29 abril 2011

O Rapto da Igreja 2

A partir deste momento, após provarmos que o casamento da Igreja com Jesus é um fato profetizado desde o início da história do homem, estudaremos as passagens que falam mais claramente a respeito do arrebatamento.

Para traçarmos uma sequência do que ocorrerá durante o arrebatamento, utilizaremos os dois seguintes textos do apóstolo Paulo:

“num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.” I Coríntios 15:52

“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.” I Tessalonicenses 4:16,17

4.1. De repente

A palavra traduzida por “momento” em I Coríntios 15:52, é atomos, significando no grego a menor unidade de medida de tempo e espaço. Aí está mais uma prova que o arrebatamento é diferente da volta de Jesus para pisar nesta terra e, mais que isso, mostra que será muito veloz, como “num piscar de olhos”.

A Bíblia parece pegar pesado ao comparar a volta de Jesus como um ladrão que assalta no momento em que donos da casa não esperam (I Tessalonicenses 5:2,4; Apocalipse 3:3), porém o foco não está no ladrão, mas sim, no susto em que ficarão as pessoas que não estavam preparadas para o fato.

Se assim o é, Jesus não deixou possibilidade de fazermos cálculos sobre este momento, ao contrário do que muitos têm feito por aí. Vamos citar alguns exemplos de homens insensatos que tentaram e tentam datar o arrebatamento da Igreja:

Willian Miller disse, em 1831, que Jesus voltaria em 10 de dezembro de 1843, o que falhou e, com base em cálculos mirabolantes, estabeleceu, ainda, outras datas: outubro de 1844, 1847, 1850, 1852, 1854, 1855, 1863, 1877 e nesse meio louco que surgiu a Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Charles Russel afirmou que a volta de Jesus se daria em 1914. Mais tarde, adiou-a para 1918. Depois da sua morte, em 1916, seu sucessor, Joseph Rutherford, começou a proclamar que, segundo novos cálculos, a vinda de Cristo havia sido transferida para 1925. Nenhuma das predições se cumpriu, mas as Testemunhas de Jeová, temendo passar por mentirosas, resolveram voltar à primeira predição: Cristo teria voltado “em espírito”, em 1914, como Russel havia predito a princípio. Que confusão!

Willian Branham, líder do Tabernáculo da Fé – o “Mensageiro do Apocalipse” -, garantiu que a volta do Senhor se daria em 1977. Pregava que seu ministério perduraria até este ano. Mas, para a frustração de seus fiéis seguidores, ele morreu em 1965, doze anos antes de se cumprir a sua predição.

Em 1988, o engenheiro norte-americano Edgar Whisenant lançou o livro “Tempo Emprestado: 88 Razões Por Que o Arrebatamento se Dará em 1988” onde, através de cálculos matemáticos “precisos” relacionados com as festas bíblicas, afirmou que o arrebatamento se daria entre 11 e 13 de setembro de 1988. O livro quebrou recordes de venda, várias pessoas creram na predição e venderam propriedades, tomando dinheiro emprestado e incorrendo em consideráveis despesas em cartões de crédito. Não obstante, o óbvio aconteceu. Whisenant não ficou envergonhado nem pediu desculpas ao público que acreditou em suas predições. Tranqüilo, simplesmente afirmou que se esquecera de um detalhe fundamental: Roma deixara de lado o ano zero. Houve, portanto, no primeiro século, apenas noventa e nove anos. Nesse caso, Jesus voltaria em 1989! Heim?

O jovem profeta Bang-Ik Ha da Missão Mundial Taberah tinha razões “mais convincentes” para afirmar que Jesus viria em outubro de 1992. Não chegara a essa conclusão apenas por meio de cálculos matemáticos. Supostamente ele mesmo fora ao céu várias vezes e recebera “diretamente de Deus” mensagens específicas sobre o futuro do planeta! Vários panfletos foram distribuídos pela missão, a notícia espalhou-se pelo mundo e até um livro, intitulado O Último Plano de Deus, foi publicado com o intuito de provar “biblicamente” a data da vinda de Jesus.

Muitos teólogos debruçaram-se sobre os cálculos tomando como base o sistema cronológico do arcebispo James Ussher, que posiciona a data da criação no ano 4004 a.C., afirmando que o retorno de Cristo seria no início do sétimo século. Utilizando a operação aritmética 6000–4004=1996, concluíram que Jesus voltaria em 1996, mas já existe há algum tempo um sistema cronológico que posiciona o ano da criação em 4173 a.C. Assim, seria fácil descobrir uma nova data para a vinda de Jesus: 6000-4173=1827.

