As Respostas estão na Bíblia
Calculando os anos mencionados na Bíblia para o primeiro homem, Adam, e
seus descendentes, a partir de Gênesis 05 em diante, podemos concluir que a
história da humanidade tem cerca de seis mil anos.
Gênesis é o livro dos inícios. Além do princípio do universo, da vida e
do homem, nos revela também o início da civilização humana.
Embora as teorias ditas científicas narram uma história um tanto
diferente, a arqueologia está longe de determinar exatamente como foi. Isso
porque ela busca reconstituir, a partir de vestígios, ideias sobre como
possivelmente tudo, ao longo do tempo, foi-se transformando, evoluindo. Mas
nenhum de seus esforços foi capaz de comprovar as origens. Nem a origem do
universo, nem a origem da vida, nem a origem do homem.
Embora os acadêmicos se debruçam em qualquer achado como artefatos,
estruturas, construções, obras de arte, alterações do meio ambiente, comércio e
fatores biológicos procurando pistas, não podem trazer conclusões contrárias as
Escrituras Sagradas.
Pelo contrário, embora em tese queiram discordar do sobrenatural, a pá do
arqueólogo cada vez mais comprova que a história bíblica é real. Cidades
outrora cobertas pelas areias do deserto, líderes desconhecidos do passado e
costumes antigos antes só citados pela Bíblia foram descobertos nas últimas
décadas. E, já que profecias tão antigas se cumpriram fielmente, a mensagem
divina contida nessa história também não pode ser negada.
Com relação ao surgimento do homem, evolucionistas sugerem, o que não é
um consenso, que a alimentação contribuiu para que os ‘ancestrais’ humanos
passaram por diversas fases em que foram se aperfeiçoando até chegar ao nosso
corpo atual:
1. Primeiro comiam os vegetais que achavam, possivelmente elaborando
ferramentas para facilitar a busca,
2. Depois passam a comer, além da vegetação, animais mortos que
achavam, o que se permitiu aperfeiçoar os instrumentos para tais feitos,
3. Por causa da suposta Era Glacial, já não encontravam facilmente os
alimentos e passam a caçar, surgindo, então, instrumentos como a lança para
atacar suas vítimas a partir de uma distância segura.
4. Com a descoberta do fogo, passam a cozinhar, o que teoricamente
faria o cérebro se desenvolver e tornarem-se, de fato, humanos.
5. Por último, os primeiros homens desenvolvem a prática da agricultura
e, com o avanço tecnológico, surgem as primeiras cidades.
Com apenas algumas variantes, quem quer que tenha elaborado a ideia
acima, parece ter se baseado nas Escrituras Sagradas, por incrível que pareça,
e vamos aqui entender o motivo.
Do ponto de vista da antropologia a civilização pode até ser algo
positivo, pois, numa perspectiva evolucionista, é o estágio mais avançado de
determinada sociedade humana, depois da era primitiva e da barbárie. Civilização
deriva do latim civita, que designa
cidade, e civile, o seu habitante (civil).
Mas, pela perspectiva divina, em que circunstâncias surge a
‘civilização’? Será que foi desenvolvida com base no progresso humano, ou sua
queda?
A partir deste momento, este estudo abordará o começo da sociedade
humana, através da história da família de Cayn que é descrita em Gênesis,
capítulo 04 e encontraremos essas respostas.
Os nomes têm significados
Antes de começarmos esse estudo, é importante frisarmos que vamos avaliar
dois pontos dos descendentes de Cayn:
1. O relato sobre os comportamentos que os descendentes de Cayn
adotaram em vida;
2. E/ou o significado de seus nomes.
Ligar o nome da pessoa à sua história parece sem sentido para nós na
atualidade, pois hoje os nomes, na maioria das vezes são dados sem uma ligação
com o significado. Por exemplo, meu nome foi uma homenagem ao pai da minha mãe.
Mas não é porque eu tenha alguma característica que relembre ele. Receber este
nome foi apenas uma forma de tributo ao homem que deu a vida à minha mãe.
Mas nem sempre foi assim. As Escrituras Sagradas por diversas vezes
cita que as pessoas antigas recebiam um nome em referência a algum fato
ocorrido relacionado a sua história, ou alguma característica física ou algum
comportamento.
“E disse Adão: Esta é agora osso
dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem
foi tomada.” Gênesis 2:23
“E chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto era a mãe de
todos os viventes.” Gênesis 3:20
“E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um homem.” Gênesis 4:1
“E não se chamará mais o teu
nome Abrão, mas Abraão será o teu
nome; porque por pai de muitas nações
te tenho posto;” Gênesis 17:5
“Disse Deus mais a Abraão: A Sarai tua mulher não chamarás mais pelo
nome de Sarai, mas Sara será o seu
nome. Porque eu a hei de abençoar, e te darei dela um filho; e a abençoarei, e
será mãe das nações; reis de povos
sairão dela.” Gênesis 17:15,16
“E Abraão pôs no filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, o nome de Isaque... E disse Sara: Deus me tem
feito riso; todo aquele que o ouvir
se rirá comigo.” Gênesis 21:3-6
“E depois saiu o seu irmão, agarrada
sua mão ao calcanhar de Esaú; por isso se chamou o seu nome Jacó. E era Isaque da idade de sessenta
anos quando os gerou.” Gênesis 25:26
“E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por
isso se chamou Edom.” Gênesis 25:30
Como podemos ver nos versículos citados acima, e por diversas outras
passagens por todas as Escrituras, os nomes sempre tinha um sentido especial.
Com Cayn e sua família não seria diferente.
“E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim,
e disse: Alcancei do SENHOR um homem.
E deu à luz mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim
foi lavrador da terra.
E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma
oferta ao Senhor.
E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua
gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta.
Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim
fortemente, e descaiu-lhe o semblante.”
Gênesis 4:1-5
* Cayn nasceu sob expectativas
erradas. O nome Cayn significa ‘adquirido’, ‘obtido’, ‘possuído’, ‘lança’,
enquanto o nome Abel significa ‘vapor’, ‘vaidade’, ‘futilidade’, ‘sem valor’,
‘vão’.
Ao analisar os significados dos nomes dos dois filhos de Adam e Eva, o
que vem a nossa mente? Por que Eva deu esses ‘títulos’ para seus filhos? Sob
quais expectativas cada um foi gerado?
Os títulos de ‘Conquista’, para o primeiro, e ‘Inutilidade’ para seu
irmão, denota que Eva projetou muitas esperanças positivas para seu filho Cayn,
mas desprezou seu filho Abel.
Lembre que Cayn foi o filho nascido após o juízo divino descrito em
Gênesis 3. O casal tinha ouvido a profecia:
“E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua
semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Gênesis 3:15
Eva recebeu Cayn sob a esperança que ele poderia ser o descendente da
mulher que destruiria o poder de Satan, cumprindo a promessa do Criador. Mas a
profecia não se referia a ele ou qualquer outra pessoa que nascesse naquela
época. O descendente da mulher, o Messias, só viria a nascer 4 mil anos
depois...
* Cayn tornou-se, como seu pai
Adam, lavrador, e estes devem ter desenvolvido instrumentos para poder
trabalhar a terra, plantar e colher.
