Meus
pais vieram de Pernambuco, mas só se conheceram aqui no Rio de Janeiro. Da
parte do meu pai não conheço quase ninguém, a não ser o irmão dele, alguns de
meus primos e seus filhos. Já da parte de minha mãe, a família é bem grande e
praticamente todos vieram para o Rio, com exceção de uma tia minha que até hoje
mora lá no Nordeste com seus filhos e netos. Meu pai não é de falar sobre sua
família. Outro dia o acompanhei no médico e nem sequer a causa da morte dos
pais dele ele conseguiu lembrar. Já meus avos por parte de mãe, sei melhor
porque minha mãe tem muito contato com seus parentes e sempre comenta sobre
seus pais. Só daí dá para se perceber como são os dois: meu pai, bastante
retraído e minha mãe, bastante comunicativa.
O
nome de meu avô materno foi João Rodolfo também. Recebi este nome em sua
homenagem. Morreu antes que eu nascesse, porém deixou história. Homem
preconceituoso com relação aos negros, pois tinha pele muito branca, odiava os evangélicos,
pois, diz minha mãe, o lugar onde morava era extremamente católico e, chegavam
até a apedrejar missionários que ali chegavam. Apesar disse, gostava de falar muitos
ditados que não saem da boca de minha mãe até hoje. Ditados como “fala mais que
o homem da cobra”, por causa de um homem que fazia espetáculos com uma cobra na
feira e falava muito, “quem muito se abaixa o ... aparece” (rsrs), “quem se
mistura com porco farelo come” etc. são lembrados por minha mãe todo o tempo.
Contava também histórias de assombrações que via quando ia à feira de madrugada
nos caminhos desertos e cheios de mata do Nordeste. Minha mãe conta que certa
vez ele zombou de uma mulher de oração que passava aqui na rua, esta virou-se
para ele e profetizou uma doença em sua perna que lhe perturbou durante anos e,
provavelmente, foi o que lhe causou a morte. Talvez esse tenha sido o primeiro
contato (impactante) que o Evangelho causou em minha família. Algo terrível
para ele que trouxe benefícios grandiosos para os que viveram... Não entendemos
os desígnios de Deus, mas Ele sabe trabalhar com cada um de nós...
Já
minha avó materna, sua esposa, eu conheci. Lembro-me de vários momentos que
tive com ela e os últimos dias de sua existência. Lembro-me que corria para ela
quando minha mãe queria me bater, lembro-me de seu amor por meu irmão mais
novo, recordo-me que quando minha mãe saia para trabalhar e não me levava,
ficava com ela e não gostava de sua comida e lembro-me do desprezo que recebeu
por um filho que ela muito amava nos últimos anos de sua vida... Ela sempre me
pedia para escrever os pedidos de oração para levar à Igreja Universal e fazia
questão de citar cada filho, neto e bisneto para eu escrever no papel. Após a
morte de meu avô, Deus começou a salvar um por um de meus familiares... Quando
caminhava até a Igreja Universal, que é distante de minha casa, vivia caindo
pela rua nos quebra molas, mas nunca desistiu de ir, até realmente não poder ir
mais. Não me despedi dela no hospital, onde ela passou seus últimos momentos,
seu velório foi muito triste para todos, mas tenho esperanças de encontrá-la no
Paraíso celestial...
Quanto
a meus pais, ainda não eram convertidos ao Senhor Deus quando me conceberam.
Num desabafo de minha mãe, soube que minha concepção foi fruto do alcoolismo de
meu pai. Sem maiores detalhes, por favor! (rsrs) Meu nascimento não foi
desejado, isso porque meus pais já tinham duas filhas e o desejo de minha mãe
era só ter tido uma. Isso era o ela queria e o que as condições financeiras
permitiam. Mas, independente disso, minha mãe conta que tinha tido um sonho que
me teria, assim como depois também viu num sonho mais um filho do jeito que era
meu irmão quando pequeno.
