 a 15 mil pessoas. Isso, só alguns dias depois da ressurreição. Esse fato exigiu um controle para garantir a precisão e a consistência da mensagem. Por essa razão, o relato do ministério de Jesus, da sua morte e ressurreição, foi registrado por vários e diferentes autores. As cartas escritas por Paulo tinham a finalidade de organizar as doutrinas. Embora nem todos os copistas do Novo Testamento fossem escribas treinados profissionalmente, eles foram capazes de transcrevê-lo com tanto cuidado que a precisão desse processo ficou demonstrada pela nossa capacidade de determinar o texto original com um grau de precisão muito mais elevado do que qualquer outro livro da antiguidade.

Ao escreverem suas cartas, os apóstolos entenderam que a leitura pública não deveria ser apenas para os destinatários das cartas, mas para todos os demais membros da Igreja (Colossenses 4:16; I Tessalonicenses 5:27; I Timóteo 4:13; II Pedro 3:15; Apocalipse 1:3; 2:7,11,17,29; 3:6,13,22; 22:18).

Não foi necessário, portanto, esperar nenhum concílio católico para unir esses escritos. Assim como os livros do Tanach, a Igreja entendeu o valor desses livros e passou a copiá-los preservando-os para a posteridade.

Clemente de Roma, discípulo de Pedro (Filipenses 4:3), é o escritor cristão mais antigo até o momento não mencionado nas Escrituras que, cerca do ano 95, cita claramente 03 e possivelmente 05 livros do Novo Testamento. O fato de Clemente ter citado apenas 08 livros quer dizer que ele não conhecia os 27? E, se ele não declarou sobre a autoridade sagrada desses livros, significa que ele não cria nisso?

Policarpo, bispo de Esmirna, porém, cerca do ano 110, é o primeiro que, ao citar 17 livros do Novo Testamento, considera-os claramente como parte das Santas Escrituras;
Além desses, no segundo século há citações e cópias da maioria dos livros do Novo Testamento por: Inácio, bispo de Antioquia, Papias de Hierápolis, Justino Mártir, o herege Marcião, o apologista e asceta assírio Tatiano, Irineu, bispo de Lyon, Hipólito de Roma etc.;
No início do século III, Clemente e Orígenes de Alexandria escreveram comentários sobre os 27 livros do Novo Testamento e Tertuliano de Cartago e Dionísio de Alexandria reconhecem a maioria desses livros;
Eusébio de Cesaréia, em 331, é solicitado por Constantino que copie em grego os 27 livros, Atanásio de Alexandria, em 367, lista os 27 livros e Jerônimo de Strídon, em 383, começou a tradução para o latim chamada Vulgata já com os 27 livros. Além de outros nomes como: Cirilo de Alexandria, João Crisóstomo, Basílio de Cesaréia, Gregório de Nissa, Pedro de Sebaste, Cipriano de Cartago, Ambrósio de Milão, Antônio, o Grande, Abba Pacômio etc.;
No ano 393, no Sínodo de Hipona (África), em 397, no o Terceiro Concilio de Cartago e em 419 os 27 livros do chamado Novo Testamento foram aceitos pelos líderes eclesiásticos como Sagrados.


Unindo todas as vezes que os sucessores dos apóstolos citaram o Novo Testamento, teríamos:

Citações do Novo Testamento feitas por alguns dos primeiros líderes da Igreja:
Autor:
Datas:
Evangelhos/ Atos:
Cartas:
Apocalipse:
Total:
Justino Mártir
100-165
278
49
3
330
Irineu
120-202
1.232
522
65
1.819
Clemente de Alexandria
150-216
1.061
1.334
11
2.406
Tertuliano
155-220
4.324
2.729
205
7.258
Hipólito
170-236
776
414
188
1.378
Orígenes
185-253
9.580
8.177
165
17.922
Eusébio
260-340
3.469
1.680
27
5.176
Total:
20.720
14.905
664
36.289


A folha de P46, uma das primeiras coleções do século III das epístolas paulinas

E não há apenas essas citações. Temos também Clemente, Policarpo, Inácio, Papias e outros. Esses quatro conheceram alguns apóstolos ou pessoas de seu convívio e puderam verificar a exatidão da vida de Jesus por meio de testemunhas oculares. E, além das citações, temos ainda manuscritos do Novo Testamento (cópias escritas a mão) preservados. Comparemos a quantidade de manuscritos do Novo Testamento com relação a outros escritos da época:

Obra:
Número de Manuscritos (cópias) Existentes:
Ano desde o Manuscrito Original:
Homero – Ilíada
643
400
Heródoto – História
8
1350
Tucídides – História
8
1300
Platão
7
1300
Demóstenes
200
1400
César – Guerras Gálicas
10
1000
Lívio – História de Roma
19 + 1 parcial
1000; 400
Tácito – Anais
20
1000
Plínio Segundo – História
7
750
Novo Testamento
5700
50 a 225

O Novo Testamento está bem acima de todos os outros livros mais importantes da antiguidade em: número de cópias comprobatórias; proximidade das cópias com a escrita original e divergências entre as cópias. Especialistas concluíram que este sobreviveu 99,5% puro. Os 0,5% corresponde a, por exemplo, palavras em ordens diferentes (no grego não muda o sentido: “prato pequeno” e “pequeno prato”), passagens faltando em alguns originais (Mateus 17:21; “e jejum” de Marcos 9:29; e João 7:53 – 8:11 não constam) e letras diferentes, por erro no momento da cópia. Embora isso ocorra, não há nenhum desacordo doutrinário e mostra que as Escrituras são mais puras do que qualquer outro livro da antiguidade. 