Os primeiros homens eram vegetarianos, ou herbívoros, como queiram
chamar:
“E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que
está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê
semente, ser-vos-á para mantimento.” Gênesis 1:29
“E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim
comerás livremente...” Gênesis 2:16
“E toda a planta do campo que ainda não estava na terra, e toda a erva
do campo que ainda não brotava; porque ainda o Senhor Deus não tinha feito
chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra.” Gênesis 2:5
O último texto acima nos informa que a vegetação só apareceu na terra
depois que Adam surge dela. Adam é a semente que ‘brota’ da terra, para fazer
germinar todas as outras sementes.
“E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, do lado oriental; e pôs ali
o homem que tinha formado. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore
agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a
árvore do conhecimento do bem e do mal.” Gênesis 2:8,9
Quando Adam nasce, não dava tempo de esperar até uma fruta nascer, até
porque tem determinadas árvores que demoram anos para gerar frutos. Mas, pelos,
em questão de dias, Adam pode ter experimentado as primeiras verduras. Depois
de algumas semanas, os primeiros legumes e, após um tempo, os primeiros frutos.
No começo, a forma de alimentação era o forrageamento, ou seja, a saída
para a procura de alimento em ambientes naturais, sem muitos esforços prévios.
Adam tinha todo um planeta para explorar e, pelo menos a princípio, ele não
precisava plantar. Mas isso era questão de tempo. Ele nasceu com a tarefa de
lavrar a terra, isso porque em algum momento ele e sua família esgotariam a
alimentação à disposição e teriam que aprender a plantar...
Após ser expulso do Paraíso, Adam não tem escolha. Ele precisará
plantar para sobreviver. Surge a agricultura, da qual Cayn também se servirá
para sobreviver, pelo menos por um espaço de tempo:
“O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a
terra de que fora tomado.” Gênesis 3:23
Sendo assim, desde o primeiro homem, a prática da plantação e colheita
já eram conhecidas e, para isso, Adam pode perfeitamente ter aprendido com o
reino animal a utilizar recursos para poder plantar e colher. Lembre-se que
este não foi criado ignorante, sem linguagem e intelecto. Ele tinha, sim, uma
inteligência capaz de desenvolver ferramentas para fazer buracos no chão,
cortar uma melancia, triturar grãos ou lançar instrumentos tipo dardos para
derrubar as frutas das árvores mais altas.
Para isso, Adam teve oportunidade de aprender muita coisa com os
animais, pela observação, enquanto nomeava cada um e cumpria sua missão de dominar
sobre eles:
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre
o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.”
Gênesis 1:26
“Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo o animal do campo,
e toda a ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e
tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome. E Adão pôs
os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o animal do campo...”
Gênesis 2:19,20
Um dos significados para o nome hebraico Cayn é ‘lança’. Essa é a comprovação
de que em seus dias já eram utilizadas ferramentas para o trabalho e, mais
tarde, este pode ter sido utilizado para cometer o primeiro crime, matando seu
irmão Abel, ou, então, como a lança se tornou um forte instrumento assassino, pode ter recebido o nome do primeiro assassino. Seja como for, esta arma ficou sendo chamada pelo nome de seu dono, ou inventor, ou mesmo fonte de inspiração.
Tanto as lanças encontradas de pedra ou metal, até as lanças dos desenhos rupestres são provas arqueológicas de que este utensílio é um dos mais antigos da história da humanidade.
* Cayn cultuava a Deus junto com
seu irmão, porém, de aparências. Sua vida religiosa em nada tocava a Deus.
Sabemos disso porque, antes de reprovar a oferta de Cayn, Deus reprovou a sua
vida...
“E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma
oferta ao Senhor... Mas para Caim e para a sua oferta não atentou...”
Gênesis 4:3-5
O problema não estava na qualidade da oferta ou no tipo de oferta que
ele levou para Deus, pois o Senhor aceita oferta de cereais:
“Então trarás a oferta de alimentos, que se fará daquilo, ao Senhor; e
se apresentará ao sacerdote, o qual a levará ao altar.” Levítico 2:8
Abel ofereceu a Deus os primogênitos de suas ovelhas, porém, isso não
significa que eles já comiam carne animal. Até porque, a primeira vez que
aparece uma liberação oficial para se comer carne foi no texto a seguir, após o
dilúvio, mais de 1.600 anos depois do surgimento de Adam:
“Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo
vos tenho dado como a erva verde...” Gênesis 9:3
É importante informar que o surgimento da alimentação carnívora nas
Escrituras não é símbolo de evolução. Não há como provar que comer carne fez o
cérebro de um ser humano se desenvolver. Isso não existe! Pelo contrário, após a
mudança de alimentação e as mudanças climáticas e geográficas do dilúvio, a
Palavra de Deus mostra que o homem passou a viver cada vez menos... Para notar
isso, compare as idades dos homens de Gênesis 5 com as idades dos homens de
Gênesis 11.
ASSASSINO CAYN
“E o Senhor disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu
semblante?
Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o
pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.
E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no
campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel, e o matou.
E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não
sei; sou eu guardador do meu irmão?
E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim
desde a terra.
E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber
da tua mão o sangue do teu irmão.
Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e
vagabundo serás na terra.
Então disse Caim ao Senhor: É maior a minha maldade que a que possa ser
perdoada.
Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e
serei fugitivo e vagabundo na terra, e será que todo aquele que me achar, me
matará.
O Senhor, porém, disse-lhe: Portanto qualquer que matar a Caim, sete
vezes será castigado. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que o não ferisse
qualquer que o achasse.”
Gênesis 4:6-15
* Cayn não fazia o bem. O
próprio Deus disse que Cayn era mal: “Se bem fizeres, não é certo que serás
aceito?...” Gênesis 4:7 Se Cayn precisava fazer o bem para ser aceito, é porque
ele não fazia o bem... E, embora a vida de Cayn seja um caos, ele continuava
sendo religioso. Não se apartava do altar do Senhor... Que perigo corremos de
viver uma vida religiosa longe da presença de Deus...
* Cayn matou seu irmão, o justo
Abel, por inveja. A crueldade de Cayn, enfim, se revela. Enquanto os dois
exercem suas atividades normais no campo, Cayn se levanta brutalmente e mata
seu irmão.
* Cayn afronta o Senhor. Deus,
sabendo de tudo o que havia ocorrido, dá a oportunidade de Cayn se confessar,
perguntando sobre seu irmão, porém ele age como uma criança malcriada, questionando
se ele deveria ser guardador de seu irmão. Com quem ele pensava que estava
lidando?
* Cayn é amaldiçoado pelo que
cometeu, e não poderia ser mais lavrador. Agora Cayn, ao tentar plantar,
não conseguiria mais ver o fruto do seu trabalho. A sua plantação seria seca.
Como, então, ele iria sobreviver, a partir de então? Ou se humilharia e viveria
dependente dos outros, ou, então, assumiria a postura de malfeitor e ladrão...
O que será que ele escolheu?
Essa nova forma de viver de Cayn vai estimular um novo tipo de
sociedade.
É neste contexto que surge a primeira sociedade.
E, inspirados na antiga forma de Abel cultuar, oferecendo animais, quem
sabe, eles encontram uma forma de sobreviverem e, ao mesmo tempo, afrontarem ao
Criador, que, até então, não teria liberado a alimentação carnívora.
* Cayn não reconhece seu erro,
nem as consequências dele, mas culpa a Deus. Se ele alega “... É maior a
minha punição do que a que eu possa suportar...” Gênesis 4:13 então ele está
acusando Deus de não saber julgar. Deus deu um castigo para ele maior do que o
necessário.