Aconselhada
por uma de minhas tias, minha mãe foi a um centro espírita de mesa branca por
sentir fortes dores na gravidez. Segundo minha mãe conta, ela sofreu muito no
nascimento de minhas duas irmãs, os dois com parte normal. E o demônio acertou
que ela não teria dores quando eu nascesse. Assim foi, pois meu parto foi
cesariana e ela estava dopada dos remédios. Ao nascer, o único susto da minha
mãe foi porque ela estranhou muito minha cor. Segundo ela eu nasci cinza, mas
acredito que tenha sido o líquido natural do parto. Mas, o Inimigo quis
aprontar com minha mãe. Minha queridíssima mãe descreve que uma mulher quase
que me leva embora da maternidade. Graças a Deus, minha mãe me reconheceu e
gritou as enfermeiras e médicos para que não deixassem me levar. A mulher
alegou que deram a ela a criança errada e ela não notou que não era seu filho. Minha
mãe diz que eu olhei para ela quando passei e ela assim me reconheceu.
Realmente meus olhos dizem tudo, até hoje! Quem me conhece que o diga! Hehehe
Será que por causa de uma consulta aos espíritos na sua gravidez, eles quiseram
tomar-me de minha mãe como “recompensa”? Só que Deus não permitiu.
O dia 17 de outubro
é para mim motivo de gratidão. Momento de lembrar-me de tudo de bom que o
Senhor fez por mim durante toda a minha jornada e oferecer a ele um cântico de
agradecimento. Dia 17 de outubro nasceram também, que eu conheça, a irmã
Rosemere Aguiar, a Estefani, filha de uma colega minha de escola, as gêmeas
Maiara e Maisa, a Patrícia, uma ex colega minha de trabalho etc. Mas esse
negócio de astrologia está por fora. Cada um de nós somos totalmente diferente
uns dos outros. Enquanto um é agitado, falante, extrovertido, o outro é parado,
quieto e introvertido e outro é a mistura de tudo isso. Não sou tolo a
desprezar os luminares que Deus fez para que eu contasse o meu tempo de vida
aqui na terra de maneira sábia e proveitosa, mas daí a chegar e permitir que demônios
rejam minha vida em nome de astros do Zodíaco, aí é outra história. Estou fora!
Não
são os astros que me guiam, mas Deus agindo sobre o temperamento que está no
meu sangue, o ambiente em que fui criado, as pessoas com quem me relacionei e
tenho contato até hoje e as experiências de vida que tive me fizeram ser quem
sou hoje, cheio de qualidades e defeitos a serem trabalhados ainda pelo
Espírito Santo de Deus e por Sua Palavra.
Ainda
bebê, meus pais chegaram a escolher os padrinhos e providenciar meu batismo na
Igreja Católica, mas mais uma vez Deus não permitiu que o Inimigo me conduzisse
ao erro. Ela diz que algo (que sabemos ser Deus) fez com que, diferentemente de
minhas duas irmãs mais velhas, ela não me batizasse, desmarcando tudo. Graças a
Deus! Fui consagrado pelo Senhor, para Ele, para sempre, desde o ventre!!!
Quando
eu tinha aproximadamente 2 anos de idade, meus pais se converteram ao Senhor
Jesus na Igreja Universal e ali permaneci até os 13 anos, quando fui para a
Igreja Batista. Foi a melhor atitude que eles tomaram. Meu pai sofreu uma
enfermidade nos pés e, por isso, foi mandado embora do restaurante onde
trabalha. Entrando numa Igreja Universal do bairro de Campo Grande, pediu
oração e o pastor, como uma profecia divina, informou que ele seria curado,
seria readmitido e jamais ninguém o mandaria embora novamente. Foi o que
aconteceu. Ainda enfermo, ele foi readmitido e ninguém jamais o mandou embora
novamente. Ele trabalhou lá mais de 40 anos, se aposentou, e ainda contribui lá
com seu trabalho de alguma forma até hoje. Hoje ele está, graças a Deus, com a
perna recuperada, algo que os médicos disseram que teria até que amputar!
Enfim,
vivi toda a minha vida vendo a providência de Deus e a recompensa por buscá-lo.
É muito bom servir ao Senhor. Agradeço a Deus a cada dia por ter me livrado de
conhecer o mundo. Agradeço a Deus por chegar aos 30 anos. Olhar para trás e ver
o cuidado de Deus por mim é maravilhoso!
Obrigado,
Senhor!
Como
diz um hino antigo, “Tu és fiel, Senhor!
Tu és fiel, Senhor! Dia após dia com bênçãos sem fim. Tua mercê me sustenta e
me guarda. Tu és fiel, Senhor! Fiel a mim!”
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