06 dezembro 2011

GRATIDÃO E PERDÃO!



Duas palavras têm me tocado esses últimos dias: Gratidão e Perdão.
Analisando a troca que existe em qualquer relacionamento, entendi que se não houver o cumprimento desses dois itens, ficará impossível a convivência.
Hoje, percebo que as pessoas, ao invés de perdoar, ou pedir perdão, preferem guardar rancores ou retribuir na mesma moeda o mal que sofreu. E quem errou, por mais que saiba que errou, prefere não reconhecer seu erro. Por outro lado, quando alguém nos favorece, há um medo, orgulho ou qualquer outra coisa que nos impede de sermos gratos a quem de alguma maneira nos ajudou, nos abençoou.
É triste quando um filho, tendo recebido uma criação boa ou não tão boa, após estar adulto e saudável, abandonar seus pais num asilo. Este é um claro sinal de ingratidão, afinal foram aquelas pessoas que te introduziram no mundo, te sustentaram e te ensinaram. A ingratidão está patente em todo lugar: seja no relacionamento conjugal, fraternal, entre pais e filhos, no trabalho, e até mesmo entre Deus e os homens.
Como pode o ser humano dar as costas para o Criador de tudo e, não adorar àquele que tem permitido ele viver, dado a chuva e o sol, livramento, capacidade de respirar, circular etc. As pessoas, ao invés de recorrerem ao Senhor, humildemente, reconhecendo que são pecadoras e, se estão sofrendo, é porque erraram, pelo contrário, acusam Deus de suas próprias quedas.
Precisamos ser gratos ao Senhor por tudo que Ele tem nos dado e nos humilharmos diante dEle pois tudo que temos e somos Ele nos tem concedido por Sua graça.

            “porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato... pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador...” Romanos 1:21,25a
 
            Lucas 17:11-19 conta-nos a história de 10 leprosos que, reconhecendo que eram pecadores, pediram ao Senhor Jesus que tivessem misericórdia deles e os curasse da lepra que os assolava. Jesus deu uma ordem para que fossem se apresentar ao sacerdote e, no caminho, eles perceberam que estavam curados. O incrível é que só um voltou para, com o rosto em terra, prostrado, voltou para agradecer a Jesus pela cura.
            Os outros 9 leprosos fizeram a primeira parte: pediram perdão. Porém não foram gratos a Jesus por sua cura.

          Pouco depois deste episódio, em Lucas 18:9-14, Jesus conta a parábola do fariseu soberbo e do publicano humilde. Aqui, o fariseu já começa agradecendo a Deus e, se ficasse nisso, seria até louvável, porém o motivo de sua gratidão é distorcido. Ele não agradece a Deus pelo que o Senhor tem feito a ele, mas se ensoberbece, relatando diversas coisas que ele supostamente fazia para Deus, tais como: não errava como os demais homens (ele se achava perfeito?), jejuava duas vezes por semana e dava dízimo de tudo que ganhava. O fariseu parecia ser grato, mas, infelizmente, não conseguia enxergar suas imperfeições e pedir perdão ao Senhor.
            Já o publicano era o contrário do fariseu. Ele subiu ao templo, mas não conseguia olhar para cima e batia no peito pedindo perdão a Deus, reconhecendo suas falhas. Jesus afirmou que este, e não o fariseu, desceu para sua casa justificado, ou seja, sem culpa perante o Senhor.
            Jesus não contou esta parábola para desprezar nossa dedicação a Deus, mas para dizer que nem sempre aquilo que fazemos diante das pessoas nos mostra quem somos na realidade. A salvação não é pelas obras.

            Naquela ocasião, Jesus tinha saído da Galiléia e caminhava para Jerusalém (Lucas 17:11) para morrer. Ao curar os 10 leprosos e mais uma multidão, ensinar a parábola do fariseu e do publicano e ainda, em Lucas 18:15-17, Jesus declarar que nós precisamos ser como crianças para herdar o Reino, Jesus estava mais do que pregando para a multidão, mas querendo chamar a atenção de alguém especial. Criança sabe o que é dependência e perdão, o que o leproso e o publicano aprenderam na prática.
Ali, no meio daquela multidão, havia um homem que precisava presenciar tudo aquilo. Alguém ali confiava em seus méritos, em suas boas ações para ser agradável aos olhos de Deus e, por isso, Jesus faz questão de declarar que a fé do único leproso grato o salvou, que o publicano humilde foi justificado e que é das crianças o Reino.
Quando Jesus se levantou e voltou a seguir seu caminho para Jerusalém, um homem corre atrás dEle. Esse era uma pessoa dedicada ao cumprimento dos ensinamentos bíblicos e, quando ele viu tudo o que estava se passando, pode nele ter ficado uma interrogação: Será que tudo que eu faço me garante a vida eterna?