* Cayn assumiria a postura de fugitivo,
correndo de Deus e dos outros. Em nenhum momento Cayn pede perdão, ou diz
que está arrependido de ter assassinado seu irmão Abel. Agora ele fugirá da
presença de Deus e também teme que, possivelmente seus irmãos, os outros filhos
de Adam e Eva, se vinguem dele. Disse Cayn: “...e qualquer que me encontrar
matar-me-á.” Gênesis 4:14
* Cayn é reservado para o juízo
do próprio Deus, no futuro. O Senhor não mata Cayn, e coloca nele um sinal misterioso
para que ninguém o mate, pois Ele próprio reservou para o culpado um juízo no
futuro...
OS FILHOS DE CAYN
“Então saiu Caim da presença do Senhor, e habitou na terra de Node, ao
oriente do Éden. Conheceu Caim a sua mulher, a qual concebeu, e deu à luz a
Enoque. Caim edificou uma cidade, e lhe deu o nome do filho, Enoque. A Enoque
nasceu Irade, e Irade gerou a Meujael, e Meujael gerou a Metusael, e Metusael
gerou a Lameque. Lameque tomou para si duas mulheres: o nome duma era Ada, e o
nome da outra Zila. E Ada deu à luz a Jabal; este foi o pai dos que habitam em
tendas e possuem gado. O nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos
os que tocam harpa e flauta. A Zila também nasceu um filho, Tubal-Caim,
fabricante de todo instrumento cortante de cobre e de ferro; e a irmã de
Tubal-Caim foi Naamá. Disse Lameque a suas mulheres: Ada e Zila, ouvi a minha
voz; escutai, mulheres de Lameque, as minhas palavras; pois matei um homem por
me ferir, e um mancebo por me pisar. Se Caim há de ser vingado sete vezes, com
certeza Lameque o será setenta e sete vezes.” Gênesis 4:16-24
* Cayn saiu da presença do
Senhor, e vai ainda mais para o Oriente. Quando Adam, seu pai, foi expulso
do Paraíso, este saiu para o Oriente. Agora Cayn vai mais ainda para o Oriente,
simbolizando o afastamento ‘total’ de Deus.
Judas escreve sobre os falsos crentes de seu tempo, comparando-os com
homens do passado, dizendo que esses seguiram o caminho de Cayn. Vejamos:
“Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que
convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e
Senhor nosso, Jesus Cristo... contaminam a sua carne, e rejeitam a dominação, e
vituperam as dignidades...Estes dizem mal do que não sabem; e, naquilo que
naturalmente conhecem, como animais irracionais se corrompem. Ai
deles! porque entraram pelo caminho de Caim... Estes são manchas em
vossas festas de amor, banqueteando-se convosco, e apascentando-se a si mesmos
sem temor... E destes profetizou também
Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com
milhares de seus santos; Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles
todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente
cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra
Ele. Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas
concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas
por causa do interesse.” Judas 1:4-16
Esta carta cita vários personagens das Escrituras Sagradas, mas dois
nos chamam atenção: Cayn e Enoque. Sobre Cayn, é mencionado que os ímpios (do
passado e do presente) seguiram um caminho que ele percorreu. E sobre Enoque, é
mencionado que estes ímpios sofreriam o juízo da vinda do filho de Deus (em
breve comentaremos sobre a ira manifestada do céu).
Fica-nos as perguntas:
1. Quem são esses homens ímpios do período de Cayn e Enoque? Seriam
apenas os descendentes de Cayn? Não. Mas todos os que eles influenciaram, é o que
vamos meditar mais para frente.
2. Qual foi o caminho de Cayn e dos seus seguidores? Não somente ir
para o Oriente, se afastando geograficamente representando o afastamento
espiritual do Senhor, mas também o que se comprova pelo texto abaixo:
“Porventura queres guardar a vereda antiga, que pisaram os homens
iníquos? Eles foram arrebatados antes do seu tempo; sobre o seu
fundamento um dilúvio se derramou. Diziam a Deus: Retira-te de nós. E: Que foi
que o Todo-Poderoso nos fez?” Jó 22:15-17
Vereda é o mesmo que caminho. O
caminho de Cayn e seus seguidores foi tentar levar a vida como se fosse
possível viver sem Deus...
* Cayn edifica uma cidade, uma
fortificação. Chegando na terra de Node, Cayn constrói a primeira cidade
registrada nas Escrituras. Enoque significa dedicação, inauguração. Começa-se
um novo tempo, e uma descendência que não busca a Deus. A prova disso é o texto
que vem logo a seguir:
“Tornou Adão a conhecer sua mulher, e ela deu à luz um filho, a quem
pôs o nome de Sete; porque, disse ela, Deus me deu outro filho em lugar de
Abel; porquanto Caim o matou. A Sete também nasceu um filho, a quem pôs o nome
de Enos. Foi nesse tempo, que os homens começaram a invocar o nome do Senhor.”
Gênesis 4:25,26
O que fazia Adam, Cayn e sua descendência, enquanto os filhos de Sete
buscavam a Deus?
Muitas vezes, textos resumidos em uma parte das Escrituras são
explicados em outra parte. Sendo assim, embora em Gênesis 04 não vemos muitos
detalhes sobre como se sentiam os descendestes de Cayn, por incrível que
pareça, vamos perceber essas sensações na história de outro homem, chamado
Salomão que, durante a sua juventude, se esqueceu do Senhor, e se dedicou a
satisfazer todos os seus prazeres naturais, e ele vai nos dizer a que
conclusões chegou:
“Busquei no meu coração como estimular com vinho a minha carne (regendo porém o meu coração com sabedoria), e
entregar-me à loucura, até ver o que seria melhor que os filhos dos homens
fizessem debaixo do céu durante o número dos dias de sua vida. Fiz para mim obras magníficas; edifiquei para mim casas; plantei para mim vinhas. Fiz para mim hortas e jardins, e plantei
neles árvores de toda a espécie de fruto. Fiz para mim tanques de águas, para regar com eles o bosque em que
reverdeciam as árvores. Adquiri
servos e servas, e tive servos
nascidos em casa; também tive
grandes possessões de gados e ovelhas, mais do que todos os que houve antes de
mim em Jerusalém. Amontoei também
para mim prata e ouro, e tesouros dos reis e das províncias; provi-me de cantores e cantoras, e das
delícias dos filhos dos homens; e de instrumentos de música de toda a
espécie... E tudo quanto desejaram os
meus olhos não lhes neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; mas o
meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e esta foi a minha porção de
todo o meu trabalho. E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos,
como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e eis que tudo
era VAIDADE e aflição de espírito, e
que proveito nenhum havia debaixo do sol... Por isso odiei esta vida, porque a
obra que se faz debaixo do sol me era penosa; sim, tudo é VAIDADE e aflição de espírito.” Eclesiastes 2:3-17
No texto acima o rei Salomão em sua velhice olha para o passado e vê o
quanto ocupou seu tempo com as coisas dessa vida. Bebidas, construções, domínio
de pessoas, gado e reinos, riquezas, músicas que não adoram a Deus e demais
prazeres da carne. A sua descrição se parece muito com a que vamos ler dos
descendentes de Cayn. No final, ele conclui que tudo isso é vão, vento,
vaidade... É como ele dissesse: Na verdade, quem merecia ser chamado de Abel
era seu irmão, não ele, pois a melhor coisa que o homem pode fazer debaixo do
sol é buscar ao Senhor...