Outros profetizaram que Jesus voltaria no ano 2000. Além das expectativas de Nostradamos que afirmou: “Ao ano 1000 chegarás, mas de 2000 não passarás.” Recorreram à profecia de Oséias 6:2, em conexão com II Pedro 3:8, afirmavam que cada dia mencionado equivaleria a mil anos, e que Cristo voltaria no terceiro dia após o seu nascimento, isto é, no início do século XXI, porém se esqueceram que o terceiro milênio só começa no ano 2001...

Até a famosa “apóstola” Valnice Milhomens insinuou que Jesus voltaria em um sábado do ano 2007, mostrando passagens bíblicas para isso em plena TV.

Sendo assim, não teríamos então nenhum sinal da volta de Jesus? Sim! Temos um sinal, por mais triste que seja: o esfriamento da “Igreja”. Os únicos sinais para o arrebatamento é a apostasia chegando (II Tessalonicenses 2:3; II Timóteo 3:1-5), pois, assim que a Igreja for levada, o Anticristo unirá todas as religiões do mundo ao seu favor e trará sobre o planeta a devassidão completa.

A questão é que a apostasia já se infiltrou no seio da Igreja desde a época dos apóstolos (Atos 20:29,30; I Timóteo 6:3-5; II Timóteo 3:1-9; II Pedro 2:1-3; I João 2:18,19; 4:1,4,5; Judas 4) e, portanto, a qualquer momento Jesus pode vir.

Há outra questão nisso que muito nos incentiva a fazer a obra do Senhor. Em Romanos 11:25b está escrito: “... o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado.” Sendo assim, existe um número exato dos participantes da Igreja (outrora gentios) que só Deus conhece e, quando o último membro reconhecer a Jesus como o Senhor, o arrebatamento poderá ocorrer e a Igreja entrará na glória, começando, então, o tempo dos israelitas se voltarem para Deus, na Grande Tribulação.

Assim como o corpo de Eva foi construído sobre a base do corpo de Adão, através de uma costela, como se fosse os famosos clones atuais, até chegar a ser como Adão, assim é também a Igreja que está sendo moldada dia a dia para se parecer com Cristo.

O apóstolo Paulo tinha a esperança de que Jesus voltasse com ele ainda em vida (I Tessalonicenses 4:15; I Coríntios 15:51), mas também sabia que poderia morrer antes disso (I Coríntios 6:14; II Coríntios 4:14). Só Deus sabe o dia!

4.2. O mesmo Senhor

A Palavra nos ensina que “o mesmo Senhor descerá do céu...” (I Tessalonicenses 4:16a) e “...Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.” (Atos 1:11) ou seja, da mesma forma que Jesus subiu na Sua ascensão, Ele também nos encontrará nas nuvens. Mas, como era essa forma?

Após Sua morte e ressurreição, Jesus recebe do Pai um corpo glorificado que tem carne e osso, mas difere dos outros seres humanos. Vejamos:

4.2.1. É visível

* Jesus apareceu a Simão (Lucas 24:34);

* Jesus apareceu a mais de 500 pessoas, no total (I Coríntios 15:3-7);

4.2.2. É palpável

* Maria Madalena e outra Maria abraçam os Seu pés (Mateus 28:9);

* Alguns dos onze discípulos duvidaram porque achavam ter visto um espírito (Mateus 28:17), mas Jesus pede para tocar em Sua carne, ossos e feridas. Ainda não crendo, Jesus come peixe assado e favo de mel (Lucas 24:33-51);

4.2.3. Parece mudar de aparência

* Se manifestou a dois discípulos no caminho “de outra forma” (Marcos 16:12);

* Os dois discípulos no caminho não reconheceram Sua voz nem Sua aparência. Só o reconheceram pela forma de explicar a Palavra e pela atitude de abençoar o pão antes de comer (Lucas 24:13-35);

* Maria Madalena viu, mas não o reconheceu por Sua aparência. A princípio, também não reconheceu Sua voz. Só depois (João 20:11-18);

* Quando Jesus aparece na praia e faz o milagre da pesca de 153 grandes peixes, João e os outros discípulos sabem que é Jesus, mas ficam com vontade de perguntar se era Ele mesmo (João 21:1-22). Bom, se sabemos que estamos diante de uma pessoa conhecida, porque perguntar se é ela mesmo? Só se essa pessoa mudou a aparência...

