Duas palavras
têm me tocado esses últimos dias: Gratidão
e Perdão.
Analisando a
troca que existe em qualquer relacionamento, entendi que se não houver o
cumprimento desses dois itens, ficará impossível a convivência.
Hoje, percebo
que as pessoas, ao invés de perdoar, ou pedir perdão, preferem guardar rancores
ou retribuir na mesma moeda o mal que sofreu. E quem errou, por mais que saiba
que errou, prefere não reconhecer seu erro. Por outro lado, quando alguém nos
favorece, há um medo, orgulho ou qualquer outra coisa que nos impede de sermos
gratos a quem de alguma maneira nos ajudou, nos abençoou.
É triste
quando um filho, tendo recebido uma criação boa ou não tão boa, após estar
adulto e saudável, abandonar seus pais num asilo. Este é um claro sinal de
ingratidão, afinal foram aquelas pessoas que te introduziram no mundo, te
sustentaram e te ensinaram. A ingratidão está patente em todo lugar: seja no
relacionamento conjugal, fraternal, entre pais e filhos, no trabalho, e até
mesmo entre Deus e os homens.
Como pode o
ser humano dar as costas para o Criador de tudo e, não adorar àquele que tem
permitido ele viver, dado a chuva e o sol, livramento, capacidade de respirar,
circular etc. As pessoas, ao invés de recorrerem ao Senhor, humildemente,
reconhecendo que são pecadoras e, se estão sofrendo, é porque erraram, pelo
contrário, acusam Deus de suas próprias quedas.
Precisamos ser
gratos ao Senhor por tudo que Ele tem nos dado e nos humilharmos diante dEle
pois tudo que temos e somos Ele nos tem concedido por Sua graça.
“porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o
glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus
próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato... pois eles
mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar
do Criador...” Romanos 1:21,25a
Lucas
17:11-19 conta-nos a história de 10
leprosos que, reconhecendo que eram pecadores, pediram ao Senhor Jesus
que tivessem misericórdia deles e os curasse da lepra que os assolava. Jesus
deu uma ordem para que fossem se apresentar ao sacerdote e, no caminho, eles
perceberam que estavam curados. O incrível é que só um voltou para, com o rosto
em terra, prostrado, voltou para agradecer a Jesus pela cura.
Os
outros 9 leprosos fizeram a primeira parte: pediram perdão. Porém não foram
gratos a Jesus por sua cura.
Pouco
depois deste episódio, em Lucas 18:9-14, Jesus conta a parábola do fariseu soberbo e do publicano humilde. Aqui, o
fariseu já começa agradecendo a Deus e, se ficasse nisso, seria até louvável,
porém o motivo de sua gratidão é distorcido. Ele não agradece a Deus pelo que o
Senhor tem feito a ele, mas se ensoberbece, relatando diversas coisas que ele
supostamente fazia para Deus, tais como: não errava como os demais homens (ele
se achava perfeito?), jejuava duas vezes por semana e dava dízimo de tudo que
ganhava. O fariseu parecia ser grato, mas, infelizmente, não conseguia enxergar
suas imperfeições e pedir perdão ao Senhor.
Já
o publicano era o contrário do fariseu. Ele subiu ao templo, mas não conseguia
olhar para cima e batia no peito pedindo perdão a Deus, reconhecendo suas
falhas. Jesus afirmou que este, e não o fariseu, desceu para sua casa
justificado, ou seja, sem culpa perante o Senhor.
Jesus
não contou esta parábola para desprezar nossa dedicação a Deus, mas para dizer
que nem sempre aquilo que fazemos diante das pessoas nos mostra quem somos na
realidade. A salvação não é pelas obras.
Naquela
ocasião, Jesus tinha saído da Galiléia e caminhava para Jerusalém (Lucas 17:11)
para morrer. Ao curar os 10 leprosos e mais uma multidão, ensinar a parábola do
fariseu e do publicano e ainda, em Lucas 18:15-17, Jesus declarar que nós
precisamos ser como crianças para herdar o Reino, Jesus estava mais do que pregando
para a multidão, mas querendo chamar a atenção de alguém especial. Criança sabe o que é dependência e
perdão, o que o leproso e o publicano aprenderam na prática.
Ali, no meio
daquela multidão, havia um homem que precisava presenciar tudo aquilo. Alguém
ali confiava em seus méritos, em suas boas ações para ser agradável aos olhos
de Deus e, por isso, Jesus faz questão de declarar que a fé do único leproso
grato o salvou, que o publicano humilde foi justificado e que é das crianças o
Reino.