É importante salientar aqui que não é pecado satisfazer prazeres dentro
de um determinado tempo e ordem estabelecidos pelo Criador. E não é pecado
estudar, se desenvolver intelectualmente, trabalhar, buscar estabilidade
financeira, adquirir bens etc. O problema é quando o homem faz isso tudo longe
de Deus, com o propósito apenas de se satisfazer. Como disse Salomão: para
mim... para mim... para mim... para mim... Qualquer que seja a nossa atividade
que não tem o propósito de glorificar ao Senhor, ou ser de alguma maneira útil
para o Reino de Deus, é vão, é inútil, é “Abel” (ou melhor, é seguir os passos
de Cayn)...
“Lembra-te também do teu Criador
nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias... E o pó volte à
terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu. Vaidade de vaidades,
diz o pregador, tudo é vaidade... De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos;
porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo
toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Eclesiastes
12:1-14
Vamos analisar a partir de agora os filhos de Cayn e perceber o porque
afirmamos ter sido os homens que influenciaram aquela que se tornou a pior
geração de todos os tempos:
Não podemos confundir este Enoque com o Enoque do capítulo 05 de
Gênesis que foi arrebatado...
No hebraico, Enoque, ou Henok [חנוך] significa iniciado, experiente,
ensinado, consagrado, dedicado, inaugurado (Essa palavra hebraica aparece nos
seguintes versículos: Provérbios 22:6; Deuteronômio 20:5; I Reis 8:63; II
Crônicas 7:5).
Enoque é tanto o nome do filho de Cayn após a fuga, quanto o nome da
cidade que Cayn edificou.
O significado do nome Enoque reforça o surgimento da geração citada
pelo apóstolo Paulo no texto que vamos ler abaixo. Enoque representa o início
de um novo tempo. Uma nova forma de tentar viver longe da presença de Deus, os
tais ‘inventores de males’:
“Porque do céu se manifesta a
ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a
verdade em injustiça... Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram
como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o
seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E
mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem
corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os
entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus
corpos entre si; Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram
mais a criatura do que o Criador... Por isso Deus os abandonou às paixões
infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à
natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da
mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com
homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao
seu erro. E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim
Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;
Estando cheios de toda a iniquidade, fornicação, malícia, avareza, maldade;
cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; Sendo murmuradores,
detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, INVENTORES DE MALES, desobedientes aos
pais e às mães; Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural,
irreconciliáveis, sem misericórdia; Os quais, conhecendo o juízo de Deus (que
são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas
também consentem aos que as fazem.” Romanos 1:18-32
O apóstolo Paulo na passagem acima se refere a homens ímpios inventores
de males que sofreram/sofreriam a ira de Deus que se manifesta do céu. Essa
passagem nos lembra muito o período anterior ao dilúvio (a ira de Deus
manifestada do céu) e a partir dos que vieram após Enoque conheceremos um pouco
mais sobre esses inventores de males.
“E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e
que toda
a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.”
Gênesis 6:5
Imaginação é a faculdade de inventar a partir da combinação de ideias,
é a capacidade de formar imagens mentais originais, é ter criatividade,
fantasia. Ou seja, os homens que foram julgados pelo dilúvio são chamados, em
outras palavras, de “mentes férteis”. Seriam os inventores de males, de Romanos
1. Um período de grandes ‘descobertas’, não apenas para o benefício humano, mas
com uma tendência para o mal...
Os estudiosos do assunto reforçam as Escrituras Sagradas ao afirmarem
que a fundação das primeiras cidades ocorreu no Oriente Próximo. Eles dão pelo
menos três sugestões para o surgimento das cidades:
- O desenvolvimento da agricultura irrigada nas planícies dos grandes
rios. A abertura de canais de irrigação, drenagem de pântanos e construção de
represas e poços, para o melhor aproveitamento das águas, contribuíram para os
homens da antiguidade começarem as primeiras construções.
- O desenvolvimento de tecnologias para estoque da produção agrícola.
- A descoberta e uso do bronze (metal conseguido a partir da mistura do
cobre e do estanho), que substituiu definitivamente a pedra na manufatura de
todas as espécies de armas e ferramentas.
Já citamos aqui a ligação de Cayn com a agricultura, desde cedo. Mas
também vamos comprovar na genealogia de Cayn a ligação de um de seus descentes
com o manuseio do metal...
A grande maioria das cidades antigas eram cercadas por muros para se protegerem
dos invasores. As muralhas de pequenas cidades eram geralmente feitas de
madeira, enquanto as muralhas de cidades importantes ou grandes cidades eram
feitas de pedra, mármore e cimento.
A cidade de Enoque foi construída sob o medo de Cayn. O medo da
vingança. Tanto o medo de ser julgado pela morte de Abel, quanto o medo de ser
vingado pela nova forma que utilizaria para sobreviver, possivelmente o furto
das colheitas alheias.
No hebraico [עירד] significa isolado, fugitivo, perseguido͟ (Essa
palavra hebraica ocorre também nos seguintes textos: Josué 2:16,22; 8:24;
Neemias 9:11).
O neto de Cayn, assim como ele, seria reconhecido como o “fugitivo”. Mas,
por que uma pessoa receberia um nome como este?
“E tornou Adão a conhecer a sua mulher; e ela deu à luz um filho, e
chamou o seu nome Sete; porque, disse ela, Deus me deu outro filho em lugar de
Abel; porquanto Caim o matou.”
Gênesis 4:25
“Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei;
e serei fugitivo e vagabundo na
terra, e será que todo aquele que me achar, me matará.” Gênesis 4:14
Como Eva sabia que Cayn matou Abel? Como qualquer que encontrasse Cayn
tentaria vingar-se da morte do irmão Abel? O crime de Cayn não ficou em oculto.
De alguma forma, todos souberam.
“... fugitivo e vagabundo
serás na terra... serei fugitivo e
vagabundo na terra...” Gênesis 4:12-14
Se nesta nova forma de se viver em sociedade, Cayn precisa se esconder,
os seus filhos tendem a seguir seus passos. Isso é possível observar até hoje
dentro de uma comunidade, por exemplo, onde há crianças e adolescentes que
crescem identificando os marginais como verdadeiros herois, corajosos e há quem
sonhe ser como eles quando crescerem.
Não podemos generalizar, mas os filhos tendem a copiar e até a
intensificar os erros que veem nos seus pais.
Se agora Cayn e seus filhos não podem mais lavrar a terra, terão que se
humilhar e pedir. Mas Cayn pediria a quem, se todos estão contra ele? Ele vai
sobreviver, ou do que outros plantaram, saqueando a colheita de parentes, ou
encontrando uma nova forma de se alimentar...
O nome Meujael (ou Meuyael ou Mehaweyel) é a transliteração da palavra
hebraica מחויאל. Esse nome é a junção de pelo menos três termos: מ (Quem?) + חוי
(Prostrado, ferido) + אל (Deus). Seria “Quem foi ferido por Deus” ou “Quem fere
a Deus?”.