4.2.4. Estava coberto com outro tipo de roupa

* Os lençóis e lenços que cobriam o corpo de Jesus ficaram no sepulcro (João 20:6,7).

4.2.5. Aparece/Desaparece

* Os discípulos estavam trancados, mas Jesus apareceu no meio deles falando mais de uma vez (Lucas 24:33-51; João 20:19,20,24-29);

* Jesus desaparece na frente dos dois discípulos quando reconheceram que era Ele (Lucas 24:13-35).

É profundo meditarmos sobre isso, pois, o Deus incorpóreo assumiu uma forma humana não apenas por um período, mas, pelo Seu amor por nós, assumiu nosso lugar para nos salvar, ser nosso advogado, sumo sacerdote e esposo para sempre! I Coríntios 15:28; Apocalipse 21:23

Ainda neste estudo falaremos mais acerca deste corpo, pois a Bíblia promete que teremos também um corpo semelhante ao dEle.

Que amor é este?

4.1. Ao alarido, voz de arcanjo e soar da última trombeta

Acontecerá que, na vinda de Jesus, três fatos relacionados ao som se sucederão:

"Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro;" I Tessalonicenses 4:16

4.3.1. Dada a Sua palavra de ordem;

Entendemos que, primeiro, Jesus dará uma ordem, pois o texto diz: “dada a Sua palavra de ordem”... O pronome “sua” se refere a Jesus, o Senhor, referido no mesmo versículo.

Mas, para quem Ele deu ordem?

4.3.2. Ouvida a voz do arcanjo;

Entendemos para quem Jesus deu a Sua palavra de ordem pela continuação do versículo, com o personagem que aparece logo a seguir, ou seja, ao líder dos anjos, o arcanjo.

A palavra arcanjo significa anjo principal. O prefixo grego “arc” significa o mais importante, principal ou príncipe. Embora o único arcanjo que se identifica na Bíblia é Miguel, não pode ser este o único príncipe, pois há principados nos céus, e não, apenas um principado (Romanos 8:38; Efésios 1:21; 3:10; Colossenses 1:16; 2:10,15; ).

Além disso, Daniel 10:13 nos mostra que Miguel é “um dos” primeiros príncipes. Esse termo pode significar que Miguel é um dos mais elevados, ou porque no momento em que Deus “distribuiu os cargos”, foi um dos primeiros a ser consagrado.

Em Josué 5:13-15, por exemplo, aparece um príncipe celeste que não revela seu nome.

Mas o que Jesus e o arcanjo falarão?

Dado o entendimento do ministério do arcanjo, podemos supor porque Jesus dá Sua palavra de ordem para ele. Entendemos que Jesus convocará um príncipe dos anjos para que convoque os anjos que estão sob sua liderança. Por isso será também ouvida a voz do arcanjo, logo após Jesus falar.

Alarido (“grito de comando”), como está em algumas traduções, é a palavra usada no grego para denotar o brado do comandante aos seus soldados em combate, o grito do cocheiro aos seus cavalos, ou o comando do mestre de um navio aos seus remadores. É uma convocação superior e autorizada, que empolga e estimula. João 5:25-29

4.3.3. Ressoada a trombeta de Deus

Após Jesus ordenar ao arcanjo para que este convoque os anjos, a trombeta soará em I Coríntios 15:52 consta que não será apenas uma trombeta, mas a última trombeta.

Na Bíblia existem dois tipos de trombeta: a mais comum, que era a feita de chifre de carneiro, ou seja, o shofar e as trombetas de prata, que Deus ordenou que fossem feitas em Números 10:2,6.

O shofar é mencionado a primeira vez na Bíblia em Gênesis 22:13, quando o carneiro que substituiria Isaque aparece preso pelos chifres (shofar) em espinhos. Ali, o shofar é o que “oferece” para Isaque a salvação da morte. O shofar entroniza aquele que representaria Jesus. Após esse fato, o shofar aparece novamente no Monte Sinai (Êxodo 19:16,19), sendo que agora não é mais material, mas espiritual. Ali, os seres celestes entronizam a presença gloriosa de Deus. A última passagem que gostaria de citar é a do capítulo 6 do livro de Josué, sobre o ataque a Jericó, onde é citada a palavra shofar 13 vezes. O shofar ali foi utilizado por sete sacerdotes que tocavam enquanto iam a frente da arca da aliança, como preparando o caminho onde a arca e o povo deveriam ir durante os sete dias e as sete voltas no último dia. Na última vez que é citado o shofar (Josué 6:20), após as sete voltas do sétimo dia, é justamente quando as muralhas da cidade caem.