Quando Jesus
se levantou e voltou a seguir seu caminho para Jerusalém, um homem corre atrás
dEle. Esse era uma pessoa dedicada ao cumprimento dos ensinamentos bíblicos e,
quando ele viu tudo o que estava se passando, pode nele ter ficado uma
interrogação: Será que tudo que eu faço me garante a vida eterna?
Em
Lucas 18:18-30, aparece em cena o homem
rico que, desde a sua meninice cumpria as ordenanças da Palavra, porém
não estava disposto a abrir mão dos seus bens por amor ao Senhor. É necessário
deixar claro aqui que, quando Jesus manda ele vender tudo que tem e dar aos
pobres, não pode ser aplicado hoje como dar para a “igreja”. Hoje, muitos
líderes têm sugado os bens de seus membros para construírem “templos” suntuosos
que Deus NÃO mandou construir. A Palavra é clara quando diz que ele tinha que
dar os seus bens para os pobres, e não para os discípulos ou para o próprio
Jesus.
O
que Jesus queria ensinar àquele homem era, mais do que como se deve ofertar,
mas sim, que ele precisava dar a Deus tudo que Deus lhe concedeu. Se ele era
rico, foi porque Deus o permitiu enriquecer, e ele precisava ter um coração
grato ao Senhor.
Infelizmente,
quando Jesus orientou que ele abrisse mão de tudo que recebeu para devolver
para Deus, como muitos outros discípulos fizeram, ele não suportou tal peso e
saiu da presença de Jesus triste. Jesus amou aquele rico, mas ele não amou a
Jesus mais do que seus bens. Ele valorizou mais a criatura do que o Criador.
Realmente é difícil abrirmos mão daquilo que nós gostamos, mas valerá a pena um
dia. O rico não reconheceu seus erros, pedindo perdão, nem foi grato ao Senhor,
devolvendo a Ele sua vida.
Se
realmente reconhecemos a nossa condição de pecado, receberemos a vida eterna.
Jesus disse certa vez que muitos virão do leste e do oeste e se assentarão
junto a Abraão, Isaque e Jacó no Reino do céu, mas os que deviam estar no Reino
sofrerão no desespero eterno. Isso significa dizer que, Abraão, Isaque, Jacó e
todos os que estarão desfrutando o Reino eterno de Jesus, não serão dignos de
estarem lá. Só estarão lá porque creram na morte remidora de Jesus. Mas,
aqueles que se “acham dignos”, não poderão gozar da vida eterna.
Duas
palavras nos são necessárias: Perdão!
Obrigado! Quem erra, precisa reconhecer seus erros. Quem é grato, se
entrega por completo! Caso erremos, reconheçamos, portanto, que erramos. Caso
sejamos gratos ao Senhor, dediquemos, então, nossa vida ao Senhor. Existe um
hino antigo que diz: “Mais grato a Ti!
Mais grato a Ti! Mais consagrado, ó, faz-me, Senhor! Mais humilhado e cheio de
amor! Faz-me mais grato a Ti! Mais grato a Ti!”
Compartilhado
no ponto de pregação da Igreja Batista Nova Filadélfia, na Eduardo Souto,
dia 03/12/11.
Um comentário:
Muito boa esta postagem querido Rodolfo. O mais engraçado de tudo como Deus é conosco. Este mês na igreja onde congrego, o tema do mês esta relacionado a GRATIDÃO. As pregações são baseadas no tema e na última quinta-feira (08/12) o pastor falou a respeito das atitudes de um coração grato que se move no poder de Deus. E ele pregou justamente no texto mencionado dos leprosos. Falou que o reconhecimento e a obediência as autoridades, tipo: os pais, o pastor, o chefe; é uma das maneiras de gratos àqueles que nos abençoaram de alguma forma. A benção que Deus nos deu deve ser compartilhada com outros e devemos percorrer o caminho de volta dando glória a Ele. Vou deixar aqui uma orientação aos irmãos que o pastor falou neste dia, que era para começarmos a fazer uma lista com os nomes de todas as pessoas que de alguma forma nos abençoaram. Para que assim possamos orar por elas ou falar e demonstrar a elas o tamanho da gratidão que temos da ajuda prestada no momento das lutas. Que Deus nos dê forças e nos conduza sempre ao caminho da retidão. Amém!
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