O termo חוי (HUY ou HWY) nunca aparece sozinho nas Escrituras. É a raiz
de várias palavras:
1. KIMËTAHAVEY - distância de um tiro de arco (Gênesis 21:16);
2. SHËTAHAVEYÅN [שְׁתַּחֲוֶיָן] ou SHËTAHAVYM [שְׁתַּחֲוִים] ou
SHËTAHAVYTEM [שְׁתַּחֲוִיתֶם] ou SHËTAHAVYTÅ [שְׁתַּחֲוִיתָ] ou SHËTAHAVÅYÅTY [שְׁתַּחֲוָיָתִי]
- se inclinaram, prostraram, curvaram, adoraram (Gênesis 37:7,9; Êxodo 24:1;
Deuteronômio 4:19; 8:19; 11:16; 26:10; 30:17; Josué 23:16; I Samuel 15:30; II
Samuel 16:4; I Reis 9:6; II Reis 5:18; Ezequiel 8:16; Sofonias 1:5; Salmos
45:12; Ester 3:2; Neemias 9:3,6; II Crônicas 7:19; 29:28 ).
3. LËHAHAVÅYÅH [לְהַחֲוָיָה] – Abrir, fazer conhecido, declarar,
interpretar, decifrar, descobrir (Daniel 2:10,16,27; 5:12,15).
4. DËHUYÅH [דְּחוּיָה] – Curta enfermidade, prestes a cair, que se
fendeu (Salmos 62:3)
“Até quando maquinareis o mal contra um homem? Sereis mortos todos vós, sereis como uma parede encurvada e uma
sebe prestes a cair.” Salmos 62:3
“Até quando, juntos, atacareis o próximo para derribá-lo como a uma parede já inclinada, como a um muro que se fendeu?” Salmos 62:3
Seja com o significado de tiro de um arco, prostração, abertura ou
fenda, o termo HWY tem sempre ligação com ferida. E o nome Meujael (Mehaweyel)
não nos trás boas impressões. Caso esse nome signifique “Quem fere a Deus?”,
nos remete a um período em que alguém tentou atingir a Deus de alguma maneira.
‘Ferir a Deus’ pode significar atingi-lo, afetá-lo de alguma maneira não
física. Até porque os homens não podem sequer alcançar Deus fisicamente, quanto
mais tocá-lo ou feri-lo (a não ser que Deus se fizesse homem, como ocorreu
muito tempo depois).
Meujael representa uma geração que desejava afrontar Deus. Mas isso só
seria possível se eles tentassem atingir a Deus atacando Seus filhos, assim
como Cayn fez com o justo Abel. E, como consequência, ele fez parte de uma
geração que foi “ferida por Deus”, seja com diversos tipos de juízos ou mesmo
pelo dilúvio.
Mas, como provar que a descendência de Cayn queria afrontar Deus? Leia
os textos a seguir:
“Então disse Caim ao Senhor: ... da tua face me esconderei... e saiu
Caim de diante da face do Senhor, e
habitou na terra de Node, do lado oriental do Éden.” Gênesis 4:13-16
“A terra, porém, estava corrompida diante
da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. E viu Deus a terra, e
eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho
sobre a terra. Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a
minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a
terra.” Gênesis 6:11-13
“E aconteceu que, partindo eles do oriente, acharam um vale na terra de
Sinar; e habitaram ali.” Gênesis 11:2 ... “E este foi poderoso caçador diante da face do Senhor; pelo que se
diz: Como Nimrod, poderoso caçador diante
do Senhor. E o princípio do seu reino foi Babel, e Ereque, e Acade, e
Calné, na terra de Sinar.” Gênesis 10:9
Quando Cayn sai para mais distante do oriente do Éden, diz que ele saiu
de ‘diante da face do Senhor’. Mas se a terra estava corrompida e cheia de
violência, ‘diante da face do Senhor’, é porque a crueldade chegou até lá. Quando
Nimrod volta do oriente para governar Sinear e Babel (a mesma localidade do
Éden), e exerce seu poder de cruel caçador e rebelde ‘diante da face do
Senhor’, é um sinal de que ele dá sequência ao que se fazia antes do dilúvio:
homens que vinham do Oriente para atacar os filhos de Deus nas proximidades do
Éden.
O termo HAMAS [חמס] significa violência. Uma violência contra os filhos
de Deus. É a reação daqueles que foram treinados por Cayn para atacar os que
foram escolhidos/ aprovados por Deus, seja porque estão atrás de comida, pois a
terra já não lhes dá mais o seu fruto, ou porque querem provocar a Deus.
Sendo assim, enquanto próximo ao Éden os filhos de Sete buscavam a
Deus, na terra de Node, na cidade de Enoque, os filhos de Cayn a cada dia se
preparavam para atacar...
“Naqueles dias estavam os gigantes na terra...” Gênesis 6:4
“O Senhor, porém, disse-lhe: Portanto qualquer que matar a Caim, sete
vezes será castigado. E pôs o Senhor um
sinal em Caim, para que o não ferisse qualquer que o achasse.” Gênesis 4:15
Meuyael também lembra seu antecessor Cayn pelo fato de que Cayn também
foi ‘ferido’ por Deus, para que ninguém mais o ferisse. A marca de Cayn, que
não se tem prova alguma que seja a cor da pele ou qualquer outra suposição, é
um sinal de que somente Deus poderia derramar Seu juízo contra ele... Sendo
assim, o destino de Meuyael também estava traçado...
O nome Metusael [מתושאל] significa ‘Deus é adulto’, ‘um adulto é Deus’,
ou possivelmente ‘Deus é um homem adulto’.
Como mencionamos antes, Cayn, embora vivesse longe da presença de Deus,
nunca quis se apartar dos arredores do santuário. Ele realizava seus rituais de
culto, ainda que Deus o reprovasse.
“Ao cabo de dias trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor.”
Gênesis 4:3
O homem tem a necessidade de Deus, um vazio em seu espírito que, muitas
vezes, tenta ser preenchido por tudo, menos pelo único que pode preenchê-lo.
Se Cayn teve a audácia de acusar a Deus, diante dEle, o que ele não inventou
para seus filhos a cerca do Senhor? Possivelmente Cayn tentou preservar uma
versão sobre o passado em que ele pudesse ser o mocinho da história, e o Deus
Criador, o culpado.
Cayn é como um crente que se afastou, mas embora saiba da sua condição
de culpado, sempre tentará demonstrar para os outros que está bem. Que, “da
forma dele”, é possível continuar servindo a Deus. E acaba inventando a sua
forma de servir aquele(s) a quem ele chama de deus(es).
Em cada cidade da antiguidade, geralmente no centro, havia templos, na
maioria em forma de pirâmide/torre, onde os deuses eram cultuados. Em muitas
delas, os deuses eram os líderes tribais, ou o fundador da sua tribo/povo/cidade
que teria vencido os deuses dos outros reinos e teria se ‘tornado’ um deus mais
forte.
“E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim,
e disse: Alcancei do SENHOR um homem.” Gênesis 4:1
Cayn pode ter crescido sobre a perspectiva de que era o filho de Deus,
mas agora ele é seu próprio deus...
Não podemos confundir o Lameque, descendente de Cayn, com o Lameque,
pai de Noé, do capítulo 05 de Gênesis. Este Lameque é aquele cuja história é a mais
clara dentre os descendentes de Cayn. Vejamos os três destaques deste homem:
* Bigamia: “Lameque tomou
para si duas mulheres: o nome de uma era Ada, e o nome da outra Zila.” Gênesis
4:19
É na sociedade de Cayn que surge nas Escrituras Sagradas a depravação
sexual. Lameque se casou com duas mulheres! Alguém pode contestar dizendo:
Naquela época podia... Mas quem disse que em algum período da humanidade Deus
aprovou a bigamia? Pelo contrário.