Na visão de João (Apocalipse 1:10) como se fosse a própria voz de Deus, mas sabemos que era dos seres celestes.

Levíticos 25:9;

A advertência dos profetas menciona o toque de trombetas: Isaías 58:1; Jeremias 4:5; Ezequiel 33:3; Oséias 8:1; Joel 2:1,15; Amós 3:6; Sofonias 1:16; Zacarias 9:14 (as trombetas serviriam para anunciar as pragas dos julgamentos ou para convocação para a guerra).

Sobre a questão do toque da última trombeta, vejamos o que nos fala a passagem de Números 10:2,6

“Faze duas trombetas de prata;... e te serão para a convocação da congregação e para a partida dos arraiais... Mas, quando a segunda vez, retinindo as tocardes, então, partirão os arraiais que se alojam da banda do sul; retinindo, as tocarão para as suas partidas.”

Para que convocar os anjos?

Convocação para que os anjos entronizem Jesus e preparem seu caminho do 3º céu às nuvens, e, provavelmente Jesus orientará ao arcanjo que convoque os anjos para que saiam por todo o planeta recolhendo aqueles que são selados pelo Espírito Santo, para levá-los ao encontro de Cristo:

"E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus." Mateus 24:31

As nuvens e ares significam a atmosfera sobre a terra. Talvez em I Tessalonicenses 4:16 haja sinal de conquista nas expressões, visto que Paulo diz que os ares são o domínio de Satanás. Efésios 2:2

4.4. Descerá do Céu

Como Deus, Jesus habitava o céu dos céus (Deuteronômio 26:15; I Reis 8:30; II Crônicas 6:21; 30:27; Jó 16:19; Salmos 2:4; 103:19; 115:3; 123:1; Eclesiastes 5:2; Isaías 13:5; 14:13,14; 40:22; 57:15; 63:15; Jeremias 25:30; Daniel 2:28; Mateus 5:16,48; 6:1,9,14,32; 7:11,21; 10:32,33; 12:50; 15:13; 16:17; 18:14,19; 23:9; Marcos 11:25,26; Lucas 11:2; Efésios 6:9; Colossenses 4:1). Atente o versículo abaixo que mostra Deus como sendo mais de uma pessoa, pois Ele diz: “nosso santuário” e, não, “meu santuário”:

“Um trono de glória, posto bem alto desde o Princípio, é o lugar do nosso santuário.” Jeremias 17:12

Foi deste lugar que Jesus desceu quando se esvaziou de Sua glória (João 3:13,31; 6:32,33,38,41, 42,50,51,58; I Coríntios 15:47). Aqui na Terra Ele viveu, morreu e, após a ressurreição, para o céu dos céus Ele voltou (Daniel 7:13; Marcos 16:19; Lucas 9:51; 24:51; Atos 1:2,9,10,22; 2:34; 7:55,56; Romanos 10:6; Efésios 1:20; Colossenses 3:1; Hebreus 1:3; 8:1; I Pedro 3:22), mas virá para arrebatar Sua Igreja. A diferença é que neste momento Ele não pisará na Terra, pois descerá até as nuvens e a Igreja, que está na Terra subirá para o encontro com Ele (Atos 1:11; 3:21; I Tessalonicenses 1:10; 4:16).

4.5. Os mortos ressuscitarão

Primícias, no grego, arpache – Levíticos 23:10-20 ?

Fases da ressurreição:

1 - Arrebatamento da Igreja

2 - 144 mil e 02 testemunhas da Grande Tribulação

3 - Juízo Final

4.6. Os vivos serão transformados e arrebatados

Romanos 8:29

Colossenses 3:4

O apóstolo Paulo dá explicações sobre a diferença de nosso corpo atual e do futuro:

Mas o apóstolo Paulo também nos ensina que essa transformação precisa começar agora em nosso interior.

“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele; porque assim como é o veremos.” I João 3:2


Um comentário:

Elisângela Esperdiao disse...

linda mensagem !! amei este esboço esta reflexão! obrigada!