Detalhes Sobre a Bíblia:

            Figuradamente, a Palavra é comparada a um alimento (Deuteronômio 8:3; Jó 23:12; Salmo 119:103; Jeremias 15:16; Ezequiel 2:8 – 3:3; Mateus 4:4; Hebreus 5:12-14; I Pedro 2:2), espada (Efésios 6:17; Hebreus 4:12), luz (Salmos 19:8; 119:105,130; Provérbios 6:20-23; II Pedro 1:19), fogo (Jeremias 5:14; 23:29), martelo (Jeremias 23:29), água, que purifica (Salmo 119:9; João 15:3; Efésios 5:26), semente (Salmo 126:6; Marcos 4:14,15; II Coríntios 9:10; I Pedro 1:23) etc. Cada um desses símbolos é para revelar a importância do que ali está contido.

            Um requisito primordial para Deus responder às nossas orações é estarmos saturados da Sua Palavra (João 15:7). Aqui está, em parte, a razão de muitas orações não serem respondidas: desinteresse pela Palavra de Deus. Pelo menos três fatos estão implícitos aqui:
a) Na oração precisamos apoiar nossa fé nas promessas de Deus, e essas promessas estão na Bíblia; Há pelo menos 32.000 promessas na Bíblia toda.
b)  Por sua vez, a Palavra de Deus produz fé em nós (Romanos 10:17);
c)  Devemos fazer nossas petições segundo a vontade de Deus (I João 5:14), e um dos meios de saber a vontade de Deus é através de Sua Palavra.

O homem deve ler a Palavra para ser sábio (Salmo 119:130), crer na Palavra para ser salvo (Romanos 10:9) e praticar a Palavra para ser santo (Salmo 1:1,2; 119:101).

            Entendemos, portanto, que mais do que um livro de práticas religiosas, a Palavra de Deus contém o que o homem precisa para ser feliz não só nesta terra, mas para todo o sempre, ter comunhão com Deus, entender o Seu amor por nós e, dessa forma, revelar a pessoa de Jesus Cristo, o seu assunto principal (João 5:39; 20:31; I Pedro 1:11). Há os que acham que a pessoa de Jesus só é revelada nos 27 livros do chamado Novo Testamento, porém Ele já está identificado desde o Gênesis.
Outra consideração extremamente importante é que, por mais que tenha começado a ser escrita há 4.000 anos e terminado há 2.000 anos, é cada vez mais atual, pois é o único livro eterno (Salmos 119:89,152,160; Isaías 40:8; Mateus 5:18; 24:35; I Pedro 1:25). Esse é outro fator sobrenatural dela. Por isso, mesmo que meditemos nela todos os dias, e assim devemos proceder (Deuteronômio 17:19; Atos 17:11), sempre aprenderemos algo novo da parte do Senhor.

Escrituras Sagradas
Tanach = 39 livros
Novo Testamento = 27 livros
Classificação
Nº de Livros
Classificação
Nº de Livros
Torah
5
Biografia de Jesus
4
Livros Históricos
12
História da Igreja
1
Livros Poéticos
5
Cartas
21
Livros Proféticos
17
Profecia
1

            Segundo Edivaldo Nascimento, em seu livro As Maravilhas da Bíblia, há nas Escrituras 3.294 perguntas, 3.930 personagens, 6.468 mandamentos, revela 160 nomes e títulos de Deus, onde os 7 principais nomes compostos aparecem 10.773 vezes. Apresenta 370 diferentes classes de pecados.
            A Palavra pode ser lida em 72 horas, o Tanach em 54 horas e o Novo Testamento em 18 horas. O maior livro das Escrituras, os Salmos, podem ser lidos em 4 horas.

“Os Evangelhos tratam da manifestação da salvação;
O livro Histórico trata da propagação da salvação;
As cartas doutrinárias tratam da explicação da salvação;
O livro profético trata da consumação da salvação.”

            Como devemos estudar as Escrituras:
* Crendo no que Deus, o Seu autor, disse é verdadeiro e fiel: Isaías 34:16; Jeremias 1:11,12; Ezequiel 12:25; Mateus 5:18; Lucas 10:39; 21:33
* Lendo-a diariamente: Deuteronômio 17:19; Josué 23:6; Salmos 1:2; 63:6; 119:99
* Lendo-a com oração: Salmos 119:12,18; Daniel 9:21-23; Efésios 1:16,17
* Aplicando-a a si mesmo: Josué 5:14b
* Lendo-a toda: Deuteronômio 29:29; Romanos 11:33,34; I Coríntios 13:12

2 comentários:

O babaca teológico disse...

χάρις καὶ εἰρήνη João Rodolfo. Muito legal sua postagem sobre a origem da Bíblia, mas, gostaria de perguntar ao irmão por quê escreveu em hebraico da esquerda para a direita? Pois como orientais que são, nunca li hebraico da esquerda para direita, nem mesmo no hebraico moderno. Abraços!
יְבָרֶכְךָ יְהוָה וְיִשְׁמְרֶֽךָ:יָאֵר יְהוָה ׀ פָּנָיו אֵלֶיךָ וִֽיחֻנֶּֽךָּ׃
יִשָּׂא יְהוָה ׀ פָּנָיו אֵלֶיךָ וְיָשֵׂם לְךָ שָׁלֹֽום׃

Obs: Temos alguns amigos em comum no facebook.
Talvez sejamos até vizinhos.

Alegria do Senhor disse...

Realmente a alegria do Senhor é contagiante.