Todos os homens nas Escrituras que se uniram a mais de uma mulher ao
mesmo tempo, sofreram grandes e trágicas consequências: Abraham, Jacó, David,
Salomão etc.
Vamos analisar os nomes das duas esposas de Lameque:
- ADA, no hebraico [עדה] significa adorno, enfeite, ornamento (Êxodo
33:6), povo, grupo, família (Êxodo 12:19) ou testemunha (Provérbios 14:5). É
estranho o fato da mesma palavra significar ‘testemunha’ ao mesmo tempo que
‘adorno, enfeite, ornamento’. ‘Enfeitar’ lembra contar uma mentira, mudar a
versão da história, a fim de agradar, ou, no caso, proteger o réu.
- TZILÁ, no hebraico [צלה] significa assar (Isaías 44:16) e sua raiz
também trás o sentido de sombra (Salmos 17:8), proteção ou defesa (Eclesiastes
7:12). ‘Proteger e defender’ fazendo ‘sombra’, ou escondendo, também denota uma
falsa testemunha protegendo o réu.
Sendo assim, os nomes das duas esposas de Lameque têm ligação com um tribunal
montado, onde elas poderiam estar ali para defender o marido. E são elas a quem
ele evoca para apresentar seus feitos:
*Extrema Violência: “Disse
Lameque a suas mulheres: Ada e Zila, ouvi a minha voz; escutai, mulheres de
Lameque, as minhas palavras; pois matei um homem por me ferir, e um mancebo por
me pisar.” Gênesis 4:23
Além de demonstrar não estar arrependido dos assassinatos que cometera,
ainda tenta justificar. Ele matou um homem porque o feriu e um menino por ter
pisado nele. Tanto o que feriu quanto o que o pisou podem nem ter tido a
intensão de cometê-lo, mas para Lameque isso já é motivo suficiente para matar
outro ser humano... Que cruel!
Por mais que vivamos em um período de grande violência, ainda não
chegamos ao cúmulo. Pelo menos eu nunca ouvi falar de alguém que tenha matado
um jovem por ter pisado. Aliás, no trem, ônibus e metrô o que mais tem são
pessoas pisando, sem intensão o pé de outra... Imagina se isso fosse a causa da
morte de alguém? A que ponto a sociedade de Cayn chegou?
Mas Lameque é só um exemplo do que estava se multiplicando... O pior
estava por vir...
Se Lameque fizesse parte dos ‘gigantes’ que existiram na antiguidade,
ainda viriam gigantes piores que ele, depois que os filhos de Deus se unissem
aos filhos de Adam...
Para Deus trazer o dilúvio sobre a terra e ceifar quase toda a
humanidade, é porque o comportamento humano estava completamente desenfreado...
“Havia naqueles dias gigantes na
terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos
homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade,
os homens de fama. E viu o Senhor que a
maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos
pensamentos de seu coração era só má continuamente. Então arrependeu-se o
Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração. E disse
o Senhor: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem
até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os
haver feito... A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. E viu
Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido
o seu caminho sobre a terra.” Gênesis 6:4-12
*Zombou do juízo divino: “Porque
sete vezes Caim será castigado; mas Lameque setenta vezes sete.” Gênesis 4:24
Algumas traduções está ’70 vezes 7’, porém outras está ’77 vezes’, mas
não pode ser 77.
A ideia aqui é a mesma da profecia a seguir:
“Setenta semanas estão determinadas... para cessar a transgressão, e
para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna...”
Daniel 9:24
Numa tradução mais simples, seria ‘setenta setes’, ou seja, “setenta
vezes sete’.
Lameque considera seus erros 70 vezes pior do que seu antepassado. Ou
seja, se Cayn é culpado porque matou seu irmão por inveja, o que terá feito seu
descendente?
Cayn não aceitou o juízo divino, dizendo que seria pior do que ele
poderia suportar. Porém Lameque faz pior: zomba do juízo do Criador à Cayn e
ameaça dizendo que quem tentasse se vingar dele seria punido 70 x 7. Uma alusão
ao juízo sobre quem tentasse vingar-se de Cayn, que seria punido sete vezes
mais.
“O Senhor, porém, disse-lhe: Portanto qualquer que matar a Caim, sete vezes será castigado. E pôs o
Senhor um sinal em Caim, para que o não ferisse qualquer que o achasse.” Gênesis
4:15
A fala de Jesus está ligada a este contexto. Sim, Jesus nos estimula a
perdoar 70 vezes 7 uma pessoa. É como se este termo se tornasse sinônimo para o
pior grau de pecado:
“Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes
pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não
te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.” Mateus 18:21,22
O problema é que Lameque não está nenhum pouco preocupado em confessar
seu pecado, mas sim, a partir do momento em que foi descoberto, justificá-lo...
“E Ada deu à luz a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e
têm gado.” Gênesis 4:20
YAVAL, no hebraico [יבל] significa corrente de água (Isaías 30:25;
44:4), fluir, trazer, levar, guiar, conduzir, arrebatar (Jó 10:19).
O termo pai em Gênesis 4 não necessariamente precisa significar que os
filhos biológicos dele possuíram tendas e gado. O termo pai aqui pode ser
traduzido como o ‘primeiro’, ou ‘primeiro de muitos’.
O próprio nome Jabal faz referência a um líder, uma pessoa que
‘arrasta’ multidões, como um rio.
Ser o ‘pai dos que habitam em tendas e têm gado’ denota a ideia de
propriedade, posse.
Até então, os filhos de Adam viviam cuidando do campo, cada um com sua
função, a fim de todos compartilharem do fruto de seu trabalho. Veja Abel, que
muito antes já cuidava de ovelhas.
Mas agora surge a ideia do poder, da apropriação de territórios,
animais, produtos etc.
“... também tive grandes possessões de gados e ovelhas, mais do que
todos os que houve antes de mim em Jerusalém.” Eclesiastes 2:7
Já que os descendentes de Cayn estavam sob maldição na colheita, eles
podem ter inaugurado a alimentação de carne animal, até então, não autorizada
pelo Senhor e isso justificaria alguns terem o controle do gado e, se fosse o
caso, até comercializar.
“E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que
está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê
semente, ser-vos-á para mantimento.” Gênesis 1:29
“E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu
caminho sobre a terra... Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a
terra, para desfazer toda a carne em
que há espírito de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra expirará.”
Gênesis 6:12-17
Por causa da mudança da alimentação humana, até os animais de alguma
forma sofreram alteração de sua dieta. Como lemos no texto acima, até o
comportamento dos animais foi alterado.
Embora seja uma excelente fonte alimentar, precisamos afirmar que não
dependemos da ingestão de carne para garantir uma boa nutrição. Embora eu goste
muito de carne, há grupos que retiram da natureza vegetal tanta proteína quanto
dietas onívoras (alimentação de vegetais e animais).
Para a comunidade científica, é necessário diminuir o consumo de carne.
Além do sofrimento animal, argumento que tem ganhado cada vez mais força em
todo o mundo, as criações em larga escala causam um grande impacto ambiental,
seja por causa do aquecimento global produzido pelo derramamento de sangue,
seja por conta da quantidade de água que rebanhos e granjas no mundo inteiro
consomem, seja de forma direta ou indireta. Além disso, o desmatamento para o
aumento das pastagens, descarte de dejetos e carcaças e o uso de antibióticos
para aumentar a produtividade também são um risco para o planeta.