            Em Lucas 18:18-30, aparece em cena o homem rico que, desde a sua meninice cumpria as ordenanças da Palavra, porém não estava disposto a abrir mão dos seus bens por amor ao Senhor. É necessário deixar claro aqui que, quando Jesus manda ele vender tudo que tem e dar aos pobres, não pode ser aplicado hoje como dar para a “igreja”. Hoje, muitos líderes têm sugado os bens de seus membros para construírem “templos” suntuosos que Deus NÃO mandou construir. A Palavra é clara quando diz que ele tinha que dar os seus bens para os pobres, e não para os discípulos ou para o próprio Jesus.
            O que Jesus queria ensinar àquele homem era, mais do que como se deve ofertar, mas sim, que ele precisava dar a Deus tudo que Deus lhe concedeu. Se ele era rico, foi porque Deus o permitiu enriquecer, e ele precisava ter um coração grato ao Senhor.
            Infelizmente, quando Jesus orientou que ele abrisse mão de tudo que recebeu para devolver para Deus, como muitos outros discípulos fizeram, ele não suportou tal peso e saiu da presença de Jesus triste. Jesus amou aquele rico, mas ele não amou a Jesus mais do que seus bens. Ele valorizou mais a criatura do que o Criador. Realmente é difícil abrirmos mão daquilo que nós gostamos, mas valerá a pena um dia. O rico não reconheceu seus erros, pedindo perdão, nem foi grato ao Senhor, devolvendo a Ele sua vida.

            Se realmente reconhecemos a nossa condição de pecado, receberemos a vida eterna. Jesus disse certa vez que muitos virão do leste e do oeste e se assentarão junto a Abraão, Isaque e Jacó no Reino do céu, mas os que deviam estar no Reino sofrerão no desespero eterno. Isso significa dizer que, Abraão, Isaque, Jacó e todos os que estarão desfrutando o Reino eterno de Jesus, não serão dignos de estarem lá. Só estarão lá porque creram na morte remidora de Jesus. Mas, aqueles que se “acham dignos”, não poderão gozar da vida eterna.

            Duas palavras nos são necessárias: Perdão! Obrigado! Quem erra, precisa reconhecer seus erros. Quem é grato, se entrega por completo! Caso erremos, reconheçamos, portanto, que erramos. Caso sejamos gratos ao Senhor, dediquemos, então, nossa vida ao Senhor. Existe um hino antigo que diz: “Mais grato a Ti! Mais grato a Ti! Mais consagrado, ó, faz-me, Senhor! Mais humilhado e cheio de amor! Faz-me mais grato a Ti! Mais grato a Ti!

Compartilhado no ponto de pregação da Igreja Batista Nova Filadélfia, na Eduardo Souto, dia 03/12/11.

Um comentário:

Andreia Badaró disse...

Muito boa esta postagem querido Rodolfo. O mais engraçado de tudo como Deus é conosco. Este mês na igreja onde congrego, o tema do mês esta relacionado a GRATIDÃO. As pregações são baseadas no tema e na última quinta-feira (08/12) o pastor falou a respeito das atitudes de um coração grato que se move no poder de Deus. E ele pregou justamente no texto mencionado dos leprosos. Falou que o reconhecimento e a obediência as autoridades, tipo: os pais, o pastor, o chefe; é uma das maneiras de gratos àqueles que nos abençoaram de alguma forma. A benção que Deus nos deu deve ser compartilhada com outros e devemos percorrer o caminho de volta dando glória a Ele. Vou deixar aqui uma orientação aos irmãos que o pastor falou neste dia, que era para começarmos a fazer uma lista com os nomes de todas as pessoas que de alguma forma nos abençoaram. Para que assim possamos orar por elas ou falar e demonstrar a elas o tamanho da gratidão que temos da ajuda prestada no momento das lutas. Que Deus nos dê forças e nos conduza sempre ao caminho da retidão. Amém!