Só para se ter uma ideia, para a produção de um quilo de carne bovina
são necessários 43 mil litros de água, que passa desde a rega da pastagem ou da
soja utilizada na ração do animal, até a quantidade que o gado consome. Já para
a produção de um quilo de vegetais, a média é de 200 litros de água.
Não estamos estimulando aqui que se pare de comer carne animal, mas só
explicando que um dia não foi assim. Alguns tentam, sem condições, se tornarem
vegetarianos e acabam desenvolvendo anemia e/ou outras doenças por falta dos
nutrientes necessários. Cuidado!
O que queremos informar é que o projeto original de Deus era muito bom!
E é fato que um dia a natureza vai voltar como era no Princípio. Será o
re-Gênesis, ou a regeneração! O urso e o leão, representando os carnívoros,
voltarão a ser herbívoros!
“E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará,
e o bezerro, e o filho de leão e o animal cevado andarão juntos, e um menino
pequeno os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, seus filhos se deitarão
juntos, e o leão comerá palha como o boi. E brincará a criança de peito sobre a
toca da áspide, e a desmamada colocará a sua mão na cova do basilisco. Não se
fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do
conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar.” Isaías 11:6-9
Para aproveitar o couro dos animais, além de roupas, eles podem ter
começado a produzir as tendas e viver de maneira nômade. Isso explicaria a
mesma pessoa ser o pai dos que habitam em tendas e o pai dos que possuem
gado...
“O nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam
harpa e flauta.” Gênesis 4:21
YUVAL, no hebraico [יובל] significa ribeiro (Jeremias 17:8), ou
contínuo do toque de uma trombeta, ou chifre de carneiro (Êxodo 19:13).
Assim como o nome Jabal faz referência a um líder, uma pessoa que
‘arrasta’ multidões, como um rio, Jubal praticamente significa o mesmo, porém
uma letra diferencia para citar a sua prática de tocar instrumentos musicais a
partir de chifres e ossos de animais.
Se Jabal foi um incentivador do consumo da carne animal e do uso da
pele animal para construção de tendas, Jubal pode ter se apropriado do que
sobrava dos animais para fazer instrumentos musicais, seja para adoração ou
mesmo para entretenimento.
Os achados arqueológicos comprovam que a musicalidade é muito antiga e
um fato em comum nos chama atenção. A utilização de ossos para a fabricação
desses instrumentos.
Os cientistas descobriram até uma escala musical calculada a partir da
disposição entre os orifícios das flautas encontradas de milhares de anos
atrás.
- Um dos primeiros testemunhos da arte musical foi encontrado na gruta
de Trois Frères, em Ariège, França. Esta mostra um tocador de flauta ou arco
musical.
- Em 1995, o
arqueólogo Ivan Turk encontrou um osso de urso em uma caverna da Eslovênia, e
que ficou conhecido como a Flauta de Divje Babe. Restava apenas um fragmento da
peça, feita do fêmur de um urso, mas sua idade garantia que ali estava um dos
mais antigos instrumentos musicais já encontrado. Ao analisar o espaçamento
entre os quatro orifícios que restavam da flauta, o musicologista canadense Bob
Fink chegou à espantosa conclusão de que num passado tão remoto já usava a
escala de sete notas que sustenta toda a música ocidental.
- Uma flauta
de osso de pássaro descoberta em uma caverna da Alemanha foi entalhada e é o
mais antigo instrumento musical artesanal já descoberto, dizem arqueólogos,
oferecendo a mais nova evidência de que as primeiras populações humanas da
Europa tinham uma cultura complexa e criativa. Uma equipe liderada pelo
arqueólogo Nicholas Conard, da Universidade de Tübingen, montou a flauta a
partir de 12 fragmentos de osso de abutre, espalhados por uma pequena área da
caverna de Hohle Fels, no sul da Alemanha. Juntas, as peças formam um instrumento
musical de 22 centímetros com cinco furos e uma extremidade em forma de
"V".
- Fragmentos
de osso e marfim de sete outras flautas também foram encontradas no sul da
Alemanha e documentadas por Conard e colegas nos últimos anos.
“A Zila também nasceu um filho, Tubal-Caim, fabricante de todo
instrumento cortante de cobre e de ferro...” Gênesis 4:22
Como discursamos anteriormente, Adam e seu filho Cayn eram lavradores e
podem ter desenvolvido materiais para lhes auxiliarem no trabalho, por exemplo,
lascando pedras.
Mas as técnicas foram se desenvolvendo. Os próprios ossos de animais
podem ter sido utilizados e, a partir de então, surgido novas ideias para novas
ferramentas, até que foram descobertos os metais e a manipulação destes.
Seja como foi esse processo, é o descendente TuvalCayn que se torna o
mestre dos metais.
Nas teorias ditas científicas, a chamada Pré-história da humanidade se
divide entre a Idade das Pedras (que se subdivide-se em Era da Pedra Lascada e Era
da Pedra Polida) e a Idade dos Metais (que se subdivide-se em Era do Cobre, Era
do Bronze e Era do Ferro). As datas para esses períodos destoam-se bastante das
Escrituras Sagradas, mas a datação da chamada Idade dos Metais se aproxima do
período em que Adam e TubalCayn viveram.
Um dos primeiros artefatos de ferro conhecidos é uma adaga, com a
lâmina de ferro encontrada numa tumba Hatita na Anatólia, datada de 2 500 a.C.
Porém o cobre possui evidência bem mais antigas: Objetos de cobre de
6000 a.C. foram encontrados em Çatal Höyük, Anatolia. Descobriram-se moedas,
armas, utensílios domésticos sumérios de cobre e bronze de 3000 a.C., assim
como egípcios da mesma época, inclusive tubos de cobre. Na Europa, o homem de
gelo encontrado no Tirol (Itália) em 1991, cujos restos têm uma idade sugerida de
5300 anos, estava acompanhado de um machado de cobre com uma pureza de 99,7%, e
os elevados índices de arsênico encontrados em seu cabelo levam a supor que
fundiu o metal para a fabricação da ferramenta.
TUVALCAYN, no hebraico [קין תובל] significa retorno (Esdras 5:5,11) de
Cayn͟.
Se denominássemos uma pessoa com referência a homens cruéis do passado,
tais como “O Novo Hitler”, ou “Bin Laden II”, ou “Josef Estaline Júnior”, qual
seria o sentimento das pessoas que sofreram nas mãos de seus antepassados ou
que souberam do que eles fizeram? O que a sociedade de Sete, por exemplo,
pensaria sobre TuvalCayn?
Se Cayn matou o justo Abel, o que TuvalCayn (O Retorno de Cayn) não
prometeria para os filhos de Deus? No mínimo, medo, quem sabe, pavor, desejo de
se esconder dele, ou, então, se preparar para se defender dele...
Já para os descendentes de Cayn, TuvalCayn seria a sua glória, aquele
que lhes traria fama, o seu ‘gigante’!
“Havia naqueles dias gigantes na terra...” Gênesis 6:4
“E Zilá também deu à luz a Tubalcaim, mestre de toda a obra de cobre e
ferro; e a irmã de Tubalcaim foi Naamá.” Gênesis 4:22
NAMH, no hebraico [נעמה] significa encanto, doçura, beleza,
amabilidade.
A princípio, não temos em Gênesis 04 nenhum comentário a cerca do
comportamento desta mulher e o significado do seu nome não nos apresenta, a
princípio, nada de mal. Pelo contrário. Vamos, porém, analisar alguns fatos:
* Seus três irmãos eram líderes.
Jabal e Jubal eram os ‘pais’, os ‘primeiros’, os ribeiros que arrastaram
multidões. TuvalCayn era ‘mestre’. Naamá, querendo ou não, pode ter
influenciado sua geração, talvez com seu ‘encanto, doçura, beleza e
amabilidade’. Sua sensualidade, a utilização de joias feitas de ossos e outros materiais
que hoje encontramos em cavernas juntos com instrumentos musicais e armas de
guerra antigas, quem sabe espelhos de cobre, e outras estratégias, deram destaque
a Naamá.
* A única mulher que conclui uma
genealogia nas Escrituras. Se você analisar as genealogias das Escrituras
Sagradas, as mulheres quase nunca são citadas, muito menos são a conclusão da
família.
Sempre há no fim alguém a quem a história quer revelar como o ser
humano mais importante originado daquela família. Noé e seus três filhos em
Gênesis 05, Abraham e Ló em Gênesis 10 e 11, Moisés e os filhos de Arão em
Êxodo 6.
Porque, então, o destaque para Lameque e seus quatro filhos em Gênesis
04? E por que Naamá é a última a ser citada? Ela, com certeza, não é menos
importante que seus três irmãos, mas tem um peso maior que o deles. Veremos o
motivo...
* Ela é o elo entre Gênesis 4 e
5, e provavelmente, a causa do início de Gênesis 6. Em Gênesis 04, vemos
a descendência de Cayn, aqui analisada. E, como temos visto, seus nomes
representam negatividade e más influências. Já em Gênesis 05, vemos a
descendência de Sete, irmão de Cayn. Nessa família temos homens que buscam
a Deus, como Enos, Enoque, Noé e Sem. Porém, o início de Gênesis 06 é
intrigante:
“E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a
face da terra, e lhes nasceram filhas,
viram os filhos de Deus que as filhas
dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que
escolheram. Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com
o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte
anos. Havia naqueles dias gigantes
na terra; e também depois, quando os
filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes
eram os valentes que houve na
antiguidade, os homens de fama. E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a
imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. Então
arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu
coração.” Gênesis 6:1-6
Filhos de Deus x filhas dos homens? Gigantes antes x gigantes depois?
Esse texto acima é um dos mais intrigantes de todas as Escrituras. Há
quem tente defender que os filhos de Deus seriam anjos, ou mesmo
extraterrestres, semideuses mitológicos e tudo mais. Há quem defenda que esses
gigantes sejam monstros do tamanho de prédios e montanhas.
Porém, como temos tentado fazer desde o início deste estudo, precisamos
analisar o “mundo real” e interpretar a Palavra de Deus com coerência e
contexto, sem viagens de lendas totalmente fora de contexto...
* As plantas e sementes estão
totalmente ligados a Adam: “E toda a planta do campo que ainda não estava
na terra, e toda a erva do campo que ainda não brotava; porque ainda o Senhor
Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a
terra.” Gênesis 2:5
* Deus criou Adam como uma
semente para frutificar: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai
e multiplicai-vos, e enchei a terra...” Gênesis 1:28a
* Deus criou Adam para que ele
frutificasse filhos para Ele: “E não fez Ele somente um, ainda que lhe sobrava
o Espírito? E por que somente um? Ele buscava uma semente para Deus...”
Malaquias 2:15a
* Por causa do pecado de Adam, a
terra se tornou maldita e surgiram os espinhos (a má semente): “E a Adão
disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que
te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com
dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te
produzirá; e comerás a erva do campo.” Gênesis 3:17,18
* O surgimento da má semente
trouxe também o aumento das dores de parto: “E à mulher disse:
Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz
filhos...” Gênesis 3:16a
* Após o pecado surgiria a
semente da mulher (a boa semente, os filhos de Deus) e a semente da serpente
(os filhos de Satan): “Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto
fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais
do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. E
porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente;
esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Gênesis 3:14,15
Todos os homens são filhos de Adam: “E de um só sangue fez toda a
geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os
tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação;” Atos 17:26
Alguns são chamados de filhos de Deus (como os anjos que escolheram ao
Senhor também o são) e outros são chamados de filhos de Satan (porque
escolheram seguir ao anjo caído). Cayn é um exemplo de filho de Satan:
“Nisto são manifestos os filhos
de Deus, e os filhos do diabo. Qualquer que não pratica a justiça, e não
ama a seu irmão, não é de Deus. Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o
princípio: que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno, e matou a seu irmão. E por que causa o
matou? Porque as suas obras eram más e as de seu irmão justas.” I João 3:10-12
Sendo assim, as filhas dos homens que surgiram após os homens começarem
a se multiplicar, citadas em Gênesis 06, são mulheres como Naamá, que encantam
com sua beleza, formosura. Mas foram o laço para a destruição dos filhos de
Deus. Isso porque se casando com elas, os filhos de Deus também produziram os
gigantes, interpretando, os caídos, que se tornaram piores do que os filhos de
Cayn (isso mesmo: pior do que os filhos de Cayn), e provocaram a manifestação
nos céus da ira de Deus, como a PIOR GERAÇÃO DE TODOS OS TEMPOS, o que trouxe o
dilúvio sobre a terra!
Se quiser um exemplo de união entre os filhos de Deus e os filhos de
Satan, vide a Idade das Trevas, onde homens ímpios, unidos ao império,
lideraram a igreja e quanto mal fizeram!
A geração dos filhos de Deus que foram seduzidos por Naamá e foram
arrastados pelo modo de vida de YAVAL,
YUVAL e TUVALCayn, foram destruídos, arrastados pelas águas do MAVUL (dilúvio). Observe que no
hebraico a raiz dos quatro nomes estão interligadas... Nada é por acaso! A
descendência de Cayn foi extirpada no dilúvio, mas os seus ideais permaneceram
e se manifestaram em diversas fases da humanidade, até hoje... Um modo de vida
que exclui o Criador e tenta preencher em vão com toda forma de prazeres,
invenções, tecnologias e sede de poder. Tudo é vaidade...
Meu querido que lê essa mensagem, vivemos em uma sociedade que defende
a marginalidade, libertinagem e o vício como se fossem corretos, e que odeia
quem fala a verdade e luta pela preservação da moral e bons costumes. Vejo uma
geração sendo arrastada por ideias políticas, por um lado, defendendo a
liberação das drogas, do aborto, a proteção de criminosos e uma pregação torta
de um falso amor que aceita tudo, por outro lado, defendendo o incentivo ao uso
de armas de fogo, a violência e o fanatismo (seja por homens, seja por
entretenimento, ou mesmo uma vida religiosa vazia do Espírito Santo). Como está
o coração do Pai diante de tudo isso?
A pior situação não é aquele que está longe de Deus ter pensamentos
contrários aos que Deus se agrada. É triste quando isso acontece dentro do ceio
daquela que deveria ser a Noiva do Cordeiro, a Igreja santa do Senhor...
Não virá outro dilúvio, mas precisamos vigiar, pois Deus mais uma vez
manifestará o Seu juízo dos céus...
“E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do
homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam,
casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o
perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a
vinda do Filho do homem.” Mateus 24:37-39
A sociedade de Cayn é o retrato da sociedade que foi destruída no
dilúvio. A sociedade de Cayn é o retrato daquilo que a nossa sociedade está se
tornando... Mas Enoque profetizou: Jesus virá! Prepare-se!
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